28.5.04

2175.
o aniversário vai ser lá. ela me disse que chegaria às 9:00. fácil de chegar, repetiu. 2175, lado esquerdo da rua. a parede do lugar é verde, portas grandes de madeira.
até fingi copiar o endereço. a memória q me traiu e gravou por conta própria.
num consegui pegar o ritmo da música. ficaria tímido na hora de dançar.

::::____________________:_____:::::_________/;\_____:::___________°°_-_________::.°:::____/0\________-::__
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de novo. é sempre assim.

SEMPRE ASSIM
E o mago do printscreen define: revista caras digital.
ha ha ha. disse bem.

/sampleando (wc) quando descreveu:
"hoje alcancei um estágio importante no meu processo de aculturação em São Paulo"
___________________________________________________________________
quando chego do trampo cansada.
essa prensada já num me deixa com a cabeça em estado de espera.
total.mente aculturada.
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::(goiaba?)::::::::::::::
RUMORES

Ouvi dizer
que do seu rosto
saem dragões de neve
ou abismo.

Dizem que trata-se
de espetáculo mais bonito
que a dança dos mares
com o fogo.

Verdade?

André Setti
andre.7@uol.com.br

27.5.04


19

consegui um jardim há muito pouco tempo. menos de um mês.
e todos sabem o quanto procurei um lugar assim. roseiras e uma azaléia, entre outros verdes e matos. tudo num círculo com menos de 3 metros de diâmetro.
o suficiente.
hoje, o susto. e logo na primeira xícara de café.

em menos de um mês cria-se um hábito. eu criei o de acordar sob o sol frio em frente a meu novo jardim.
mas, antes de mim, chegaram as visitas. tão inesperadas quanto nojentas. Eram 19.
19 largatas verdes, gordas, peludas, com patas laranjas e antenas azuis. ridículas e odiáveis. todas dormindo.
fazendo a sesta.

devoraram. acabou.

e as 19 largatas dormindo de barriga cheia.
imóveis, 19 bichos peludos pendurados em galhos nus.
e eu é que não vou esperar a metamorfose.

matei, uma a uma, as 19 criaturas gosmentas.
suculentas, morrem sem nenhum barulho. o único sinal que emitem para avisar que já morreram é um líquido verde limão. ficou a mancha no chão. uma mancha verde, horrível.
o resto de 19 seres repugnantes, que não deveriam ter aparecido ali.

borboletas. 19 delas.
eu não quis esperar. de todo modo, não pousariam no meu jardim. já não há.
não existe mais.

>>b

26.5.04

O MILAGRE


Saiu do armazém colocando a garrafa de meio litro de cachaça embaixo do braço. Passava das três da tarde e era seu primeiro dia de quase desempregado. No último melancólico mês em seu emprego tem o direito de sair duas horas mais cedo para, supostamente, procurar um novo emprego. Mas não é o que ele, como estou dizendo para vocês, pensa. Passa no armazém e compra uma garrafa barata de plástico. Uma garrafa de velho barreiro de meio litro. Gordinha. Fofinha. Baixinha. Quase erótica. Começa a cair uma chuva fria de maio. A massa de ar polar invadindo Porto Alegre e rasgando sua topografia de sul à norte. De oeste à leste. Chega em casa, molhado e com frio, guarda a cachaça na geladeira e abre uma lata de cerveja. Liga a televisão e assiste um filme da sessão da tarde. Duas horas e seis latinhas depois, ronca grotescamente em frente ao televisor. Acorda com o barulho da campainha do apartamento. É o síndico que vem lhe entregar uma notificação do condomínio cobrando três meses de atraso. Nem tem mesmo vontade de xingar ou mandar o síndico tomar no cu que é o que ele merece, pensa ele. Fecha a porta na cara do sujeito sem nem bom dia sargento. Joga a notificação em cima da mesa da cozinha e vai até a geladeira. Bebe um gole de água gelada e se lembra da garrafa de cachaça. Boa hora para se começar a encher a cara, pensa o quase desempregado.

