29.4.06

azitromicina

a febre vai e volta - um ciclo intermitente de frio, calor e suor. um gosto ruim na boca. enquanto isso, estudantes protestam nas ruas. meu cronograma está atrasado. senador, bolla, onde é que vocês estão?

Lord Byron

28.4.06

sáááááái zica do carái!!!

ow, Senador, quinta feira é nóis.
vai tá tudo lotado, e vai ser tudo nosso.
lembra aí tudo q já rolou... e o 3x2 com dois a menos?

e agora tu tá rendido, hein? O Carlitos é rei!

27.4.06

NOTA 10 PRO TEVEZ. DOIS GOLS, (O PRIMEIRO, GOLAÇO), MUITO TALENTO, MUITA GARRA E UM PASSE LINDO PRO COELHO CHUTAR NA TRAVE

MAS NÃO VAI DAR, PORQUE:

1 - O JUIZ ROUBOU MUITO (UM GOL MAL ANULADO, O CARA QUE FEZ O SEGUNDO GOL DELES DEVIA TER SIDO EXPULSO E FOI RIDÍCULA A EXPULSÃO DO MASCHERANO, QUE NEM FALTA FEZ). PROVAVELMENTE, O JUIZ TAMBÉM VAI ROUBAR (SÓ QUE MENOS, EM UM LANCE CHAVE) NO PACAEMBU.
A ARGENTINA SÓ GANHA ROUBADO, E ISSO VAI ACONTECER MAIS UMA VEZ.



2 - TÉCNICO OMISSO E INGÊNUO. NÃO SOUBE MEXER NO TIME. O QUE ELE FEZ AOS 42 DEVIA TER FEITO NO INTERVALO. DEVIA TER POUPADO O TIME NO BRASILEIRO.


3 - COELHO NÃO DEFENDE NEM ATACA. NÃO TEM RESPONSABILIDADE TÁTICA, ACHA QUE JOGA MUITO MAIS DO QUE JOGA. É EGOISTA.


4 - RICARDINHO NÃO DÁ. PÁRA DEMAIS O JOGO, NÃO TÁ PRODUZINDO NADA, PERDE DEMAIS A BOLA...


PARA O CORINTHAINS TER CHANCE, TERIA QUE:

1 - POUPAR O TIME INTEIRO NO BRASILERO.

2 - COLOCAR EDUARDO RATINHO DE LATERAL E ROGER DE ARMADOR (NO LUGAR DO RICARDINHO)

3 - NÃO TER JOGADOR EXPULSO BESTAMENTE.

4 - O JUIZ NÃO ROUBAR!


MAS TERIA QUE ACONTECER ESSAS QUATRO COISAS, POR ISSO ACHO MUITO DIFÍCIL.

SENADOR

26.4.06

25/04/2006 - 20h25
PSDB usa slogan de FHC para alavancar Alckmin em propaganda da TV
Da Redação
Em São Paulo

"Gente em primeiro lugar". O slogan, usado nas campanhas eleitorais de Fernando Henrique Cardoso à Presidência em 1994 e 1998, voltou a ser entoado pelo PSDB na propaganda partidária. Num tom enérgico, o pré-candidato Geraldo Alckmin criticou o governo federal e enumerou ações das gestões tucanas nos Estados após repetir a frase. As peças publicitárias foram apresentadas nos intervalos dos programas da TV aberta nesta terça-feira (25/04).

O SLOGAN CERTO NÃO SERIA "A GENTE EM PRIMEIRO LUGAR"?

24.4.06

COMENDO CANHAMO

A transação completa durou quase duas semanas. Quando finalmente chegou e fomos buscá-la, chovia muito e as ruas alagaram. A substância in natura estava compactada em um pequeno tijolo e sua cor era marrom; quando provada, deixava um gosto oleoso; mas só ao chegar em casa, descobri que era mesmo gordura de sonho. Desde então, não consegui mais dormir. Já são três dias.

Lord Byron

21.4.06

P = Qual o sentimento ou estado de ânimo que mais o inspira?
FELLINI = A tentativa de agarrar, escutar um discurso que de uma vez para outra se foi fazendo em voz mais e mais baixa, até não se conseguir dizer. É como essa sensação aí, de alcançar um fio que me escapou da mão; estou sendo um pouquinho lírico, mas para tentar captar a definição exata; o estímulo que me prende a meu modo de exprimir acho que é esse: prestar atenção e emprestar o coração ao que quase já foi esquecido.
(depoimento no documentário "Um auto-retrato")

18.4.06

Brincamos de trabalhar, brincamos de viajar... Gastamos as melhores horas da nossa juventude brincando de fazer livro. Para que, exclama e pergunta o meu espanto.

