30.12.05

overall along the year

just because of profit-taking...the prisioners of guantánamo bay are on hunger strike. i'm fat. like this bastards sucking literary sucess. i wish the best for them all. sorry, i'm drunk

25.12.05

pela televisão era pior. a família não suportava assistir enquanto o corpo dela era retalhado ao vivo

24.12.05

UM POST NATALINO

Vocês sabiam que gente grande faz xixi? E que o desconstrutivismo pode ser desconstruído? Só sei que nada sei, mas sei mais que os outros. Picasso foi, mas temeu ser clássico; fez-se caricaturesco. Feliz natal, mulheres que nunca verei. Feliz natal e próspero ano novo, mestre das causas perdidas. Tudo é perigoso. Atenção!

Senador
Money greedy
I trust you over all
The way you break my heart
The way you trample on my soul
Kill me with a quickness
(...)
Security social
Standing in government lines
Standing in government lines
Standing in government lines
I take what’s mines
I take what’s mines
We know
Money greedy
I love you over all
Money greedy
You trample on my soul
You trample on my soul
You trample on my soul
Kill me with a quickness
I guess it’s strictly business


(Tricky, Angels with dirty faces, 1998, Island Records)

21.12.05

BORDÕES DO SEU MADRUGA:

"A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena."
"Eu sabia que você era idiota, mas não a nível executivo!"
As idéias são livros, a arte é um vício.

Senador

20.12.05

PIXA UM DIREITO
DO CIDADÃO.
APAGA,
UM DEVER DO ESTADO.
(no alto duma parede no Grajaú)
VOCÊS QUEREM MESMO A VERDADE?

http://charges.uol.com.br/vercharge.php?idcharge=1947&modo=som

Senador

11.12.05



revista contravento 3

8.12.05

Me servi. Foi bom. A pizza estava meio rum.

Senador
sirvam-se

29.11.05

booking



leitura de verme por esses dias, depois de longos tempos na casca cibernética. dois deles em particular, lidos na seqüência, o segundo uma releitura ainda não completa: Nineteen-eighty four e Brave new world. Comprados em Leipzig, na Hugendubels, de frente para novos prédios históricos. uma péssima decisão, mas enfim, fuck the currency exchange rate. Orwell devia estar com uma série crise de hemorróidas. Ou quis apenas criar um universo gargantual, esquálido e aterrador. e depois passar para o fordismo feliz e brilhante de Huxley, porra, acho que o mundo está mais perto da soma de sanha consumista do que do pesadelo totalitarista do Ingsoc.

big brother is watching you!

27.11.05

No Rio Grande do Sul, os bambis são os colorados (que foram roubados no pacaembu e ficaram se fazendo de bons moços), e time de massa é o GRÊMIO!

26.11.05

O que o Grêmio fez hoje, só time grande e de massa é capaz de fazer. Corinthians, Atlético, Flamengo, esse tipo de time. O Vasco, o São Paulo, o Cruzeiro, por exemplo, nunca farão nada igual.
É por essas e outras que futebol é inexplicável. O que o Corinthians pode conseguir amanhã não tem 10% do valor do que o Grêmio fez hoje, não tem 10% do valor do Paulista de 77 e 88 e, que foram ganhos SOMENTE NA GARRA.

Senador

25.11.05

CLARO QUE É...

Igor, o puro, perdido no teatro das horas noturnas.

Senador

23.11.05

inversão urbana É NA RUUUUA!!!!!

22.11.05

Junte-se a nós!


17/11/2005
JORNAL A TARDE/CADERNO DEZ!

Ficcões
Patrick Brock
brock@atarde.com.br

Junte-se a nós!

Você, jovem ou adulto de origem muçulmana, junte-se aos mil soldados da guerra santa que estão combatendo as forças ocupantes dos apóstatas imperialistas no Iraque. A seguir, deixamos algumas dicas para que você possa entrar facilmente na terra do jihad.

Ao cruzar a fronteira a partir da Arábia Saudita ou Síria [Jordânia também é uma opção], vista-se bem como um empresário ou colaboracionista. Você pode fantasiar-se de enfermo ou paciente com destino a um hospital. De preferência use jeans e carregue um walkman ou ipod com música ocidental. Isso diminuirá as suspeitas por parte dos guardas de fronteira de que você é um radical islâmico.

Ao chegar à Província de al-Anbar, dirija-se a Faluja e procure o centro de recrutamento da insurgência mais próximo. Cuidado com os centros falsos, eles foram montados pelos agentes de espionagem anglo-saxões para prender pessoas como você, glorioso e corajoso integrante da Al-Qaeda no Iraque. As informações corretas como senha e endereço secreto podem ser encontradas no fórum da internet Al-Ansar Salamalleikum [obtenha o login com um de nossos agentes em Hamburgo ou Londres].

Perícias como a) Montagem de artefatos explosivos improvisados, b) Táticas de guerrilha urbana, c) Preparação de explosivos de alto impacto para uso em veículos automotores e d) operação de câmeras de vídeo serão úteis para a luta. Guerreiros mujahideen que já lutaram no Afeganistão são bem-vindos. Traga sua própria esteira de orações e talheres.

19.11.05

de novo lá



19/11
16h
Turbo Trio (BNegão/ Tejo/ Basa)
Drumagick
Sonic Júnior

14.11.05

caro senador, antes de mais nada meus cumprimentos para quem até pouco tempo era deputado, mas sobre o êxtase da exatidão, vide italo calvino, seis propostas para o próximo mamilo

13.11.05

após o êxtase da criação, o êxtase da exatidão (não sei o que isso quer dizer, e foi comigo)
se deus inventou uma coisa melhor que a mulher, fez questão de manter segredo.

ass: senador de tocantins

12.11.05



12/11
16h
Junio Barreto
Cidadão Instigado
Mombojó

8.11.05

the end of the world as we know it

Discover > Oct, 2000

Twenty ways the world could end suddenly

Corey S. Powell
{May the force be with you.}

WE'VE HAD A GOOD RUN OF IT. IN THE 500,000 years Homo sapiens has roamed the land we've built cities, created complex languages, and sent robotic scouts to other planets. It's difficult to imagine it all coming to an end. Yet 99 percent of all species that ever lived have gone extinct, including every one of our hominid ancestors. In 1983, British cosmologist Brandon Carter framed the "Doomsday argument," a statistical way to judge when we might join them. If humans were to survive a long time and spread through the galaxy, then the total number of people who will ever live might number in the trillions. By pure odds, it's unlikely that we would be among the very first hundredth of a percent of all those people. Or turn the argument around: How likely is it that this generation will be the one unlucky one? Something like one fifth of all the people who have ever lived are alive today. The odds of being one of the people to witness doomsday are highest when there is the largest number of witnesses around--so now is not such an improbable time.

Human activity is severely disrupting almost all life on the planet, which surely doesn't help matters. The current rate of extinctions is, by some estimates, 10,000 times the average in the fossil record. At present, we may worry about snail darters and red squirrels in abstract terms. But the next statistic on the list could be us.

NATURAL DISASTERS

1 Asteroid impact Once a disaster scenario gets the cheesy Hollywood treatment, it's hard to take it seriously. But there is no question that a cosmic interloper will hit Earth, and we won't have to wait millions of years for it to happen. In 1908 a 200-foot-wide comet fragment slammed into the atmosphere and exploded over the Tunguska region in Siberia, Russia, with nearly 1,000 times the energy of the atomic bomb dropped on Hiroshima. Astronomers estimate similar-sized events occur every one to three centuries. Benny Peiser, an anthropologist-cum-pessimist at Liverpool John Moores University in England, claims that impacts have repeatedly disrupted human civilization. As an example, he says one killed 10,000 people in the Chinese city of Chi'ing-yang in 1490. Many scientists question his interpretations: Impacts are most likely to occur over the ocean, and small ones that happen over land are most likely to affect unpopulated areas. But with big asteroids, it doesn't matter much where they land. Objects more than a half-mile wide--which strike Earth every 250,000 years or so--would touch off firestorms followed by global cooling from dust kicked up by the impact. Humans would likely survive, but civilization might not. An asteroid five miles wide would cause major extinctions, like the one that may have marked the end of the age of dinosaurs. For a real chill, look to the Kuiper belt, a zone just beyond Neptune that contains roughly 100,000 ice-balls more than 50 miles in diameter. The Kuiper belt sends a steady rain of small comets earthward. If one of the big ones headed right for us, that would be it for pretty much all higher forms of life, even cockroaches.

2 Gamma-ray burst If you could watch the sky with gamma-ray vision, you might think you were being stalked by cosmic paparazzi. Once a day or so, you would see a bright flash appear, briefly outshine everything else, then vanish. These gamma-ray bursts, astrophysicists recently learned, originate in distant galaxies and are unfathomably powerful--as much as 10 quadrillion (a one followed by 16 zeros) times as energetic as the sun. The bursts probably result from the merging of two collapsed stars. Before the cataclysmal event, such a double star might be almost completely undetectable, so we'd likely have no advance notice if one is lurking nearby. Once the burst begins, however, there would be no missing its fury. At a distance of 1,000 light-years--farther than most of the stars you can see on a clear night--it would appear about as bright as the sun. Earth's atmosphere would initially protect us from most of the burst's deadly X rays and gamma rays, but at a cost. The potent radiation would cook the atmosphere, creating nitrogen oxides that would destroy the ozone layer. Without the ozone layer, ultraviolet rays from the sun would reach the surface at nearly full force, causing skin cancer and, more seriously, killing off the tiny photosynthetic plankton in the ocean that provide oxygen to the atmosphere and bolster the bottom of the food chain. All the gamma-ray bursts observed so far have been extremely distant, which implies the events are rare. Scientists understand so little about these explosions, however, that it's difficult to estimate the likelihood of one detonating in our galactic neighborhood.

