11.9.13

Kissinger pressionou Nixon a derrubar Allende

Entre os principais envolvidos no golpe que derrubou Salvador Allende, Henry Kissinger, de 90 anos, é o unico ainda vivo. É muito difícil esperar justiça para Kissinger num país onde George W. Bush e Dick Cheney continuam livres depois da guerra no Iraque, em que se revelam diariamente novos esforços do governo americano para espionar o mundo, onde o presidente Nobel da Paz amplia sensivelmente os assassinatos de inimigos com aviões teleguiados. Mas podemos fazer um esforço para que a história não seja esquecida.

Documentos revelados pelo National Security Archive da George Washington University mostram que Kissinger incitou o presidente Richard Nixon (1913 – 1994) a derrubar Allende.

Os documentos obtidos por meio da lei americana de acesso à informação reforçam que Kissinger ignorou os avisos de que os militares chilenos cometeriam atrocidades e foi um dos principais arquitetos do golpe chileno, ajudando o general Augusto Pinochet a consolidar a ditadura.

Há um telefonema de 12 de setembro de 1970 feito por Kissinger que nunca foi revelado à Comissão Church, criada pelo Congresso americano em meados dos anos 70 para investigar abusos da CIA, FBI e Casa Branca. A transcrição mostra Kissinger já discutindo a possibilidade de um golpe preventivo no Chile oito dias após a eleição de Allende.

Anteriormente, historiadores marcavam o início do esforço americano para derrubar Allende em 15 de setembro de 70, quando Nixon mandou a CIA “fazer a economia do Chile gritar” e colocou Kissinger, na época Assessor Nacional de Segurança e depois Secretário de Estado, no comando do esforço para impedir a posse de Allende.

Num dos telefonemas a Nixon, logo após o golpe de 11 de setembro de 1973, os dois discutiram a repercussão negativa na imprensa. Kissinger disse ao presidente que “seríamos vistos como heróis se estivéssemos na era [do ex-presidente Dwight] Eisenhower”, nos anos 50.

Não, Kissinger. Vocês nunca foram heróis.

3.12.12

Skypeniks

Skypeniks/Beatniks the Skype?

 Vidas cruzadas de beatniks tecnológicos
 Como linhas cruzadas Só se batem no Skype
Dependem de internet
Viajando não mais pela nação
Mas pelo mundo
Que mundo?
Um mundo lá deles, peculiar mesmo
Nosso mundo
Porque o mundo é nosso, não é?
Ai, se estivesse aí em Janeiro...
(Assim, em caixa alta, como se fosse em inglês)
Será que agora vivemos a nova era beatnik?
[E a história se repete em ciclos]
E depois virá uma era hippie again?
Será? Que sera, sera
Whatever will be?
Andei meio desligado mesmo, Lula.
I lost myself. For so many things
Saudades.
Então é isso
Desculpem a inépcia estrutural.
É que sou bom de ideias e fraco de palavras.
Falta-me palavras e não bons amigos
Pelo menos
Graças a Deus
Whatever God you want

Em 3 de dezembro de 2012 13:47, luis santos escreveu: 

 duas primeras semanas de jan estarei lá na bahia'' seria divino se todos os "meus beatniks", vc, Cazé, Pierre, Kat, Flávio, Regina, etc estivessem todos em soteropolis...

29.7.12

O legado da guerra na Síria

Do FT: Syrians fear conflict will scar generations The aid offered to refugees by Syrians – both pro- and anti-regime – is a bittersweet aspect of the country’s protracted and so far intractable crisis. People say it is natural in a place where, if you ask someone for directions, they might well get in your car and take you to your destination – although, as one woman pointed out ruefully, taking rides with strangers can be a dangerous business in these days of abductions and hijackings. O Brasil em cima do muro.

13.2.11

A Bahia é terra de doido. E chega mais

Jolivaldo Freitas
(Editor-chefe do site www.noticiacapital.com.br)

Como se não bastasse a renca de malucos que nasce por aqui todos os dias, agora deu para chegar grandes e belos navios trazendo uns desembarcados que de tão loucos chega a dar dó. São verdadeiras gaiolas das loucas. Tem maluco de todas as marcas, jeitos e raças. Uns são malucos beleza que chegam, fumam sua maconha, enchem o toba de roscas e se picam, depois de terem comprado uma medida do Bonfim feitas em São Paulo, um escapulário ali de Goiás e uns artesanatos típicos baianos feitos no Ceará. Coisas da “globalização”

Outros malucos que desembarcam na rodoviária ou no aeroporto são do mal e chegam para zuar ou “causar” em bares e restaurantes, como vimos semana passada num famoso point da Pituba onde – imagine – jovens turistas fantasiados de torcedores do Corintians soltaram a zorra nuns baianos que vestiam roupa do Palmeiras. Os filhos da mãe trouxeram suas diferenças futebolísticas pra cá.