Quando abri a garrafa ainda estava meio bêbado e zonzo com tudo aquilo. Receber a notícia que estou sendo demitido e uma notificação de atraso de pagamento de condomínio na mesma tarde é demais. É demais! Pior de tudo era ficar mais trinta dias trabalhando e ensinando um estagiário fedendo a merda o trabalho que eu fiz por mais de seis anos. E as leis trabalhistas e o caralho, porra nenhuma. Contrataram um borra-botas no CIEE e eu que me fudesse. A pressão corria atrás de mim. A pensão da minha filha que a vaca da mãe dela gasta em badulaques e festinhas com os idiotas dos amigos dela. Não me lembro onde estava com a cabeça quando trepei com essa doida. Lembro sim. Estava bêbado. E minha filha ainda vem e me pergunta. Pai, o que é fracassada? Eu não respondo. É que é a mãe disse pra eu estudar direito no colégio pra não ser uma fracassada. Não respondi de novo. Peguei ela pela mão e a levei até o McDonald's. Ela ficou quieta observando os desenhos nas paredes. Eu fiquei quieto observando as coxas de uma das mães que estava sentada em outra mesa. Minha filha notou que eu estava olhando para as pernas da mulher e pediu. Pai, me paga outro milk shake.

Depois de aberta a cachaça, ele encheu um copo pequeno e despejou o primeiro gole no chão. Uma névoa espessa surgiu e dela saiu um homem grande todo vestido de branco e pés descalços. Quem é você? Perguntou. Eu sou o santo, amigo. Quando alguém joga um gole no chão para que o santo beba, sou eu que bebo. Mas eu nunca vi porra nenhuma de santo sair de um gole de cachaça. Arrá, meu amigo. Isso não acontece com qualquer um. Só para uns poucos escolhidos. Já pensando que estava bêbado, Eric, desculpem-me, esqueci de apresentá-lo antes pois sou um narrador muitas vezes debochado, outras vezes, arrogante, não me dou conta que vocês não conhecem a história, bebeu o resto do copo sem dar-se conta que ainda não tinha bebido nada. Tá. Mas e porque eu? Isso não lhe interessa agora, Eric. Como você sabe meu nome? Calma, não foi nenhum de vocês que avisou o santo, não foi?, eu sei porque eu sou santo, Eric. Quando eu apareço para alguém é lhe dado o direito de exigir um milagre. Calma. Você tem tempo para pensar. Enquanto o milagre não for executado, você pode me chamar a qualquer momento. É só jogar um gole de cachaça no chão. Assim. E o santo joga um pouco de cachaça no azulejo amarelado de sujo da cozinha do apartamento de Eric e desaparece em meio a uma névoa espessa e com fedentina de álcool.

No fim-de-semana Eric encontrou sua filha. Foram ao cinema assistir um filme da Disney. Antes do primeiro gole num copo de meio litro de coca-cola, Eric tropeçou numa dobra do tapete na escadaria do cinema. Logo depois apareceu o santo, sentado ao seu lado.

Mas esse desgraçado não aparecia só com gole de cachaça?

Sei o que está pensando, Eric. Que eu só aparecia quando você estivesse bebendo cachaça, não é? Eric não responde. Estão passando os comerciais antes do filme. Somente acena com a cabeça. Sua filha pergunta qualquer coisa. Ele não escuta. Então, Eric, já decidiu qual vai ser o seu milagre? Olha aqui sua assombração, minha vida já tá uma merda. Vê se some. Quer calar a boca aí, ô abobado, grita alguém sentado mais para cima. Tá falando sozinho, pai?

Desgraça de vida. Agora minha filha vai pensar que eu sou doido. A única pessoa que presta nessa porcaria toda e vem esse coiso aí, esse panaca vestido de branco me assombrar. Deve ser fruto da imaginação. Algum delírio que vai passar com o tempo. Não entendo nada dessa história de auto-sugestão e o cacete. Nem religioso eu sou. Quanto mais pra enxergar um maluco vestido de pai de santo. Ainda eu sou o escolhido? Deve ser um trote. Olho pra minha filha. Ela presta atenção no filme. Ela não enxergou nada. Só eu enxergo. Como faz pra esse coiso ir embora? Será que vai ficar aí? Até o final do filme? E ainda por cima cortando as unhas do pé?