3 Collapse of the vacuum In the book Cat's Cradle, Kurt Vonnegut popularized the idea of "ice-nine," a form of water that is far more stable than the ordinary kind, so it is solid at room temperature. Unleash a bit of it, and suddenly all water on Earth transforms to ice-nine and freezes solid. Ice-nine was a satirical invention, but an abrupt, disastrous phase transition is a possibility. Very early in the history of the universe, according to a leading cosmological model, empty space was full of energy. This state of affairs, called a false vacuum, was highly precarious. A new, more stable kind of vacuum appeared and, like ice-nine, it quickly took over. This transition unleashed a tremendous amount of energy and caused a brief runaway expansion of the cosmos. It is possible that another, even more stable kind of vacuum exists, however. As the universe expands and cools, tiny bubbles of this new kind of vacuum might appear and spread at nearly the speed of light. The laws of physics would change in their wake, and a blast of energy would dash everything to bits. "It makes for a beautiful story, but it's not very likely," says Piet Hut of the Institute for Advanced Studies in Princeton, New Jersey. He says he worries more about threats that scientists are more certain of--such as rogue black holes.

4 Rogue black holes Our galaxy is full of black holes, collapsed stellar corpses just a dozen miles wide. How full? Tough question. After all, they're called black holes for a reason. Their gravity is so strong they swallow everything, even the light that might betray their presence. David Bennett of Notre Dame University in Indiana managed to spot two black holes recently by the way they distorted and amplified the light of ordinary, more distant stars. Based on such observations, and even more on theoretical arguments, researchers guesstimate there are about 10 million black holes in the Milky Way.

These objects orbit just like other stars, meaning that it is not terribly likely that one is headed our way. But if a normal star were moving toward us, we'd know it. With a black hole there is little warning. A few decades before a close encounter, at most, astronomers would observe a strange perturbation in the orbits of the outer planets. As the effect grew larger, it would be possible to make increasingly precise estimates of the location and mass of the interloper. The black hole wouldn't have to come all that close to Earth to bring ruin; just passing through the solar system would distort all of the planets' orbits. Earth might get drawn into an elliptical path that would cause extreme climate swings, or it might be ejected from the solar system and go hurtling to a frigid fate in deep space.

5 Giant solar flares Solar flares--more properly known as coronal mass ejections--are enormous magnetic outbursts on the sun that bombard Earth with a torrent of high-speed subatomic particles. Earth's atmosphere and magnetic field negate the potentially lethal effects of ordinary fares. But while looking through old astronomical records, Bradley Schaefer of Yale University found evidence that some perfectly normal-looking, sunlike stars can brighten briefly by up to a factor of 20. Schaefer believes these stellar flickers are caused by superflares, millions of times more powerful than their common cousins. Within a few hours, a superflare on the sun could fry Earth and begin disintegrating the ozone layer (see #2). Although there is persuasive evidence that our sun doesn't engage in such excess, scientists don't know why superflares happen at all, or whether our sun could exhibit milder but still disruptive behavior. And while too much solar activity could be deadly, too little of it is problematic as well. Sallie Baliunas at the Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics says many solar-type stars pass through extended quiescent periods, during which they become nearly 1 percent dimmer. That might not sound like much, but a similar downturn in the sun could send us into another ice age. Baliunas cites evidence that decreased solar activity contributed to 17 of the 19 major cold episodes on Earth in the last 10,000 years.

6 Reversal of Earth's magnetic field Every few hundred thousand years Earth's magnetic field dwindles almost to nothing for perhaps a century, then gradually reappears with the north and south poles flipped. The last such reversal was 780,000 years ago, so we may be overdue. Worse, the strength of our magnetic field has decreased about 5 percent in the past century. Why worry in an age when GPS has made compasses obsolete? Well, the magnetic field deflects particle storms and cosmic rays from the sun, as well as even more energetic subatomic particles from deep space. Without magnetic protection, these particles would strike Earth's atmosphere, eroding the already beleaguered ozone layer (see #5). Also, many creatures navigate by magnetic reckoning. A magnetic reversal might cause serious ecological mischief. One big caveat: "There are no identifiable fossil effects from previous flips," says Sten Odenwald of the NASA Goddard Space Flight Center. "This is most curious." Still, a disaster that kills a quarter of the population, like the Black Plague in Europe, would hardly register as a blip in fossil records.

7 Flood-basalt volcanism In 1783, the Laki volcano in Iceland erupted, spitting out three cubic miles of lava. Floods, ash, and fumes wiped out 9,000 people and 80 percent of the livestock. The ensuing starvation killed a quarter of Iceland's population. Atmospheric dust caused winter temperatures to plunge by 9 degrees in the newly independent United States. And that was just a baby's burp compared with what the Earth can do. Sixty-five million years ago, a plume of hot rock from the mantle burst through the crust in what is now India. Eruptions raged century after century, ultimately unleashing a quarter-million cubic miles of lava--the Laki eruption 100,000 times over. Some scientists still blame the Indian outburst, not an asteroid, for the death of the dinosaurs. An earlier, even larger event in Siberia occurred just about the time of the Permian-Triassic extinction, the most thorough extermination known to paleontology. At that time 95 percent of all species were wiped out.

Sulfurous volcanic gases produce acid rains. Chlorine-bearing compounds present yet another threat to the fragile ozone layer--a noxious brew all around. While they are causing short-term destruction, volcanoes also release carbon dioxide that yields long-term greenhouse-effect warming. The last big pulse of flood-basalt volcanism built the Columbia River plateau about 17 million years ago. We're ripe for another.

8 Global epidemics If Earth doesn't do us in, our fellow organisms might be up to the task. Germs and people have always coexisted, but occasionally the balance gets out of whack. The Black Plague killed one European in four during the 14th century; influenza took at least 20 million lives between 1918 and 1919; the AIDS epidemic has produced a similar death toll and is still going strong. From 1980 to 1992, reports the Centers for Disease Control and Prevention, mortality from infectious disease in the United States rose 58 percent. Old diseases such as cholera and measles have developed new resistance to antibiotics. Intensive agriculture and land development is bringing humans closer to animal pathogens. International travel means diseases can spread faster than ever. Michael Osterholm, an infectious disease expert who recently left the Minnesota Department of Health, described the situation as "like trying to swim against the current of a raging river." The grimmest possibility would be the emergence of a strain that spreads so fast we are caught off guard or that resists all chemical means of control, perhaps as a result of our stirring of the ecological pot. About 12,000 years ago, a sudden wave of mammal extinctions swept through the Americas. Ross MacPhee of the American Museum of Natural History argues the culprit was extremely virulent disease, which humans helped transport as they migrated into the New World.

HUMAN-TRIGGERED DISASTERS

9 Global warming The Earth is getting warmer, and scientists mostly agree that humans bear some blame. It's easy to see how global warming could flood cities and ruin harvests. More recently, researchers like Paul Epstein of Harvard Medical School have raised the alarm that a balmier planet could also assist the spread of infectious disease by providing a more suitable climate for parasites and spreading the range of tropical pathogens (see #8). That could include crop diseases which, combined with substantial climate shifts, might cause famine. Effects could be even more dramatic. At present, atmospheric gases trap enough heat close to the surface to keep things comfortable. Increase the global temperature a bit, however, and there could be a bad feedback effect, with water evaporating faster, freeing water vapor (a potent greenhouse gas), which traps more heat, which drives carbon dioxide from the rocks, which drives temperatures still higher. Earth could end up much like Venus, where the high on a typical day is 900 degrees Fahrenheit. It would probably take a lot of warming to initiate such a runaway greenhouse effect, but scientists have no clue where exactly the tipping point lies.

10 Ecosystem collapse Images of slaughtered elephants and burning rain forests capture people's attention, but the big problem--the overall loss of biodiversity--is a lot less visible and a lot more serious. Billions of years of evolution have produced a world in which every organism's welfare is intertwined with that of countless other species. A recent study of Isle Royale National Park in Lake Superior offers an example. Snowy winters encourage wolves to hunt in larger packs, so they kill more moose. The decline in moose population allows more balsam fir saplings to live. The fir trees pull carbon dioxide out of the atmosphere, which in turn influences the climate. It's all connected. To meet the demands of the growing population, we are clearing land for housing and agriculture, replacing diverse wild plants with just a few varieties of crops, transporting plants and animals, and introducing new chemicals into the environment. At least 30,000 species vanish every year from human activity, which means we are living in the midst of one of the greatest mass extinctions in Earth's history. Stephen Kellert, a social ecologist at Yale University, sees a number of ways people might upset the delicate checks and balances in the global ecology. New patterns of disease might emerge (see #8), he says, or pollinating insects might become extinct, leading to widespread crop failure. Or as with the wolves of Isle Royale, the consequences might be something we'd never think of, until it's too late.

11 Biotech disaster While we are extinguishing natural species, we're also creating new ones through genetic engineering. Genetically modified crops can be hardier, tastier, and more nutritious. Engineered microbes might ease our health problems. And gene therapy offers an elusive promise of fixing fundamental defects in our DNA. Then there are the possible downsides. Although there is no evidence indicating genetically modified foods are unsafe, there are signs that the genes from modified plants can leak out and find their way into other species. Engineered crops might also foster insecticide resistance. Longtime skeptics like Jeremy Rifkin worry that the resulting superweeds and superpests could further destabilize the stressed global ecosystem (see #9). Altered microbes might prove to be unexpectedly difficult to control. Scariest of all is the possibility of the deliberate misuse of biotechnology. A terrorist group or rogue nation might decide that anthrax isn't nasty enough and then try to put together, say, an airborne version of the Ebola virus. Now there's a showstopper.