Senador

MORREU ATROPELADA

uma vaca vesga vinda de salvador.
ao que dizem, fugida. novos depoimentos serão tomados.
cruzamentos caóticos de cidade grande, também perigosos para animais. (ainda que não se produzam tantos ebós).

14.4.06

Agonia e fé no calvário do Monte Santo

Agonia e fé no calvário do Monte Santo

Romaria existente há mais de 200 anos continua, mas está menos fervorosa e com a estrutura descuidada

PATRICK BROCK
ENVIADO ESPECIAL

“Monte Santo é um lugar lendário”

Euclides da Cunha, Os Sertões

MONTE SANTO – Os romeiros chegam em ondas de fé, prontos para o calvário de 3 km de extensão e 500 metros de altitude. Alguns enfrentam as pedras com os pés descalços, para ampliar o sofrimento. No alto, o pináculo do fanatismo cristão sertanejo, um local místico, ao qual se atribuem milagres e graças alcançadas. O burburinho de vozes, fogos de artifício e vendedores de água contrasta com a pureza bicentenária da igreja de Nossa Senhora das Dores. Ao chegar no cume da montanha, arrasado pela altitude e os pedregulhos traiçoeiros da escalada penosa, o penitente perde-se num misto de êxtase religioso e auto-imolação que inspirou o próprio Antônio Conselheiro, quando este formou seus dogmas sacrificantes e proféticos, responsáveis por atrair milhares de seguidores fanáticos.

Em nome da fé que paga as promessas e busca milagres, milhares de romeiros vem de povoados e cidades próximas, e até de outros estados, para subir o Monte Santo, numa tradição que se renova com os jovens e é mantida por senhores idosos, risonhos da vida enquanto galgam a via sacra do sertão. O movimento começa à meia-noite da sexta-feira da Paixão e vai aumentando até atingir o ápice às 6 horas da manhã. Romeiros em pleno fervor religioso e jovens barulhentos misturam-se – o objetivo é purgar os pecados com a escalada extenuante.

Neste momento são 3h30 da manhã e os primeiros ônibus chegam à praça principal de Monte Santo (300 km de Salvador).
- O caminho de Deus é o caminho da dor - diz a lavradora Maria do Carmo, 48 anos, do povoado de Mandacaru. Maria vem ao Monte Santo todos anos e já chega cantando, com a voz ressecada de sertaneja. Sua reza é de uma melancolia quase feliz e ela lança sua harmonia antes de acender um cigarro de palha:

“Quem foi que nasceu
Na noite de Natal?
Menino Jesus,
Para nos salvar
Bendita seja
A novena meu Deus
Menino Jesus
Na Lapa nasceu”

Na entrada do caminho sagrado, os grupos vão aumentando em tamanho e freqüência. No sopé, preparam-se para a escalada o moto-taxista Vildemário Silva dos Santos, 30 anos, nascido e criado em Monte Santo. Depois de uma década de ausência, ele voltou para escalar o monte, porque “é sagrado”. Há pureza em sua voz.
- Vim agradecer a Deus por estar vivo e trouxe meu amigo e irmão aqui - Ao seu lado, o artesão de 37 anos Roberval Lima Gonçalves, feição séria e olhar descansado. Ele vai pagar promessa, acendendo uma vela para Nossa Senhora quando chegar ao cume.
- Estive muito doente, com problema de depressão, e hoje eu agradeço muito a Deus por estar aqui - e os dois partem em disparada, Vildemário a incentivar Roberval. Depois chega Luciano da Silva, 17 anos, morador de Monte Santo, acostumado a enfrentar o caminho desde os sete anos.
- Tem gente que sobe aí pra bagunçar, quebraram os santos lá em cima, isso acaba um pouco com a história. Esse ano eu vou subir só pela tradição mesmo. Mas teve um ano que subi porque um tio meu estava preso, fiz a promessa pra ele ser libertado.

Na praça, em frente à igreja de Monte Santo, os vinte remanescentes da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Santa Cruz preparam-se para subir. Usam uma espécie de manto roxo, parecido com um hábito dos capuchinhos – a romaria foi iniciado por um frei capuchinho, Apolônio de Todi, em 1775. Dois deles levam cajados com lanternas e um terceiro, no centro, empunha a Santa Cruz. São cerca de 20 devotos, idosos na maioria. Um deles, de torso anormal e olhar compenetrado, bate a “matraca”, um tipo de reco-reco destinado a anunciar o início oficial da romaria.