Eric começou a se cuidar. Toda a bebida que pegava em suas mãos, largava com toda a calma em cima de algum lugar plano e seguro, sem que existisse a mínima chance de cair alguma gota no chão. Tinha medo de contar o que tinha ocorrido para alguém e ser chamado de louco. Serviu à paranóia sem que os outros notassem que se tratava de uma paranóia. Até mesmo negou convites para beber com os conhecidos. Saía mais cedo do trabalho e ia direto para casa. Comprava os classificados de jornal e procurava. Um emprego atrás do outro. Telefonava. Mandava currículos pelo correio. Pela internet. Quando podia, entregava pessoalmente. Logo iria chegar o dia da rescisão e ele sabia que o seguro-desemprego e o FGTS eram só pra pagar as dívidas. E não seria uma visão patética de um cara vestido de branco que o faria acreditar em milagres.

Depois de três semanas tentando encontrar um emprego, decidiu que era hora de parar com aquela paranóia. Dia e noite, só pensava na maldita assombração e no medo de enlouquecer. Se fosse para enlouquecer, que fosse de uma vez só. Foi até um bar perto de sua casa e pediu uma cachaça. Mal o copo pousou sobre o balcão, jogou o gole do santo no chão e o cara de branco surgiu de novo. Como vai, Eric? Pensei que tivesse esquecido de mim. Qual é o seu milagre, Eric?

Agora eu pego essa assombração desgraçada. Não é nenhum milagre, comecei a falar bem alto, mas era cedo da manhã e eram poucas pessoas no bar, um que outro consumindo apressadamente uma média antes do trabalho. É um pedido bem comum, santo. O dono do bar limpava um copos enquanto esperava o café encher uma xícara e observava com o canto do olho. Estava acostumado com loucos. Se não estivesse, não seria dono de um bar. Eu quero um emprego.

Não seja por isso, respondeu o santo. Se é um emprego teu milagre, um emprego terás. E sumiu por entre uma névoa espessa cheirando a vinho barato. Cinco minutos depois, um homem tropeçou na rua e deixou cair seu laptop no chão. Eric saiu do bar para ajudá-lo a se levantar. Juntou o laptop e devolveu ao homem. O homem ajeitou o terno, arrumou a gravata e encarou Eric. Ei, você não trabalha na empresa ...? Eric já quase virando de costas, completou. Trabalhava. Trabalhava? Mas como te mandaram embora? Me lembro de você. É justamente quem estou precisando lá na minha empresa. O homem lhe entregou um cartão, pediu para que ele lhe ligasse mais tarde e foi embora, apressado.

Seis meses depois, caminhava pela Cristóvão Colombo quando decidi entrar em um bar. Estava chegando o natal, um calor desgraçado, eu cansado, e não tinha um puto no bolso. Nem pra comprar uma lembracinha pra minha filha. Mas ainda restava algum pruma cerveja. Entrei em um bar na altura da Ramiro Barcelos e me encostei no balcão. Peguei do copo de cerveja e, sem pensar, joguei um gole pro santo. Senti um frio percorrendo a espinha e olhei para o lado já sabendo o que me esperava.

Ei, você não disse que fazia um milagre? E não fiz? Respondeu o santo bocejando. Não te consegui um emprego. Ah, tá falando daquele emprego? Sim. Era um emprego sim. Mas o salário era uma bosta. Eric, Eric. Eu falei que fazia milagres. Não o impossível. E bebeu da cerveja de Eric.


Marcelo Benvenutti
www.conto.com.br

24.5.04

me preparo para ir mais uma vez ao Tronco, espaço de exploração e comiseração. sou uma puta, sim. trago com sabor o pó de estrela com ervas naturais. me lembro de quando fui mais glamoroso comigo mesmo e com as outras pessoas. é engraçado, deve ser meu orixá, colocado ao meu lado, sua mão pesada em meu ombro direito. nossas vozes se misturam, ele é tão velho. milhares de anos percorrendo areias, florestas e pedras frias. corpos quentes em profusão. meus filhos correndo nus por uma praia desconhecida. um zumbi enorme surge do mar e se debate com as ondas. ele se aproxima de mim com olhos totalmente negros. me entrega uma carta.