12 Particle accelerator mishap Theodore Kaczynski, better known as the Unabomber, raved that a particle accelerator experiment could set off a chain reaction that would destroy the world. Surprisingly, many sober-minded physicists have had the same thought. Normally their anxieties come up during private meetings, amidst much scribbling on the backs of used envelopes. Recently the question went public when London's Sunday Times reported that the Relativistic Heavy Ion Collider (RHIC) on Long Island, New York, might create a subatomic black hole that would slowly nibble away our planet. Alternately, it might create exotic bits of altered matter, called strangelets, that would obliterate whatever ordinary matter they met. To assuage RHIC's jittery neighbors, the lab's director convened a panel that rejected both scenarios as pretty much impossible. Just for good measure, the panel also dismissed the possibility that RHIC would trigger a phase transition in the cosmic vacuum energy (see #3). These kinds of reassurances follow the tradition of the 1942 "LA-602" report, a once-classified document that explained why the detonation of the first atomic bomb almost surely would not set the atmosphere on fire. The RHIC physicists did not, however, reject the fundamental possibility of the disasters. They argued that their machine isn't nearly powerful enough to make a black hole or destabilize the vacuum. Oh, well. We can always build a bigger accelerator.

13 Nanotechnology disaster Before you've even gotten the keyboard dirty, your home computer is obsolete, largely because of incredibly rapid progress in miniaturizing circuits on silicon chips. Engineers are using the same technology to build crude, atomic-scale machines, inventing a new field as they go called nanotechnology. Within a few decades, maybe sooner, it should be possible to build microscopic robots that can assemble and replicate themselves. They might perform surgery from inside a patient, build any desired product from simple raw materials, or explore other worlds. All well and good if the technology works as intended. Then again, consider what K. Eric Drexler of the Foresight Institute calls the "grey goo problem" in his book Engines of Creation, a cult favorite among the nanotech set. After an industrial accident, he writes, bacteria-sized machines, "could spread like blowing pollen, replicate swiftly, and reduce the biosphere to dust in a matter of days." And Drexler is actually a strong proponent of the technology. More pessimistic souls, such as Bill Joy, a cofounder of Sun Microsystems, envision nano-machines as the perfect precision military or terrorist tools.

14 Environmental toxins From Donora, Pennsylvania, to Bhopal, India, modern history abounds with frightening examples of the dangers of industrial pollutants. But the poisoning continues. In major cities around the world, the air is thick with diesel particulates, which the National Institutes of Health now considers a carcinogen. Heavy metals from industrial smokestacks circle the globe, even settling in the pristine snows of Antarctica. Intensive use of pesticides in farming guarantees runoff into rivers and lakes. In high doses, dioxins can disrupt fetal development and impair reproductive function--and dioxins are everywhere. Your house may contain polyvinyl chloride pipes, wallpaper, and siding, which belch dioxins if they catch fire or are incinerated. There are also the unknown risks to think about. Every year NIH adds to its list of cancer-causing substances--the number is up to 218. Theo Colburn of the World Wildlife Fund argues that dioxins and other, similar chlorine-bearing compounds mimic the effects of human hormones well enough that they could seriously reduce fertility. Many other scientists dispute her evidence, but if she's right, our chemical garbage could ultimately threaten our survival.

WILLFUL SELF-DESTRUCTION

15 Global war Together, the United States and Russia still have almost 19,000 active nuclear warheads. Nuclear war seems unlikely today, but a dozen years ago the demise of the Soviet Union also seemed rather unlikely. Political situations evolve; the bombs remain deadly. There is also the possibility of an accidental nuclear exchange. And a ballistic missile defense system, given current technology, will catch only a handful of stray missiles--assuming it works at all. Other types of weaponry could have global effects as well. Japan began experimenting with biological weapons after World War I, and both the United States and the Soviet Union experimented with killer germs during the cold war. Compared with atomic bombs, bioweapons are cheap, simple to produce, and easy to conceal. They are also hard to control, although that unpredictability could appeal to a terrorist organization. John Leslie, a philosopher at the University of Guelph in Ontario, points out that genetic engineering might permit the creation of "ethnic" biological weapons that are tailored to attack primarily one ethnic group (see #11).

16 Robots take over People create smart robots, which turn against us and take over the world. Yawn. We've seen this in movies, TV, and comic books for decades. After all these years, look around and still--no smart robots. Yet Hans Moravec, one of the founders of the robotics department of Carnegie Mellon University, remains a believer. By 2040, he predicts, machines will match human intelligence, and perhaps human consciousness. Then they'll get even better. He envisions an eventual symbiotic relationship between human and machine, with the two merging into "postbiologicals" capable of vastly expanding their intellectual power. Marvin Minsky, an artificial-intelligence expert at MIT, foresees a similar future: People will download their brains into computer-enhanced mechanical surrogates and log into nearly boundless files of information and experience. Whether this counts as the end of humanity or the next stage in evolution depends on your point of view. Minsky's vision might sound vaguely familiar. After the first virtual-reality machines hit the marketplace around 1989, feverish journalists hailed them as electronic LSD, trippy illusion machines that might entice the user in and then never let him out. Sociologists fretted that our culture, maybe even our species, would whither away. When the actual experience of virtual reality turned out to be more like trying to play PacMan with a bowling ball taped to your head, the talk died down. To his credit, Minsky recognizes that the merger of human and machine lies quite a few years away.

17 Mass insanity While physical health has improved in most parts of the world over the past century, mental health is getting worse. The World Health Organization estimates that 500 million people around the world suffer from a psychological disorder. By 2020, depression will likely be the second leading cause of death and lost productivity, right behind cardiovascular disease. Increasing human life spans may actually intensify the problem, because people have more years to experience the loneliness and infirmity of old age. Americans over 65 already are disproportionately likely to commit suicide.

Gregory Stock, a biophysicist at the University of California at Los Angeles, believes medical science will soon allow people to live to be 200 or older. If such an extended life span becomes common, it will pose unfathomable social and psychological challenges. Perhaps 200 years of accumulated sensations will overload the human brain, leading to a new kind of insanity or fostering the spread of doomsday cults, determined to reclaim life's endpoint. Perhaps the current trends of depression and suicide among the elderly will continue. One possible solution--promoting a certain kind of mental well-being with psychoactive drugs such as Prozac--heads into uncharted waters. Researchers have no good data on the long-term effects of taking these medicines.

A GREATER FORCE IS DIRECTED AGAINST US

18 Alien invasion At the SETI Institute in Mountain View, California, a cadre of dedicated scientists sifts through radio static in search of a telltale signal from an alien civilization. So far, nothing. Now suppose the long-sought message arrives. Not only do the aliens exist, they are about to stop by for a visit. And then ... any science-fiction devotee can tell you what could go wrong. But the history of human exploration and exploitation suggests the most likely danger is not direct conflict. Aliens might want resources from our solar system (Earth's oceans, perhaps, full of hydrogen for refilling a fusion-powered spacecraft) and swat us aside if we get in the way, as we might dismiss mosquitoes or beetles stirred up by the logging of a rain forest. Aliens might unwittingly import pests with a taste for human flesh, much as Dutch colonists reaching Mauritius brought cats, rats, and pigs that quickly did away with the dodo. Or aliens might accidentally upset our planet or solar system while carrying out some grandiose interstellar construction project. The late physicist Gerard O'Neill speculated that contact with extraterrestrial visitors could also be socially disastrous. "Advanced western civilization has had a destructive effect on all primitive civilizations it has come in contact with, even in those cases where every attempt was made to protect and guard the primitive civilization," he said in a 1979 interview. "I don't see any reason why the same thing would not happen to us."

19 Divine intervention Judaism has the Book of Daniel; Christianity has the Book of Revelation; Islam has the coming of the Mahdi; Zoroastrianism has the countdown to the arrival of the third son of Zoroaster. The stories and their interpretations vary widely, but the underlying concept is similar: God intervenes in the world, bringing history to an end and ushering in a new moral order. Apocalyptic thinking runs at least back to Egyptian mythology and right up to Heaven's Gate and Y2K mania. More worrisome, to the nonbelievers at least, are the doomsday cults that prefer to take holy retribution into their own hands. In 1995, members of the Aum Shinri Kyo sect unleashed sarin nerve gas in a Tokyo subway station, killing 12 people and injuring more than 5,000. Had things gone as intended, the death toll would have been hundreds of times greater. A more determined group armed with a more lethal weapon--nuclear, biological, nanotechnological even--could have done far more damage.

20 Someone wakes up and realizes it was all a dream Are we living a shadow existence that only fools us into thinking it is real? This age-old philosophical question still reverberates through cultural thought, from the writings of William S. Burrows to the cinematic mind games of The Matrix. Hut of the Institute of Advanced Studies sees an analogy to the danger of the collapse of the vacuum. Just as our empty space might not be the true, most stable form of the vacuum, what we call reality might not be the true, most stable form of existence. In the fourth century B.C., Taoist philosopher Chuang Tzu framed the question in more poetic terms. He described a vivid dream. In it, he was a butterfly who had no awareness of his existence as a person. When he awoke, he asked: "Was I before Chuang Tzu who dreamt about being a butterfly, or am I now a butterfly who dreams about being Chuang Tzu?"

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3.11.05

TERROR JACOBINO

27/10/2005
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Ficcões
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Reicídio 2

Eles colocaram a cabeça de sua melhor amiga, a Princesa de Lamballe, num espeto alto o suficiente para alcançar a janela do castelo. Uma vez filha do imperador da Áustria, mulher do Rei da frança, agora reduzida ao aspecto chupado da realeza destruída, suja, envelhecida prematuramente. Desmaiou. Dois anos antes, proclamou para o Marquês de Tourzel, num sussurro premonitório: “A Igreja. A Igreja... nós somos os próximos”, a Assembléia Nacional rascunhava a constituição e passava a navalha nos privilégios do clero.

Mas em 1793, no janeiro nevasco do terror jacobino, ouviu as multidões festejarem em voz única a decapitação de seu marido, o rei medroso Luis XVI, e finalmente perdeu as forças. Um jornalista, Jacques Hébert, disse ao Comitê de Segurança Pública, pedra de apoio do regime revolucionário: “Eu prometi aos meus leitores a cabeça de Maria Antonieta. Vou lá cortá-la eu mesmo se houver mais atrasos em entregá-la para mim.” Assim, o julgamento foi rápido. Acusaram-na de gastos exorbitantes enquanto o povo passava fome. Dos colares de diamantes às minivilas pastoris, o esbanjamento a condenou à morte na guilhotina.