- Louvemos a Santa Cruz.... – entoam os integrantes da irmandade, enquanto a matraca soa atrevida: “tleco-tleco-tleco-tleco...”. Começa a subida dos Irmãos. A fila engrossa e uma multidão segue a Irmandade. A primeira etapa é a pior: o ângulo de 20 graus cala os Irmãos. Alguns deles ficam para trás, ofegantes, um irmão idoso atrasa a procissão. Na quarta capela (de um total de 25), breve parada. A segunda etapa segue-se mais tranqüila na planura relativa do terreno. A Irmandade segue em ritmo acelerado e os primeiros raios de luz aparecem no céu.

A última etapa é dolorida e muitos ficam pelo caminho. Já se vê a cidade lá embaixo, diminuída, a igreja matriz agora parece caber na ponta de um dedo. Ao chegarem no topo, um santuário recebe os romeiros de portas abertas, mas muitos contornam a igreja branca como se fossem muçulmanos em volta da pedra sagrada em Meca. Alguns acendem velas, os recibos de promessas cumpridas, enquanto outros juntam a cera derretida em novelos presos a barbantes, como uma pescaria de sebo.
- A romaria antes era mais forte. Todo mundo rodando a igreja, e rezando - diz o aposentado Valter Martins dos Santos, 75 anos, natural de Monte Santo e residente em Camaçari. No lado esquerdo da nave, na capela cumeeira, dois diplomas do mesmo indivíduo: um de 1968, de um curso para vigilantes noturnos em São Paulo, e outro de 1984, certificando o proprietário como detetive profissional. Entre os dois, algumas linhas de envelhecimento no rosto da foto e o olhar mais cansado. Mudos testemunhos de graças alcançadas, os diplomas dividem espaço com as toscas réplicas de pés, braços, mãos e cabeças. Na parte central, diante das imagens piedosas de Nossa Senhora, uns poucos beatos e beatas rezam em voz baixa, o rosto contrito, as mãos unidas e o olhar pedinte, elevando-se aos céus.

Já são 6h20 e a coluna de fé domina o caminho no monte. O topo da montanha enche-se de gente e jovens iconoclastas fazem piada no caminho dos romeiros. Há um clima de festa e não de respeito, com o lixo nos arredores e os fogos de artifício que pipocam no céu. Quarenta minutos depois, os Irmãos descem o morro em meio à cantoria do louvor e das matracas, carregando as imagens de Nossa Senhora das Dores. Outra multidão segue os Irmãos. O Sol abre seus raios sobre a paisagem do sertão agora verdejante, refletindo nos açudes cavados para o período das chuvas. É um tempo de esperança e renovação. O fluxo continua.

Romaria iniciou-se em 1775

“Aqui não se chamará mais Serra do Piquiriçá, e sim, Monte Santo”, decretou, do alto da montanha, o frei capuchinho Apolônio de Todi, em 1775. Vindo da missão de Maçaracá, na época uma aldeia indígena e hoje a cidade de Euclides da Cunha, Todi desejava ampliar seu trabalho missionário para as terras da fazenda Lagoa da Onça, mas o povo não compareceu para assistir à sua pregação: não havia água suficiente. Foram então para a Serra do Piquiriçá, terra de aventureiros em busca do Eldorado e onde a água abundante garantiu a audiência.

Impressionado com o aspecto da montanha e convencido de sua semelhança com o calvário de Jerusalém, Apolônio de Todi organizou uma procissão de penitência para levantar um cruzeiro no alto da montanha, no dia 1 de novembro de 1775. No caminho, os fiéis foram açoitados por fortes ventos e plantaram 25 cruzes: a primeira para as almas, as sete seguintes para as dores de Nossa Senhora, e as 14 restantes, para a paixão de Cristo.

Segundo o relato da lenda de Apolônio, após a ameaça da ventania, uma nuvem luminosa surgiu no alto da montanha. Era o sinal: o frei ordenou a construção da capela, no alto, para Nossa Senhora das Dores. Ajudado pelos moradores dos povoados próximos, Apolônio erigiu a fabulosa via sacra na montanha sertaneja, obra posteriormente completada em 1791 e incrementada pelo trabalho fervoroso dos habitantes da cidade do Monte Santo, cada vez mais numerosos, em virtude das seguidas romarias da Semana Santa, pois o frei decretou que, “nos dias santos, venham visitar os santos lugares, pois vivem em grande desamparo das cousas espirituais”. Quando explodiu a guerra ao arraial de Canudos, Monte Santo serviu como base para as tropas republicanas que encerraram o sonho fanático dos seguidores do Conselheiro.

Atualmente, o santuário é que está desamparado, embora ostente uma vistosa placa com o nome do Instituto do Patrimônio Histórico-Artístico Nacional (IPHAN) e promessas de reforma. A ação de vândalos, há dois anos, forçou a retirada das obras de arte sacra das capelas, agora encerradas na segurança da igreja matriz de Monte Santo, abaixo do santuário. Em seu lugar, meras fotografias. (P.B.)