"NATIONAL ANTHEM"

aL nITE lANG

23.5.04

Segunda ode aos convivas de Orkut

Segunda ode aos convivas de Orkut = Scrapbooks (I) e (II)

Scrapbook (I) = (A), (B), (C), (D), (E), (F)

Scrapbook (II) = (G), (H), (I), (J)

(A)
Último-andar:
Andre Leal, Bruna Faustino, Cecilia Giannetti, Daniel Kalil, Diogo Kalil, Iansã Negrão, Isolda Libório, Iuri Rubim, Nathália Carvalho, Pérsio Menezes, Rodolfo Filho, Tiana Chinelli

(B)
K:
Gustavo Cavinato, Manuela Colla, Mariana Bandarra, Mariana E. Messias, Pedro Mandagará, Marcelo Benvenutti

(C)
Palavras cruzadas:
Fabio Pinto, Izabel Marcilio, Patrick Brock

(D)
Gonzo:
Bruno Galera, Caco Belmonte, Cardoso Czarnobai, Daniel Pellizzari, Delfin, Emilio Fraia, Fred Leal, Hermano Freitas, Joca Reiners Terron, JP Cuenca, Rodrigo Oliveira Álvares

(E)
Salvador 90s:
Andre Stangl, Gustavo Rios, Guilherme Darisbo, Ivã Coelho, Luciano Matos, Paolo Bruni, Vanessa Mariano, Walter Mariano

(F)
Salvador 00s:
Andrea May, Claudio Manoel, Greice Schneider, Rodrigo Sputter, Vj pixel 5:22 PM

(G)
São Paulo 00's:
Alexandre Matias, Gilberto Custodio

(H)
Assessoria jurídica:
Caiobr

(I)
Trilha sonora:
Chico Correa, Hermano Vianna

(J)
Special thanx to: Alberto Oda, Alexandre Inagaki, Ana Paula Boni, Bruna Beber, Caê Carvalho, Cláudio Daniel, Cristiano Canguçu, Daniela Matos, Db Eu mess, Flávia Marreiro, Gabriela Almeida, Gil Maciel, Gina Leite, Haidee Lima, Jan Barbosa, Juliana Caetano, Juliana Protásio, Lilian Lordelo, Lorrene Carolline Nunes Vieira, Luiz Teles, Marcio C, Marcos Luiz Casé Góes, Mariane Alvim, Mônica Lucas, Nanna Pôssa, Newton Mota, Paloma Varon, Paula Góes, Paulo Fortes, Rodrigo De Luna Vieira, Sabrina Fonseca, Silvia Rodrigues, Taís Campelo, Tatiana Oliveira, Tatiana Reuter, Thais Aragao, Thais Cortez, Thiago Fernandes, Ticiana Leon, Ubaldo Coelho, Vinicius tchuna Tchunidius

(Cazé)

22.5.04

RETORNO

Minha renúncia acabou.


21.5.04

Na onda do microconto:

[1]
BOLA
Se apelidava o fã de futebol.

[2]
QUEBEC
Boa massa canadense.


Eu que fiz. Assinado:
Cazé

20.5.04

TRADUZINDO ANL

Anl dixit:

Acorda, a vida é uma bosta.
Você de novo na fossa
sem fundo.

André

19.5.04

lembrança ano ao lado a passado a passou: nenhum começo vai inventá-la.

(wc)
conseguiu. "o Senhor é meu pastel..."
Mesmo na morte
a vida é grande.
Mesmo que acabe
aqui e agora
acaba nunca.


André.
PS: Buda é uma Peste. Frase besta, apenas com a intenção de provocar sorrisos. Consegui?
andre.7@uol.com.br



18.5.04

ALCATRÃO



eu matei Deus esta noite. fui até o posto de gasolina, carreguei minhas moedas,
descarreguei minhas mágoas e comprei um maço de marlboro light. traguei profundamente.
o mundo começou a fazer mais sentido. sucumbi e quis criar alguma coisa. e li você (lovecanal.blogspot.com)

al nite lang

12.5.04

Profere o emissário ameaça:

- " Vocês não duvidem de nosso póstumo império. Animais pestilentos. Aceitem domínio de armas. Viemos a bem do comércio. Do amor magnata. Tuas vidas não valem de nada. Canalhas."