Ela protagonizou a parada sinistra no carro de madeira, puxada por bois, úmida pelo sebo dos cuspes da multidão enlouquecida de vingança e gritos no centro de Paris. Com os cabelos cortados e o corpo dilapidado, ouviu que “agora é o momento, madame, de armar-se com coragem”. Enquanto fitava a sombra da guilhotina na praça solar, respondeu ao padre: “Coragem? A hora em que meus problemas chegam ao fim não é o momento em que a coragem me faltará.” Depois de exibida sua cabeça, foi enterrada numa cova coletiva na Rue d’Anjou, sem ter a satisfação de ver seu carrasco, o jacobino Robesbierre, traído pelos excessos de seu reino de terror e decapitado com o rosto para cima no Place de la Révolution, entre os 19 fascínoras do 10 de Termidor.

28.10.05

oi, amore. foda-se, amore. preciso rejuvenescer.

23.10.05

dr. Benway

13/10/2005
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Ficcões

Patrick Brock
brock@atarde.com.br


Crimes do Estado

Patrick Brock

Eles usaram o LSD de maneiras que eu nem gosto de lembrar. Os agentes da CIA, sedentos por vingança depois da Guerra da Coréia, e suas técnicas de controle da mente. Pouca gente ouviu falar do MK-Ultra. Mas eu conheci todos eles, até o Dr. Springler e seus experimentos sádicos.

Ele era tão louco que uma vez deu LSD para uma cobaia durante 77 noites seguidas, enquanto a prendia numa sala de privação sensorial – mais ou menos o seguinte: uma caixa preta em que o cara ficava lá, de ácido, sem ver, tocar, ouvir ou sentir o cheiro de nada. Não sei o que aconteceu com o sujeito. Springler destruiu todos os documentos em 1972, inclusive os que falavam de experimentos com vietcongues capturados, coisas do tipo implantar eletrodos no cérebro deles e fazer com que atacassem uns aos outros.

Não sei de quem foi a idéia, deve ter sido de Springler, mas os caras acabaram aproximando-se de Timothy Leary e seus colegas, que já estavam meio desmoralizados com o esoterismo de suas pesquisas com LSD em Harvard. Dois agentes chegaram para ele com 40 quilos de LSD-25 e simplesmente entregaram. E Leary distribuiu pra uma galera. Acho que a CIA queria desmoralizar ele.

Em 1967, proibiram de vez o LSD nos Estados Unidos, então me voltei para métodos ilegais de produção. Para mim, que fui oficial da Força Aérea e acompanhei toda a fabricação do extrato, foi fácil montar um laboratório num antigo silo de mísseis nucleares abandonado no Arkansas. Forneci 95% do LSD que embalou a galera no final dos anos 60, mas acabei preso. Eu disse que era para consumo próprio, mas os caras não acreditaram. Azar o meu. Hoje eu moro em Brisbaine, na Austrália, e produzo pequenos dragões de metal e de cerâmica. Os repórteres vêm me entrevistar o tempo todo, mas, quando eles chegam, os recebo e depois fico olhando para o céu violeta enquanto fazem suas perguntas.

20.10.05

Igor, meu velho, vamos competir demências?


PASSÁRGADA

Vou-me embora pra Passárgada.
Lá sou escravo do rei,
tenho os pesares que quero,
chicoteado serei.

Vou-me embora pra Passárgada,
confortar-me em azia.
Lá, a existência é uma amargura
de tal modo inclemente,
que Joanna, a louca de Espanha,
vem a ser o reagente
dessa nefasta alquimia.

Em Passargada tem tudo,
é uma outra civilização.
Tem um processo astuto
de impedir a empolgação.
Tem sombras automáticas
e prostitutas aflitas
pra gente namorar.

Lá sou escravo do rei.
Tenho os pesares que quero,
chicoteado serei.
Vou-me embora pra Passárgada.

André

19.10.05

hoje, extraordinariamente: refundação de são paulo!, com o prazer de contar com a presença de vocês, muchacha-flor caliente-calipígea, bróder brincante caeté, musa cafuza do mangue, publicitária de olhos verdes, gata-catinga tecnófila, drogadita digerati, ciborgue tribal-tatuado, ninfeta fosforecente com nome de furacão, boratcho sublime e demais divindades das pistas de dança

Quarta 19/10 - Show: Tara Code
[eletrônica / trip-hop; Salvador]
+ Exposição de Toy Arte by Andrea May
Dj: Flávia Durante
Onde: Milo Garagem, Rua Minas Gerais, 203a, Higienópolis

14.10.05

13/10/2005 21h52

Migrar para EUA faz mal para saúde de mexicanos, diz estudo



LOS ANGELES, EUA (Reuters) - Mudar para os Estados Unidos pode ser algo ruim para a saúde de uma pessoa se ela for um imigrante mexicano, revelou um estudo divulgado na quinta-feira.

O relatório elaborado por especialistas dos dois países disse que a maior parte dos imigrantes vindos do México chega aos EUA em uma condição de saúde melhor do que os norte-americanos brancos. Porém, a saúde desses imigrantes deteriora-se com o passar do tempo devido, em parte, à falta de seguro médico e à mudança em seu estilo de vida. (...)

13.10.05

:: live-PA da gomalaca
corre à boca pequena que vai rolar
será na alves guimarães, num atelie em cima de um petshop, próximo à rebouças (o número eu não tenho) ::
flashback: deitado, entre sono e vigília, armário se transforma em console de jogo de fliperama
[interrompido voluntariamente para ser coletado como amostra.]
cannabis sativa há 3 dias, insônia em vésperas.

+

Arsenal básico de armas brancas:

9.10.05

terça, 11 de outubro de 2005

18h
CCSP - SALA LIMA BARRETO
"FILME DEMÊNCIA"
Brasil, 1986. Direção: Carlos Reichenbach. Com: Ênio Gonçalves, Emílio di Biasi e Imara Reis. O herdeiro de uma fábrica de cigarros falida parte em busca de um local paradisíaco que ele conheceu em uma agência de viagens. 92 min.











6.10.05

FUCK THE BANNERS!

um dólar por um pixel!

http://milliondollarhomepage.com/

5.10.05

partilha feita, dias-[perdi o que ia dizer], gillespie turbilhonando no winamp, faltam ainda o ingresso pro sonic youth e o gravador digital, mantendo o hábito vasculho a programação gratuita:



4.10.05

Meu primo disse uma frase: "você merece o que aceita". Concordo.

André

30.9.05

remaquinando a rotina

vários de uma vez. talvez não dure muito tempo;
estou por um fio.

abraço,
patrick

29/9
Carta de amar

Patrick Brock

[para J.S.N.]

“I am the passenger
And I ride
and I ride”
[Iggy Pop]

Eu sou o passageiro e vejo as ruas borradas na noite e mesmo perdido, eu ainda encontro sonhos abandonados nas calçadas, e consigo até ver as estrelas brilhando para nós.

Na velocidade de um trem-bala eu corri por várias cidades e senti amizade ou frieza. Pensei que morreria de sono por enfrentar a vida que sempre sonhei; as estrelas não estavam brincando comigo. Balas, papel para cigarros, internet, café e bolhas nos pés. Eu sou um passageiro e ao meu lado caminha uma entidade muito velha, de escudo branco, bondade e ferocidade. É ela quem põe a mão no ombro quando a vivência torna-se complexa demais e sinto os joelhos dobrarem.

Agora você deve estar dormindo, rapid eye moviment, enquanto a comunicação assíncrona liberta meu grito de calma expectativa, culminância destes dias quentes e frios; semanas inteiras ocupados com nossas respectivas tarefas, transeuntes, festivais culturais, mesas pernósticas e festas hippies.

Eu sinto a chapa esquentando sobre meus pés, todos nós pulamos como gatos encurralados. Mas somos maduros demais ou medrosos demais para sair na chuva. Quanto a mim? Eu ainda não perdi o sonho porque você dissolveu a minha razão.

22/09/2005

Antitetânica

Para João Filho

Eu de saque e ele maneja a faca, dinâmico, cortando pedaços de bananeira na tonteira úmida de janeiro. Com o gosto da última refeição, dou uma passada de língua nos lábios.

- Misture tudo, coloque a cana pra queimar, deixe os calos formar na mão – diz, muito calmo, os braços rotativos em golpes. Esfera textual, jogo de palavras e de afirmações, perguntas significantes. Por um momento Glauco Mattoso, Jornal Dobrabil, Flanaxx e Vioxx. Essa figura baixa e cabeluda, eu ainda apalermado, observando o corte preciso, os cachos moídos na terra vermelha.

É névoa de sonho mesmo em nossos olhos, rapaz, aquelas coisas todas que imaginamos e gritamos. É no tédio que o ser humano se rebela, um levante psicológico, transmissível, redobrado. Depois de uns minutos arrastados, de prosa sem parar, chega a hora de vestir o arreio, as esporas, sentar na baia. Se pudesse, ficava encarando esse brinquedo espinhoso, de veludo e pimenta, imaginando como construir o melhor origami de idéias.

Ele sabe disso; tem a respiração de épocas passadas, de grandes oportunidades. Como Starman, o Homem das Estrelas, parado no fundo da cratera, passando para a amada terráquea a última das bolinhas mágicas espaciais. Os dois cruzaram meio mundo juntos, escaparam milagrosamente das garras dos homens do governo graças à ajuda de anônimos motorizados. Enquanto isso, eu em estado prolongado de desligamento mental.