Quando a polícia perguntou o porquê da porrada um deles disse que era por não suportar a cor verde. E fez um adendo:

- Nem na bandeira do Brasil e nem mesmo na floresta amazônica.

Digaí, não é coisa de doido?

Como disse, como se não fosse por demais ter de aturar os malucos nativos ainda temos de engolir os alienígenas. Os shoppings são locais procurados pelos aloprados. No Shopping Barra, se alguém prestar atenção, ao longo de todos os pisos existem duas faixas pretas de granito, paralelas. Não é que outro dia fiquei abestalhado vendo que uma senhora seguia por cima das linhas, sem deixar que os pés tocassem na outra cor. Ela seguiu por todo o andar e eu seguindo atrás. Para meu azar apareceu um amigo. Eu expliquei o que estava acontecendo e ele me disse que eu era mais doido que a turista catarinense.

O Porto da Barra é um verdadeiro laboratório de doideira. Um barraqueiro morre de medo quando chega grupo de mineiros. Ele diz que é uma onda, pois têm nojo até de copos plásticos, querem coco coado e em cada caipirosca a fruta além de ser lavada e tem de levar um brilho com guardanapo. O chato é ter de tirar a polpa e a casca do umbu. Sem falar que vão para a beira do mar e ficam contando as ondas que batem na praia.

Mas os piores são os argentinos. Los hermanos cometem loucuras do tipo vir sem grana e ficar buscando restaurantes onde se possa comer o mais barato possível. Funcionários de um restaurante no Largo Dois de Julho se divertem quando chega um grupo, que mora numa pousada de terceira, no logradouro, e que só come folha. Eles chegam, pegam o prato e fazem aquele imenso monte de alface, brócolis e acelga. Pagam uma merreca que nem chega a dois reais. Completam com copos e mais copos de água que fazem volume no bucho e se mandam.

Um maluco português chegou no domingo passado num clube de tênis, jogou, suou, se divertiu, ali mesmo na quadra baixou a roupa, ficou de ceroulas, trocou e colocou numa sacola. Foi ao banheiro, tirou o tênis e começou a lavar na pia. Um associado não gostou e perguntou se não sabia que era nojento o que estava fazendo e quis saber por que estava agindo daquela forma. O portuga disse que lavava ali para não ter de lavar na pia de casa.

O sócio rebate:

- Mas tem de ser na pia?

O português para, pensa e responde:

- É, pá! Podia ser na casa de banho.

E foi lavar embaixo do chuveiro.

Está difícil agüentar esta renovação carismática de ensandecidos, malucos, loucos, doidos, doidevanas, desmiolados, alienados, débeis, pirados, insanos, birutas, pacóvios, baratinados, maníacos, estouvados e neuróticos. Chega de concorrência externa.

26.12.10

Ferrovia Transnordestina



No total, a Transnordestina custará R$ 5,42 bilhões - quase R$ 1 bilhão a mais que o previsto no orçamento inicial. Da mesma forma, a data de término da obra também foi revista. Era para estar totalmente concluída este ano, mas o primeiro trecho - entre Eliseu Martins (PI) e Suape (PE) - só ficará pronto em outubro de 2012 e a parte do Ceará, em 2013. Segundo o presidente da Transnordestina, Tufi Daher, a lentidão da obra nos primeiros quatro anos foi decorrente de uma série de contratempos, como a dificuldade na desapropriação das áreas e no financiamento.

Boa parte dos entraves já foi solucionada. Mas, no trecho do Ceará, 64% das áreas ainda precisam ser desapropriadas - a expropriação é feita pelo Estado com dinheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). No caso da estruturação financeira, a obra tem empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste, Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (Finor). Até agora, a empresa já gastou R$ 1,6 bilhão, volume que deve crescer no início do ano, com a entrada em operação de outros canteiros, sendo um em janeiro e três em março.