Vlad script
contagem para as férias: maio, junho, maio, abril, março, maio, março...
SPLEEN



Minhas orelhas doem de tanto que você fala de mim. Mal o tempo todo mas mesmo assim eu te amo. Dedico a você uma enorme cristaleira de sangue, doce de leite e gozo. Meu gosto agridoce na sua boca enquanto você encara quem estiver na sua frente e fala mais uma vez de mim.

Patrick Brock
My name is not Robocop dos Teclados

11.5.04

FACES DO RIO

A tristeza do rio que corre
não é a das folhas que bóiam
nem a dos barcos que passam.

Mas, a tristeza
do lago azul que abraça
águas feitas de lágrimas
do infinito.


André Setti
andre.7@uol.com.br

9.5.04

UMA SURUBA



uma suruba, corpos oleosos enroscados uns nos outros. soft music no ambient sound. discover your every needsssss... she opens her legs, turns over at you with blue eyes and womanly scent. her legs tight around your waste and thighs, and suddenly you are fucking this bitch like never before. she is beatifull as you come and go on her soft body. it doesn't seem of any interest to if she ever reaches the highest peak. it doesn't matter because when you come, she is right there to accept you. a midnight or wet summer dream, wake up, life sucks you again into the bottomless pit.

Al Nite Lang

7.5.04

o núcleo tem trabalhado seriamente nesta capital dos grandes negócios e acontecimentos. reuniões longas para tomada de decisões improváveis. geralmente relatos complexos apresentados. novas informações com grande potencial transformador. cabras num circo andam em corda bamba.
temo não conseguir acompanhar o teor de um importante encontro, ainda em planejamento. algo envolvendo experiências sacras, transcedência, guimarães rosa, música minimalista e beberagem de origem nacional.
alguém mais?
> bel

haver navios.
condição importante para a nova empreitada.

vendo assovios.
não compra quem só quer.
o problema, penso ser, falta de embalagem.
acondicionamento adequado. potes de iogurte podem servir.
e eu espero uma idéia melhor.
grana não tenho, comprar navios.

fica o consolo de não carregar a âncora.

VENDO ASSOVIOS

6.5.04


Taxa de Mortalidade por Homicídio da População Masculina de 15 a 19 Anos
Distritos do Município de São Paulo, 2000

5.5.04

A querida postou uma flor murchada pelo messenger.
Olhei aquilo, sem poder levar apenas a flor para a lixeira:
a janela toda iria junto e, com ela, a querida.

De nada adiantaria uma lágrima num smile ou outro ícone qualquer.
Antes que eu pudesse teclar qualquer coisa, ela fechou o chat.
Eu a renomeei com o nome de outra.

Quando ela reconectou, tudo era, outra vez, novo e fresco.

Hermano Daliatenio
hoje, contra o fortaleza, renasceremos das cinzas. em matéria de renascimento, temos História.



campeão paulista de 1977, após mais de 20 anos sem título

em pé: Zé Maria, Tobias, Moisés, Ruço, Ademir e Wladimir (não o Cazé)
agachados: Vaguinho, Basílio (autor do chorado gol histórico), Geraldão, Luciano e Romeu.
sempre achei que tarantino melhora a cada filme. 1 cães de aluguel 2. pulp fiction 3. jackie brown.

achei que seria difícil pro cara fazer algo mais bem feito e redondo que jackie brown, por isso, fui ver o kill bill sem muita expectativa. felizmente, me enganei. o filme é lindo, engraçado, mitológico. samurais, lutas marciais, intrigas e muito sangue. caricatural. cenas extremamente violentas com uma trilha lírica japonesa em contraponto. no meio do filme, um anime, e depois, filme de novo. as mulheres comandam. quase todos os personagens, fêmeas. trecho na califórnia, trecho no texas, oquináua, tóquio. personagens incríveis. fotografia perfeita (faz a fotografia de sala de espera de dentista do chato e breguíssimo dolls parecer coisa de criança).