Mas acabei me acalmando. Envelheci; criei filhos, casa, seguro de vida, natais insones, tv de 29 polegadas, dvd home theather. Minha barriga cresceu, os cabelos caíram. E, anos depois, me encontrei no mesmo lugar, as mãos enrugadas, mas ainda macias, e encontrei um prego brilhante. A bananeira secou há muito tempo, o terreno inteiro foi coberto por um concreto brega, áspero. O prego foi simplesmente deixado ali por alguém. Finquei os dedos e sangrei, mais uma vez, só para lembrar daquela loucura brilhante.

15/09/2005
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Privação

Mandaram-me para cá porque eu sou gorda, tenho 15 anos e 80kg. O lugar, o Acampamento Guaxinim Dourado, é só um aglomerado de casinhas estúpidas e um galpão principal. Estou alojada com mais quatro meninas. Fiz amizade com Leila, ela me disse que no começo sentia-se bem porque todos lhe perguntavam o quê você está fazendo aqui? Ela é até bem magrinha. Mas depois de um tempo, ela sentiu vontade de bater neles. Falamos muito também de comida, estamos famintas e cansadas pelos exercícios brutais. Onde estão nossos pais?

Outra garota, Andrea, a mais velha da cabana, disse que é difícil voltar para casa e resistir às tentações. Ela sabe o que fazer, mas vê todo mundo comendo na escola, se acabando de comer, vendo filmes e enchendo-se de porcaria para chorar de pura felicidade emocionada de açúcar. Ela já passou três verões no acampamento e sempre fica gorda de novo.

A maioria dos colegas não sabe quanto custa, mas eu sei o preço da minha privação: 5 mil reais por um mês de treinamentos, atendimentos, dinâmicas de grupo e exercícios. Todos os dias somos pesados. Comemoramos gramas perdidas e quem não consegue (muita gente esconde coisas gordurosas na mala) recebe vaias sonoras, incentivadas pelos instrutores, belos moços e moças malhados, com a pele perfeita e bronzeada, muito seguros de si. Eu odeio eles.

Na hora das refeições de 1.500 calorias [por dia] dá pra sacar quem são os compulsivos. Eles encaram o prato com ferocidade e comem sem levantar os olhos. Eu conheço a receita para essa loucura. Tédio, medicação, cortes minúsculos nas coxas, divórcio dos pais. No final eles botam um quadro enorme e lançam uma palestra: 91% dos campistas perdem peso e se mantêm magros. E quantos se mantêm sãos? É a primeira vez que participo. Sei que quando voltar, terei de encarar a despensa chaveada. Ah, vou comer um Twix que Andrea me arranjou.



08/09/2005
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Ficcões

Projeção astral

a) Estebán Luenzia, 35 anos, operário em manutenção na Fábrica de Azulejos Valenciana em Juan de Moro, desprezado e humilhado pela mulher [que o traiu rindo e sem pensar muito com um dos gerentes da fábrica], ligou o forno de cozimento em 700 graus centígrados, colocou-se dentro da sala chamuscada e sentiu o calor crescendo, dissolvendo roupas, carnes, ossos e a sua dor.
b)Em outubro de 2008 partiu para a órbita da Terra a primeira espaçonave SpaceShip2, derivada do modelo ganhador do prêmio Ansari X. Richard Branson, dono da Virgin Galactic e capitalista multifuncional, assistiu emocionado à ascensão rápida de seu foguete. Morgan Freeman, Paris Hilton, Madonna e outras celebridades maravilharam-se com o planeta que encolhia até o oitavo minuto de vôo, quando o motor de combustível sólido explodiu no limiar da Atmosfera lançando uma chuva de cinzas estelares no oceano Pacífico. Comoção mundial e especiais na TV.
c) Hoje eu alcancei a imortalidade. Há uma semana, ao anoitecer, fui atacado por um enxame de muriçocas enquanto arrancava ervas daninhas em meu sítio. Como não coçou, continuei a trabalhar e fui mordido centenas de vezes. No outro dia eu acordei completamente inchado. Fiquei de cama por sete noites, tão doente que não comia, bebia ou ia ao banheiro, sem forças até para tirar minha própria temperatura. Quando consegui, de frente para o espelho do banheiro, olhei para o meu rosto pela primeira vez e via a morte. Gargalhadas solitárias. Voltei para a cama e senti o corpo leve com o surgimento de minha alma imortal em forma de planta gigante. Tudo escureceu e surgiu um Portal. Eu o atravessei e então vi o Messias, mas outro espírito brilhante surgiu e me acusou: como eu ousava ir até ali, depois de tudo que eu tinha feito? Ele colocou uma pilha de coco na minha frente. Resisti e conversei telepaticamente com o Messias pelas próximas sete horas. Acordei no outro dia completamente curado e com a lembrança das palavras finais do Messias: Você atravessou o Portal sem medo, então pode voltar e retomar sua alma.


01/09/2005
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Ficcões

Bulletin board

“Quadro de recados” [do dicionário Webster’s online]

Substantivo

1. [vulgo BBS] Programa que permite aos usuários deixar mensagens e acessar informações de interesse geral.

2. [adendo necessário e inexistente] Meio de extravasar um ponto de vista ou drama.

a) Novo Testamento [em estado neurótico de vigília noturna]

Andei por veredas literárias até não poder mais, eu estava magro, cheio de insetos, caspas, piolhos. Nenhum sacerdote me ajudou no caminho. Eles apenas ignoraram minha busca em forma de penitência quando experimentei a fé de várias igrejas e ouvi negativas sonoras ou sutis. Senti que meu tempo estava acabando quando o Peregrino Sádico tentou cortar minhas ancas: tinha chegado a hora para atividades drásticas. De um quarto de paca, cortei as vísceras e juntei com folhas de papel, seria meu Livro Sagrado. As páginas sangrentas fecharam, contorcendo-se até uma Forma retangular que se transformou numa fonte inesgotável de júbilo. Era a minha glória eternizada num objeto vivo. Mas agora estou morrendo, a Forma rouba minhas energias e enfraquece meu sangue ralo de penitente. Tentei destruí-la, mas ela se multiplicou e aos poucos sou esmagado pelo peso de suas palavras.

b) Clube do Trailer da América [direto dos milharais e estradas lubrificadas de Oklahoma]

Somos Randy & Lisa Robb e os membros do Clube podem obter fotos panorâmicas do nosso trailer, é só mandar e-mail. Para os mais ansiosos: temos um 1999 Cummins ISB-215, com direção hidráulica, freios a ar e embreagem pneumática. Nessa máquina bem amada, eu e minha esposa viajamos pelas estradas impecáveis de nossa nação. Acampamos nos encontros de caminhoneiros, onde vivemos com nossas aposentadorias, cuspindo óleo diesel e respirando ar purificado. Não fazemos swing, mas tomamos Viagra uma vez por mês. Aparentemente, não somos felizes. Por favor ajude.

29.9.05

Informo que dia 23/10/2005 ocorrerá o Referendo para decidir se a comercialização de armas de fogo e munição em todo o território nacional deve ou não ser proibida.

O Referendo acontecerá por sufrágio universal e voto secreto conforme dispõe a Constituição Federal, art.14 inciso ll e a lei 10.826/03, art. 35 § 1º (Estatuto do Desarmamento) e é obrigatório para maiores de dezoito anos e facultativo para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se justificou incorrerá o empregado nas penalidades previstas no art. 7º, § 1º, do código Eleitoral Brasileiro.

Diante do exposto, para o cumprimento das regras instituídas no Código Eleitoral Brasileiro, os empregados deverão atestar, junto ao Órgão de Recursos humanos/Pessoal, até 16/12/2005, estarem quites com as obrigações eleitorais, apresentando cópia;.
a) do comprovante de que votou no Referendo;
b) da justificativa de que não votou; ou
c) da prova que efetuou o pagamento da multa por não ter votado e nem justificado perante o juiz eleitoral.

27.9.05

Jägermeister

É um licor herbal, tônica dos últimos dias quando olho para a garrafa vazia sob a mesa. Jogue fora todas as lembranças e acenda um cigarro aromático. São tempos de novidade, música eletrônica e gosto diferente na boca ao tomar a água de coco. Viajei 14 mil quilômetros a troco de tudo, de uma existência feliz. As imagens voltam em sonhos estranhos quando tomo a sesta tropical antes do almoço. Estive numa máquina de impressões sensoriais, havia poucas drogas, mas muita sede de viver.

Muitas horas em cadeiras minúsculas, com o barulho da turbina atormentando. Duas delas, do tamanho de uma van, impulsionando a nave e seus 300 passageiros pelo Atlântico. No Charles De Gaulle eu me perdi entre o Terminal 2E e o 2F. Um oficial negro, sério, olhou meu passaporte e o carimbou com tédio. Vi outros serem mandados de volta. Um grande transbordo de gente de todos os lugares do mundo, chegando e partindo nas vísceras deste terminal fantástico.

Em Berlim, a sensação de sangue e árvores no chão. Muitas avenidas planas, prédios baixos, o povo ariano rígido, mal humorado, correndo rápido entre estações de metrô u-Bahn e s-Bahn. Mas agora eu não consigo lembrar de mais nada. Só de Zoolosicher Garten.

al Nite Lang

19.9.05

o cara disse sábado, na balada:

"Não acho nem a carteira, quanto mais a alma"

era um cara muito gordo com uma mina muito linda. Ele disse esta frase e eu voltei pra casa, pensando na vida.

André

18.9.05

"Três horas duma noite que além de ser noite de sábado, está de neblina formidável. Noite de sábado já é uma das coisas mais humanas de São Paulo, todos os baianos, gaúchos, mineiros, cearenses, pernambucanos, espanhóis saem a passear. [...] me sinto bem no meio deles. E além disso: neblina, um fog maravilhoso. No Anhangabaú não se via nada de nada. Só os anúncios e o luminoso do Banespa. Fui no cinema, vi umas besteiras, saí no meio e fui andando. Quando vi estava nos Jardins. Então voltei procurando caminhos mais misteriosos, cheguei a ter medo no meio do parque Trianon, completamente sem iluminação e com alguns ruídos nas moitas. Depois atravessei o bairro japonês e só quando esbarrei na avenida Liberdade, vim me encostando nela até esta rua José Getúlio. Ronco de vida e morte, várias propostas de aventuras, uma calma interior sem comparação. [...] Mas cheguei meio excitado, sem sono, e estou escrevendo."