Nesse estágio do empreendimento, o número de empregos - diretos e indiretos - deverá beneficiar 20 mil trabalhadores. Hoje, 11 mil pessoas trabalham com carteira assinada na construção. Como no resto do País, a questão da mão de obra especializada virou um gargalo para o desenvolvimento do projeto. Cerca de três mil funcionários tiveram de ser recrutados em outros Estados para atender a demanda. De acordo com Falcão, da Odebrecht, as maiores carências são os operadores de máquinas e equipamentos, cujo manuseio está cada vez mais sofisticado. "Mas falta de tudo: carpinteiro, pedreiro e armadores de estruturas de aço", diz ele.


Fotos do blog "Olhar sobre o mundo"

14.12.10

Richard Holbrooke, WikiLeaks and Afghanistan

Mr. Holbrooke experienced health problems in August, when he underwent treatment for heart problems and canceled one of his frequent trips to Afghanistan and Pakistan.

On Friday morning, he was taken to George Washington University Hospital after he became flushed and suffered chest pains during a meeting with Clinton.

He underwent a 21-hour operation that ended on Saturday to repair his aorta.

As Mr. Holbrooke was sedated for surgery, family members said, his final words were to his Pakistani surgeon: "You've got to stop this war in Afghanistan.

18.11.10

Journalism's slow, sad death



The democratization of the media -- really its fragmentation -- has encouraged ideological polarization. Princeton University professor Paul Starr traced this process recently in the Columbia Journalism Review. After the captive audience for network news was released by cable, many Americans did not turn to other sources of news. They turned to entertainment. The viewers who remained were more political and more partisan. "As Walter Cronkite prospered in the old environment," says Starr, "Bill O'Reilly and Keith Olbermann thrive in the new one. As the diminished public for journalism becomes more partisan, journalism itself is likely to shift further in that direction."

Michael Gerson (op-ed for the WP)

5.11.10

Literatura brasileira contemporânea

Do digestivo cultural:

A literatura brasileira está movimentatíssima. Embora alguns nomes apareçam mais que outros, há muita gente se movendo e se editando. 2005 foi um ano de mais quietude, mas não se deixou de planejar o retorno aos palcos de vários escritores. Assim como nas novelas de tevê, certas celebridades instantâneas foram ao pico e arrefeceram logo. Outros tantos personagens se mantiveram em velocidade uniforme, embora jamais retilínea. Alguns mais espertos cumpriram ritmo de formiguinhas, trabalhando miúdo e incessantemente pela projeção. Surgiram revistas, cadernos, jornais. O que era encontro virou festa e badalação. Mas valeu.

Não posso deixar de mencionar a ferramenta mais comentada do século (pelo menos enquanto ele começa): o blog. Foi essa interface simples e gratuita que alavancou a produção, mais do que de contos, de contistas. Ao menos uma meia dúzia de nomes apareceu por conta dos espaços digitais em que escreviam seus textos, muita vez alicerçados na vida privada e no umbigo próprio. E deu certo. Houve quem quisesse dizer que estava ali uma geração autocentrada. E não é que é? Mas fazer o quê? Quem puder que se salve e trate de escrever bem.

Em alguns casos, funcionou. A Internet e as editoras portáteis para fins particulares foram parceiras. A convergência resultou em apropriação dos meios para fazer o que se desejasse. Se no cinema havia a história da câmera na mão e da idéia na cabeça, a virada do século dependeu de pouco mais. Era juntar os textos, ter um computador e saber tratar com uma gráfica. Pronto. Mas e depois? Quem iria distribuir? Problema que a Internet também resolveu, embora parcialmente.

Olhem só. Não é que deu resultado? Galgamos, alguns, os degraus das editoras conhecidas. As almas não eram, de fato, pequenas. Se a literatura será, só mesmo o tempo para dizer.


Poema do Fabrício Marques

"Mini litania da política editorial"

Me suplica que eu te publico
Me resenha que eu te critico
Me ensaia que eu te edito
Me critica que eu te suplico
Me edita que eu te cito
Me analisa que eu te critico
Me cita que eu te publico
Me publica


Ana Elisa Ribeiro
Belo Horizonte, 24/5/2006

17.10.10

HIGHWAY TO HELL

(J.P. MORGAN CHASE - A.K.A. HOUSE OF MORGAN - RESULTS CONFERENCE CALL, 3Q 2010)

Chris Kotowski
Okay. And then on a separate issue, can you comment with how comfortable you are about the robustness of the MERS [electronic registry designed to track servicing rights and ownership of mortgage loans in the United States] system. People have raised issues about MERS being both principal and agent and the separation of -

Jamie Dimon
We stopped a while back using them for that purpose. And so I don't think it's as relevant to us as to other people. And we're not going to comment on all the other underlying things. I think one of the things you've got to remember - you know there are, we've known, there are issues in the mortgage business. But for the most part by the time you get to the end of the process we're not evicting people who deserve to stay in their house.