recomendo.

fábio bullarovich


Está quase pronto o folheto onde se lê:

poema: wladimir cazé
ilustração: Diogo Kalil


Canto quinto para a Vila de Madalena

ora viva madalena
geração de benedito
mourato, muito importante
teodoro história tem
salve ê, casa do norte
simão e gago exemplos são
fortaleza night club
baita largo de batata
na pedroso pesada
na praça da fnac
prédio de tomie ohtake
das quebrada' de pinheiros
cardeal é imortal
calvário, centro antiquário
linha quatro, futura amarela
meu prodígio de fradique
é aqui que você fica
mora no beco-escola
na boa na rua lisboa
olha, garota-garoa
tu merece partitura
é harmonia segura
ó, fidalga formidável
férias, dinheiro
divirta-se


4.5.04

WHEN MASTURBATION LOST THE FUN



A memória de dias mais felizes me persegue enquanto sento numa lanchonete multinacional. Meu sanduíche americanizado tem gosto de bombardeio. Eu sou o CEO da minha própria vida e mordo a massa macia da carne e do pão. Vou caminhando. É só isso que tenho feito. Os dias claros e as noites frias, batalhas sangrentas em lugares remotos. Tento viver os eventos distantes como se estivessem encarcerados na minha imaginação. Tenho vivido assim há um tempo, longe de encontrar a verdadeira felicidade, longe de onde acho que ela está. Só hoje consegui entender a verdade, enquanto tramava o levante de pensamentos. Algo instintivo, intestinal, me levou a empunhar esta arma, agora, apontada para a cabeça do meu editor. Ele tem filhos, sim, eu nunca os tive. Explosão seca de metal incandescente. Uma negra sorri para mim. Eu também te amo, respondo.

aL nITE lANG

3.5.04


ALMOFADAS
Espécie de saco estofado para encosto, assento, ornato.
Boas para se agarrar (ou jogar para cima), apoiar a cabeça, colocar entre os joelhos.
E dar muitos beijinhos.

2.5.04

SEXO NÉON

>search [ LiquidBaby ] / Silicon
Dream / Japan© Com
O gozo de um megaton!
>>slut OL / run Trom

LiquidBaby> Saudações *.san.
Qual seu desejo? [translate]
Essa é mais velha q o Fortran!
> Desliga o Aut. Vamos ao combate,

BabyLady. Load me in...
Plot o rubro ciberema.
LiquidBaby> You chose the main.

>>icon sex proceed
Espasmos no sistema.
LiquidBaby>$200 credits loaded

nuntius
2000

1.5.04

LSD


Soturno louco

Na lira do esgoto,

Dez dimensões de lua

Que saltam e beijam.

O mar que eu vejo, agora,

Tonalidades divergem

Na minha praia.

Amor, cor verde, noite.

Nenhum mistério, apenas

Bonita a nuvem

Alaranjada no sino

Que não se cala

E as vértebras.


André Setti.
COMENTEM!




A INCORPORAÇÃO DO MEDO

Observamos

não apenas o medo,

incorporado aos prédios

que nos abrigam.



Analisamos,

em cada passo,

as reentrâncias

do seu sistema nervoso.



Avistamos, os dois,

O enorme vácuo

(talvez houvesse um fruto

atrás da ponte).



Porém seguimos,

abandonados e medrosos,

sobre a cidade frígida.



Com medo,

compramos caos e presentes,

entregues ao seu destino.



Passeamos em velhos pátios,

trilhos desativados,

casarões e bondes

que não mais circulam.



A cidade cresce de modo vago,

como as dívidas que se arrastam

no ritmo da respiração.



Faísca.

Nem mais nem menos

no relógio da torre.



Meia-noite.



Então, sabendo-me nulo

e não sentindo nada,

torno à casa

no fundo dos olhos.



André Setti
COMENTEM! andre.7@uol.com.br / Assunto: incorporação do medo