João Cazé de Melo Neto, em correspondência a Paulo Bullar

16.9.05



ROMANTIC RIGHTS

Your romantic rights are all that you got
Push them down, son, it's more than just lip
C'mon girls, I know you know what you want
C'mon, c'mon now and give them all shhhhh
You’re beating walls, now you just won't quit
You play with shapes but they just won't fit
I know you love me, you don't know what you like
You're watching TV, I stay up all night

I don't need you
I want you

South Carolina kid is heating things up
His wounds are bleeding and we're filling the cup
This game will save us if we don't die young
C'mon, c'mon now, yea, have some fun

Come here, baby, I love your company
We could do it and start a family
She was living alone unhappily
We could do it, it's right romantically

I don't need you
I want you

15.9.05

ou então, entrando mais na arena da política...

##### Correio de Sergipe
Vampeta fez A frase: - “o Flamengo finge que me paga E Eu finjo que jogo”.
A garotada lincada já está chamando Lula de “presidente Vampeta”: ...
www.correiodesergipe.com/lernoticia.php?noticia=7845 - Resultado Adicional - Páginas Semelhantes

##### Correio de Sergipe
O Flamengo finge que me paga e eu finjo que jogo. Lula aprendeu A má lição.
Lula finge que ainda governa eo país finge que acredita que Lula ainda governa. ...
www.correiodesergipe.com/lernoticia.php?noticia=6926 - Resultado Adicional - Páginas Semelhantes
vejam as frases do millor (as duas de cima)
http://www2.uol.com.br/millor/index.ht

à frase 1 eu acrescentaria: Vampeta finge que joga, Flamengo finge que paga (clássica, dita pelo próprio). As empresas fingem que cumprem seus direitos, enquanto os consumidores fingem que acreditam nas empresas. Dá muito trabalho discutir.

14.9.05

"Insetos poéticos", por Rodolfo S. FIlho

11.9.05

cada coisa está em outra
de sua própria maneira
e de maneira distinta
de como está em si mesma

a cidade não está no homem
do mesmo modo que em suas
quitandas praças e ruas

Poema Sujo - Ferreira Gular

9.9.05

concordo.
vamos marcar um dia?
a vida é feita de erros e erros. o único acerto é morrer.

8.9.05

"Não há por aí quem desconheça que o escritor brasileiro, na maioria dos casos, vive tristemente de um mísero emprego público, sem recursos de outra espécie, ocultando-se da sociedade para não ser visto com os seus trajos de boêmio à força, macambúzio, chorando necessidades, alimentando-se mal, contraindo favores, enquanto não lhe chega o minguado subsídio com que vai pagar os agiotas que o socorreram durante o mês." (Adolfo Caminha, 1895)

6.9.05

frase de um taxista:

O Brasil é o melhor país do mundo... mas é uma merda.

5.9.05

¿por q vc não vai vc!

3.9.05

forte o texto

nova orleans

fats domino salvou-se, milhares não.

Op-Ed Columnist
United States of Shame
By MAUREEN DOWD
Published: September 3, 2005

Stuff happens.

And when you combine limited government with incompetent government, lethal stuff happens.

America is once more plunged into a snake pit of anarchy, death, looting, raping, marauding thugs, suffering innocents, a shattered infrastructure, a gutted police force, insufficient troop levels and criminally negligent government planning. But this time it's happening in America.

W. drove his budget-cutting Chevy to the levee, and it wasn't dry. Bye, bye, American lives. "I don't think anyone anticipated the breach of the levees," he told Diane Sawyer.

Shirt-sleeves rolled up, W. finally landed in Hell yesterday and chuckled about his wild boozing days in "the great city" of N'Awlins. He was clearly moved. "You know, I'm going to fly out of here in a minute," he said on the runway at the New Orleans International Airport, "but I want you to know that I'm not going to forget what I've seen." Out of the cameras' range, and avoided by W., was a convoy of thousands of sick and dying people, some sprawled on the floor or dumped on baggage carousels at a makeshift M*A*S*H unit inside the terminal.

Why does this self-styled "can do" president always lapse into such lame "who could have known?" excuses.

Who on earth could have known that Osama bin Laden wanted to attack us by flying planes into buildings? Any official who bothered to read the trellis of pre-9/11 intelligence briefs.

Who on earth could have known that an American invasion of Iraq would spawn a brutal insurgency, terrorist recruiting boom and possible civil war? Any official who bothered to read the C.I.A.'s prewar reports.

Who on earth could have known that New Orleans's sinking levees were at risk from a strong hurricane? Anybody who bothered to read the endless warnings over the years about the Big Easy's uneasy fishbowl.

In June 2004, Walter Maestri, emergency management chief for Jefferson Parish, fretted to The Times-Picayune in New Orleans: "It appears that the money has been moved in the president's budget to handle homeland security and the war in Iraq, and I suppose that's the price we pay. Nobody locally is happy that the levees can't be finished, and we are doing everything we can to make the case that this is a security issue for us."

Not only was the money depleted by the Bush folly in Iraq; 30 percent of the National Guard and about half its equipment are in Iraq.

Ron Fournier of The Associated Press reported that the Army Corps of Engineers asked for $105 million for hurricane and flood programs in New Orleans last year. The White House carved it to about $40 million. But President Bush and Congress agreed to a $286.4 billion pork-filled highway bill with 6,000 pet projects, including a $231 million bridge for a small, uninhabited Alaskan island.

Just last year, Federal Emergency Management Agency officials practiced how they would respond to a fake hurricane that caused floods and stranded New Orleans residents. Imagine the feeble FEMA's response to Katrina if they had not prepared.

Michael Brown, the blithering idiot in charge of FEMA - a job he trained for by running something called the International Arabian Horse Association - admitted he didn't know until Thursday that there were 15,000 desperate, dehydrated, hungry, angry, dying victims of Katrina in the New Orleans Convention Center.

Was he sacked instantly? No, our tone-deaf president hailed him in Mobile, Ala., yesterday: "Brownie, you're doing a heck of a job."

It would be one thing if President Bush and his inner circle - Dick Cheney was vacationing in Wyoming; Condi Rice was shoe shopping at Ferragamo's on Fifth Avenue and attended "Spamalot" before bloggers chased her back to Washington; and Andy Card was off in Maine - lacked empathy but could get the job done. But it is a chilling lack of empathy combined with a stunning lack of efficiency that could make this administration implode.

When the president and vice president rashly shook off our allies and our respect for international law to pursue a war built on lies, when they sanctioned torture, they shook the faith of the world in American ideals.

When they were deaf for so long to the horrific misery and cries for help of the victims in New Orleans - most of them poor and black, like those stuck at the back of the evacuation line yesterday while 700 guests and employees of the Hyatt Hotel were bused out first - they shook the faith of all Americans in American ideals. And made us ashamed.

Who are we if we can't take care of our own?

1.9.05

"Sou doido? Não. Na nossa casa, a palavra doido não se falava, nunca mais se falou, os anos todos, não se condenava ninguém de doido. Ninguém é doido. Ou, então, todos." (Guimarães Rosa)

31.8.05

A partir de setembro, o Orkut, o MSN, o Icq, o Google, o Kazaa, o E-mule, o Word, o Excel, o Outlook, o jogo da Paciência, a sua impressora, o teclado, o Painel de controle, a ajuda do windows, o seu carrinho de rolemã, o seu skate, a seta do mouse e a rebimboca da parafuseta serão pagos. Mande essa mensagem para 10³³³ pessoas da sua lista e logo em seguida aparecerá uma mensagem com Oompa loompas dançando a hula e dizendo que tudo está atualizado.

VALE A PENA VER DE NOVO

(KZINE, AGOSTO DE 2001)o messias era irmão de dois homens, que forjaram sua morte e todos os milagres da sua imortalidade. o mais velho era cafetão e lidava com muitas prostitutas. as palavras do messias nunca foram esquecidas. alberto era um escritor pop de vinte e cinco anos. marquinhos e joão eram seus melhores amigos. sua namorada era uma freira de olhos azuis. as sacerdotisas trepavam nos altares. tudo era religião e gozo.

26.8.05

normal, vindo dos Estragos Unidos...
nada pra fazer ou passaram dos limites ...

25.8.05

sem tiros, só golpes rápidos

[esse é das antigas mesmo, recauchutado, cortado e aumentado. uma complicação. veja aí]

25/08/2005
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Ficcões

Surprighauschineok

Tudo começa num tribunal. No centro da corte há um palco onde fica o juiz. Paredes de madeira e bancos respeitáveis ao redor, símbolos da justiça no teto. O acusado também é pendurado no teto, onde fica balançando enquanto o Juiz surge de um alçapão e bate o martelo. Neste momento estão na sala: um Surprighauschineok [aspecto misterioso], um juiz de direito [32 anos de serviço público], um policial [barriga de cerveja], um garoto de classe média [tênis vistosos] e um padre [membro da classe religiosa].

1
Surprighauschineok aguarda o início do julgamento. O policial olha para ele e fala devagar, passando a língua pelos lábios:

– você vai morrer, eu vou apertar o botão e você vai virar proteína.

O juiz levanta e informa a sentença, encarando Surprighauschineok com seus olhos dignos e piedosos:

– Pelo crime de Heresia em primeiro grau, pirataria de informações e fornicação consentida, o réu será transformado em proteína – aperta um botão e Surprighauschineok é baixado ao chão. O policial segura seu cabelo e vai lhe arrastando até a porta. O padre sorri de satisfação.