15.10.10

João Guedes / tudo na mesma ordem se repete

DOMINGO, 16 DE MAIO DE 2010

tudo na mesma ordem se repete


Pedregulho lamaceiro ribanceira
avalanche enxurrada terremoto
recessão represália carestia
atentado ultimato sabotagem
profissão passatempo moradia
contrabando emboscada cabotagem
propaganda internet consumismo
artepop tropicália woodstock
vaticano casabranca redeglobo
zelimeira chicoscience bobdylan
balaquente entrevero guerrafria
ditadura liberdade anistia
hepatites diabetes bulimia
clonagem erotismo vilania
política história economia

cada espécie nesse limbo se reverte
à mesma ordem que sempre se repete.

[j. guedes]

11.9.10

Generation Gaga

By Camile Paglia, in the Sunday Times Magazine.

Generation Gaga doesn’t identify with powerful vocal styles because their own voices have atrophied: they communicate mutely via a constant stream of atomised, telegraphic text messages. Gaga’s flat affect doesn’t bother them because they’re not attuned to facial expressions.

Gaga's fans are marooned in a global technocracy of fancy gadgets but emotional poverty. Borderlines have been blurred between public and private: reality TV shows multiply, cell phone conversations blare everywhere; secrets are heedlessly blabbed on Facebook and Twitter. Hence, Gaga gratuitously natters on about her vagina…

26.8.10

Mesquita polêmica

Polêmica revela preconceito contra o Islã nos EUA

Patrick Brock

Imersos numa crise em que ainda não se vê o fim, os Estados Unidos protagonizam um episódio lamentável para o ideal de liberdade e tolerância delineado por Thomas Jefferson durante a Revolução Americana. Trata-se da polêmica da mesquita no "Ground Zero", ou marco zero, termo usado inicialmente para descrever o local de impacto das bombas atômicas mas que agora é empregado para nomear a área das antigas Torres Gêmeas, em Nova York.

A história começou quando um líder muçulmano moderado, conhecido por defender o diálogo e a aproximação entre as culturas oriental e ocidental, propôs construir um centro cultural islâmico a poucos quarteirões do local onde atualmente está sendo erigida a Torre da Liberdade, o arranha-céu de 540 metros que substituirá as antigas torres do World Trade Center. O centro islâmico, uma obra de US$ 100 milhões a que seu deu o nome Park51, terá capacidade para cerca de 1.500 pessoas, espaço para preces, cursos e atividades físicas, e um memorial para as vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001.

A proposta causou furor nos EUA, especialmente das famílias das vítimas dos atentados, que consideram a proposta uma afronta ao seu sofrimento. Protestos acalorados na porta do prédio que seria demolido para dar lugar ao centro mostram o estado de divisão e exaltação em que os americanos se encontram em meio à pior crise desde a Grande Depressão, na década de 1930.

Críticos do projeto reclamam que os muçulmanos não demonstram a mesma tolerância que os americanos, citando o estado de opressão em que muitos cristãos se encontram nos países de fé islâmica. Os mais preconceituosos dizem se tratar de uma "mesquita da vitória", numa referência ao lendário hábito dos conquistadores muçulmanos de construir templos de sua fé nos lugares que dominavam.

A polêmica sobre o centro é um tapa na cara de todos que acreditam na tolerância como um meio de resolver as diferenças culturais e religiosas. E, ao contrário do que dizem, impedir sua construção é uma vitória para os terroristas, porque Nova York representa tudo que eles gostariam de destruir: é um lugar de tolerância e diversidade, onde pessoas de 180 países diferentes tentam conviver em harmonia numa das cidades mais densas do mundo.

O resultado de tanta animosidade repentina? Michael Enright, 21 anos, morador de uma cidade dos arredores de Nova York pegou um táxi na 23th Street com a Second Avenue terça-feira à noite. Bêbado, perguntou ao taxista se era islâmico. Ao constatar que ele era mesmo seguidor de Maomé, esfaqueou o taxista várias vezes. O homem foi preso, mas o ódio fica: "Nunca tive tanto medo", disse ao New York Times o motorista, Ahmed H. Sharif, 43 anos, que mora há 25 anos em Nova York e é pai de quatro filhos, todos nascidos nos EUA.

19.5.10

Literatura independente na Bahia

Matéria do programa "Soterópolis", da TVE BA.