2
Surprighauschineok dá uma rasteira no policial, pula em cima do juiz e arranca sua cabeça com um golpe. O adolescente de classe média não entende nada, mas aplaude excitado. O padre lhe entrega um terço e um quilo de incenso, mas o garoto está entediado e com dor de cabeça, tentando apertar botões imaginários para assistir ao Jornal Nacional. Surge um portal dimensional luminoso e dele saem Willian Bonner e três funcionários padronizados de uniforme azul.

3
O portal dimensional inunda a sala do julgamento com informações inúteis. O garoto vai embora, mas leva o incenso e o terço. O padre e os três funcionários padronizados morrem afogados, mas Willian Bonner sobrevive e volta aos estúdios, enquanto Surprighauschineok coloca o policial ainda vivo no transformador de proteína.

24.8.05

this is dedicated to andré setti

"microafetos afetam-me macroscopicamente"

23.8.05

partícula elementar

Kaon
(From Wikipedia, the free encyclopedia

In particle physics, Kaons (also called K-mesons and denoted K) are a group of four mesons distinguished by the fact that they carry a quantum number called strangeness. In the quark model they are understood to contain a single strange quark (or antiquark).

20.8.05

EL SUEÑO DEL PIBE

Golpearon la puerta de la humilde casa,
la voz del cartero muy clara se oyó,
y el pibe corriendo con todas sus ansias
al perrito blanco sin querer pisó.

"Mamita, mamita" se acerco gritando
la madre extrañada dejo el piletón
y el pibe le dijo riendo y llorando
el club me ha mandado hoy la citación.

Mamita querida
ganaré dinero
seré un Canhotero,
un Diego un Pelé;
dicen los muchachos
del oeste Argentino
que tengo más tiro
que el gran Bernabé.

Vas a ver que lindo
cuando allá en la cancha
mis goles aplaudan
seré un triunfador
jugare en la quinta
después en primera
yo sé que me espera
la consagración

RECITADO....

Dormía el muchacho
y tuvo esa noche
el sueño más lindo
que pudo tener.
El estadio lleno,
glorioso domingo
por fin en primera
lo iban a ver.

Faltando un minuto están cero a cero;
tomo la pelota, sereno en su acción,
gambeteando a todos se enfrentó al arquero
y con fuerte tiro quebró el marcador.
era uma vez um macaco navegante, macaco evoluído, sina de navegante é não existir.

[tentando ser mais demencial do que herberto]

rockstars nunca decepcionam

enquanto eminem cancela shows e vai para o tratamento de dependência em "remédios para dormir", brilliant courtney chora no tribunal, aos 41 anos, enquanto um juiz caipira ameaça mandá-la para cadeia. de novo, o tratamento. o mesmo ciclo de kurt, só que mais lento, diluido na espiral do sistema.

Arts, Briefly
(THE NEW YORK TIMES)
Compiled by BEN SISARIO
Published: August 20, 2005

Rehab for Eminem ...

Eminem is undergoing treatment for a dependence on sleep medication, his publicist said. The announcement, made late Thursday, came two days after the Grammy-winning rapper canceled the 12-date European leg of his Anger Management tour, citing exhaustion and unspecified medical issues. The tour was scheduled to end with a Sept. 17 performance at Slane Castle in Ireland. Since releasing his first album in 1999, Eminem has kept a demanding schedule. He has since produced three other solo studio albums (including the best-seller of 2002, "The Eminem Show," which has sold 9.4 million copies), two albums with his rap crew D12, and a soundtrack to his semi-autobiographical film, "8 Mile." Last month, the rapper, whose real name is Marshall Mathers, denied reports that he planned to retire from recording and touring. Paul Rosenberg, his manager, said at the time that Eminem's current album, "Encore," was "the close of the first chapter of Eminem the recording artist." He added, "To speculate beyond that is just a guess." Eminem's current tour, with 50 Cent, had suffered from lackluster box-office sales, compounded by what analysts regarded as high ticket prices and the historically weak track record of live rap concerts. Before the news of his medication dependency, Interscope Records, the label that distributes his albums, was in the early stages of planning an Eminem greatest-hits package, intending to release it the next few months; it is now unclear when the project will be completed. JEFF LEEDS

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Arts & Leisure (August 21, 2005)... and for Courtney Love

Courtney Love tearfully admitted using drugs in violation of her probation terms in Los Angeles County Superior Court yesterday and was ordered into a 28-day drug rehabilitation program, avoiding a jail sentence, The Associated Press reported. Ms. Love, 41, was in court for allegedly being under the influence of a controlled substance, which was not identified. She was told to enter a drug treatment facility by the end of the day. The judge, Rand S. Rubin, ordered her back to court on Sept. 16 for sentencing on the probation violations. "There will be sentencing and some further consequences at that time," Judge Rubin said. "I think you either need a long-term drug program or a long term in county jail." In July, a judge praised Ms. Love for making progress in a court-ordered drug treatment program. The treatment is tied to a misdemeanor count of being under the influence of a controlled substance in 2003 when, the police said, she tried to break into a former boyfriend's home.

GUERRILHA EM ALTA x ROLO COMPRESSOR

A circulação de Microafetos tem ocorrido nos eventos que vêm surgindo na cena literária contemporânea. A Edições K, lançada em 2004 na Festa Literária de Parat), é na verdade uma cooperativa de autores que, em diferentes pontos do país, organizam circuitos de lançamentos em livrarias, sebos, bares, bibliotecas ou quaisquer outros espaços que permitam o contato direto autor-leitor.

http://www.jb.com.br/jb/papel/cadernos/ideias/2005/08/19/joride20050819011.html

18.8.05

Era um cão que tinha um marinheiro. O cão perguntou à esposa, que se pode fazer de um marinheiro? Põe-se de guarda ao jardim, respondeu ela. — Não se deve deixar um marinheiro à solta no jardim, que fica perto do mar. Um marinheiro é uma criatura derivada por sufixação, e pode recear-se o poder do elemento de base: o radical mar. Em vez de guardar o jardim, ele acabaria por fugir para o mar. — Deixá-lo fugir, disse a esposa do cão. Mas ele não estava de acordo...


Herberto Helder
Pergunto: dá pra ser mais demencionista?

o desta semana

(top five pessoal, já conhecido deste blog)

17/8/2005
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Ficcões

Regicídio linha-direta

Dezessete de julho de mil novecentos e dezoito. Quatro rifles automáticos e cinco pistolas. Somos nove bolcheviques e aguardamos ansiosamente a hora certa. A Família Real espera numa sala vazia onde sequer há cadeiras, nesta Casa Ipatiev, perto dos Montes Urais. Justiça poética: também chama-se Ipatiev o monastério onde Mikhail Romanov foi coroado em 1613, nos conta o Líder Supremo do Conselho. Ele suspira e lembra, rindo, quando a família Romanov celebrou trezentos anos de poder, em mil novecentos e treze, e um presságio sombrio apavorou os crentes: o quadro da padroeira da família, a Nossa Senhora de São Feodor, escureceu tanto que a imagem quase desapareceu.

O Líder nos dá as instruções finais e as portas da sala são abertas com violência, a família nos encara atônita. O Líder fala algumas palavras burocráticas, “Seus parentes da realeza aqui e no exterior tentam salvá-los, mas o Comitê do Soviete resolveu que vocês serão executados”, o rei grita “O quê?” e olha para o Príncipe Alexei, atiramos todos ao mesmo tempo, o Rei cai no meio da impáfia, a cabeça da Rainha explode numa nuvem de sangue, as Princesas morrem chorando em meio aos tiros, seus corseletes cheios de jóias desviam as balas e os mais exaltados as atacam com culatras e baionetas. O Príncipe adolescente e hemofílico me encara silencioso. Atiro em seu peito, ele cai com os belos olhos azuis arregalados, o Líder se aproxima e descarrega a pistola em seu corpo frágil. Acendemos cigarros. Alguém terá que enterrar os mortos.

Patrick Brock, 26, publicou Velhas Fezes [Edições K, 2004] e Textorama [2005]. Email: brock@atarde.com.br

17.8.05

foi uma honra estar no centro de são paulo, ontem, todos vocês em meu pensamento, e encerrar a jornada orbital com uma subida ao terraço do banespa, a cidade se avolumando sobre a serra cinzenta quase como uma outra serra, mais baixa, branca, de arestas geométricas dispersas em planos incongruentes, que encarei, desafiante, indagando o monólogo: "aqui vim pra ser feliz; por que não consigo?"
GARRINCHA - ANÁLISE TÉCNICA

Cabeceio- Bom, embora detestasse cabecear. Dois dos quatro gols que fez no Mundial de 62 foram de cabeça.
Chute
Pé direito - Ótimo, tanto nas finalizações como nos cruzamentos.
Pé esquerdo - Fraco, mas fez história: com ele, Garrincha abriu o placar contra o Chile, nas semifinais da Copa de 1962.
Velocidade - Excelente.
Habilidade - Excelente. Driblava e escondia a bola dos adversários com muita facilidade.
Posicionamento - Perfeito.
Marcação - Não marcava.

12.8.05

O desta semana

11/08/2005

Jornal A Tarde / Caderno Dez!
(confessional demais, não é um dos favoritos)

Ficcões

Prosdócimo elegia

Um refrigerador que não funciona. Um dia ele foi construído numa fábrica onde pessoas trabalharam e foram para casa no final do dia, todos os dias. Então alguém o abandonou num ferro-velho até comprarem motor novo, aproveitarem o termostato velho e hoje ele não funciona. Os operários que o fizeram não têm culpa, exceto talvez a Previdência Social, ao reunir suas contribuições na forma de matrículas, peixes dourados, marlins ao sol da Espanha, touradas e numa grande polêmica quando governo/empresários brigam pra saber quem vai pagar a conta, até ser decidido que os proletários sofrerão os tributos. Aí a coisa fica feia porque os trabalhadores já pagam demais e sofrem e afinal de contas você acha que as coisas mudaram tanto assim desde a Idade Média? A História conseguiu gerar apenas a Previdência Social e geladeiras que não funcionam. Tudo é simbólico como a música dos Mutantes, mas a vida não é um show de rock e o presunto que está lá vai apodrecer, o mesmo que você comprou e profetizou na hora “este presunto feio será jogado fora”, e nem é a coisa de verdade, é apresuntado, que porcaria é apresuntado? Deve ser como os eufemismos que usam tanto no mundo comercial, tipo carne reconstituída, mas estamos esquecendo o verdadeiro significado das coisas, igual aos matemáticos que calculam a superfície de Plutão usando equações muito doidas. Li que as pessoas viajam o mundo mas não conhecem nem o vizinho, ria se puder, eu não vou parar de escrever pois isto é uma série de signos dispostos de maneira linear mas soltos do tempo original. Enquanto eles flutuam eu posso tentar uma existência feliz, sem geladeira, comendo sopão com cream cracker, lendo Hemingway e depois sentando à máquina para ouvir o som cadenciado das teclas, o pensamento nas mulheres que nunca me darão intimidade e não querem contar as moedas. Dizem que o brasileiro ignora as moedas, mentira, eu me importo com cada uma delas. E Amém. Vou ler o Hem.

Patrick Brock, 26, publicou Velhas Fezes [Edições K, 2004] e Textorama [2005]. Email: brock@atarde.com.br
no dia do pendura em são paulo, advinhem quem foi pendurado em brasília?

11.8.05

ALHURES - 11/08/05

O homem, a descrença,
mas basta um canto índio
para reviver a força, a vida,
no teatro das vozes
onde ossos falidos
aspiram ao éter,
a verdade dos ossos
no teatro da lama,
do falso e do nobre
arrependimento
de seres trágicos
corrompidos pela dança,
mas basta um canto índio
para resgatar a força e a crença.

André Setti
sobre essa escrotidão de hoje e atual

4.8.05

'Os símbolos são objetos materiais que
representam noções abstratas'(Schaff);

3.8.05

Conheci o senhor Hirue na temporada que passamos em Birmingham, nos idos de 1987. Simples e bastante generoso, ele me confidenciou sua secreta paixão por Gnal Etin La, uma antiga cafetina de Hiroshima, recém alfabetizada em hebraico por exigência de um de seus clientes. Hirue era um homem ciumento e ensinou-lhe o ofício do sabre. Soube disso muitos anos depois, numa carta escrita em tom choroso, em que ele lamenta não ter apenas decepado-lhe os lábios.

andré

ps - apaguem o anterior

2.8.05

DOWNLOAD MP3 GRÁTIS


me desligo da timidez incômoda pra pensar em tudo que vejo na literatura. eu acho que há renovação, fortalecimento. meu respeito pelo que já foi escrito só vem crescendo. estou tentando absorver tudo. essa polêmica aí com o Marcelino mostra o choque causado por uma forma de literatura mais popular, ideológica e simples. um passo à frente sempre sem olhar pra trás; meu respeito atual sobre a responsabilidade de apresentar seu próprio trabalho. acho que faria como wlad e lançaria meu primeiro livro apenas agora e olhe lá. a máxima dos escritores novatos na era da internet e da impressão digital é a ansiedade. há um mapa; todos querem fundar sua cidade invisível; ontem eu decidi queimar os velhas fezes que sobraram.

comprometi o tempo e as idéias pra escrever um conto por semana, é uma pressão da porra. é assustador que pequenas violações de linguagem causem tanto celeuma nesta megalópole provinciana. as pessoas não compreendem a separação entre o biográfico e a ficção. narrador homem, cachorro, mulher, dinossauro ou robô, apenas mais um sintoma da busca pelo ponto de vista.

decidi queimar um livro de massaud moisés depois de pensar nisso. eu, aos 21 anos, lendo moisés explicar biblicamente o que é tempo e aos 26 pensando em como desconstruir os dogmas. meu alento é saber que daqui a doze meses serão 48 contos. e tem wash, ogum s/a, china girl, e se no final alcançar o suficiente pra um volume original, seu destino será uma arca congelante.

Tatsumo Hirue

e

Gnal Etin La

1.8.05

márcio, coloca o sebá prá marcar o marinho, ou então coloca ele de centroavante, pô!!

29.7.05

e esse medo. esse nada.
armadilha.

28.7.05

a desta semana

28/07/2005
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Ficcões

A fugitiva

Primeiro foi o pânico e todos aqueles corpos despedaçados na escuridão da fumaça sufocante. Depois, nas escadarias da estação, entre a tosse e os gritos de dor, a idéia, tão perfeita e oportuna que se tornou irrecusável: virar outra pessoa e nunca mais olhar para trás.

Deixei as ensangüentadas sirenes histéricas e pequei o primeiro táxi, num deslocamento rápido de roupas ainda esfumaçadas. E então o primeiro trem, limites urbanos, um avião, navios, oceanos, continentes, uma casa qualquer e a solidão da fuga de olhos brilhantes.

Desapareci na confusão e comecei vida nova. Meus motivos já mofaram no afã de queimar documentos e falsificar certidões: emprego ruim, marido impotente, família horrível ou cotidiano massacrante – “mulher é considerada desaparecida ou pulverizada pela explosão” – no final, oficialmente morta em meio ao fogo, mas renascida num lugar bem distante dos cartazes já meio amarelados, pregados nos postes das estações de metrô como último registro de uma identidade destruída.

Sete anos depois, essa maldita mordida da curiosidade me fez voltar à capital para buscar nossa casa, estranhar a falta dos entulhos de sempre no jardim e, com os olhos pocados, encarar pela janela minha própria movimentação minuciosa no velho armário já esquecido, um pouco mais velha e gorda, refletida num espelho de tempo futuro, sem saber da vida ou da morte nem da minha própria identidade.

Patrick Brock, 26, publicou Velhas Fezes [Edições K, 2004] e Textorama [2005]. Email: brock@atarde.com.br

20.7.05

Nota de Repúdio

O coletivo palavrascruzadas.blogspot.com se manifesta em repúdio à matéria publicada na revista Veja desta semana (18/7), em que críticas destruidoras e sem fundamentos foram lançadas sobre dois escritores de notória qualidade. O clima de vendetta pessoal é bem tradicional na revista citada, que presta um desserviço para o jornalismo nacional ao reproduzir as práticas mais toscas da mídia americana.

19.7.05

A vida é assim: quando tá fácil, tá foda!

André Setti

17.7.05

um depois o outro

aH

As peSSoaS...


AlguMaS VezeS
TornaM-se

Gilós
À beiRa D`águA

16.7.05

AL NITE LANG VIVE

JORNAL A TARDE, 08/02/2005
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Carnaval 2005

O calvário do prazer

Gula: A história de quem foi do Campo Grande à Barra e conseguiu sobreviver turbinado por umas “loira”, viu muito “arrocha” e até puxa estica
entre vítima e assaltante

AL NITE LANG

Você já ouviu falar em Hunter Thompson? Este maluco americano é o criador do jornalismo “gonzo”, uma mistura de irreverência e fatos com um toque de literatura. Mais conhecido pelo filme Medo e Delírio em Las Vegas, baseado em sua obra homônima, Thompson será a bússola que vai nortear este relato, quase uma experiência científica cronometrada e regada a várias latinhas de cerveja, na qual o desafio é descer vivo do Campo Grande até a Barra.

11h32
Começamos a descida a partir do Teatro Castro Alves. Eu e a colega Regininha da Bahia não tivemos nenhuma dificuldade em encontrar duas latinhas de cerveja mezzo fria para acompanhar o trajeto. A aglomeração popular é imensa. No curto caminho entre o Castro Alves e o Corredor da Vitória, tentam me roubar três vezes. Eles enfiam as mãos nos bolsos discretamente, com os olhos famintos, a expressão cuidadosamente fabricada, quase inocentes. Em um momento se forma um coágulo humano entre tapumes, e a coisa explode como um aneurisma, quando grito ao sentir que vasculham meus bolsos e quase levam meus cigarros. Mas o trajeto é compensado pelo grupo de percussão que sai na concentração. Enquanto Ghandys se espalham com suas vestes orgulhosas, um casal entrega um resto de guaraná a um catador. O cheiro de urina é avassalador.

Consumo: 3 latinhas. Um louco da noite se aproxima, ávido por uma entrevista ou uma cerva. Marco Antônio, de 32 anos, espera a saída do trio Malcom X e explica a diferença entre o arrocha e o pagode:

-O arrocha é pra se esfregar, o pagode é pra quebrar, ir até o chão. - Ele pede uma latinha.

0h36

“Alex Mini, em defesa de todos os músicos”, diz o trio com o luminoso brilhante “Só pra ofender”. O vocalista canta que “vou meter, vou meter”, enquanto a música vai vencendo as pessoas, fazendo-as dançar. O consumo entra na quarta lata e somos vencidos pelo poder diurético da cerveja. O problema é encontrar um lugar para o “mics”, como a função é carinhosamente apelidada pelos foliões. Localizamos uma rua escura, quase no largo da Vitória, onde conseguimos nos aliviar.

Seguimos e quase somos arrebatados pelo churrasquinho de Dona Maria Santos, 60 anos. A R$ 1,50, é possível adquirir um espetinho de calabresa e carne de boi (capa do filé e maminha, garante). Dona Maria, que comprou 15kg de carne só para a noite de domingo, vende seus quitutes no mesmo lugar há seis anos, no alto da ladeira da Barra.

- Não muda nada, diz, cansada de vida e usando um guarda-pó escrito: “Posso ajudar?”, que “dá idéia de limpeza”. Para esta senhora, “os camarotes acabaram com a liberdade. O Carnaval está virando uma coisa só para os turistas”. O pano vermelho que envolve sua cabeça brilha como mil ouros.

0h55
Começamos a descer a ladeira, a parte mais tranqüila do trajeto. Ajudados pela força da gravidade, consumimos a quarta latinha. O poder da cevada já nos fazia errar as perguntas e confundir as fontes, e nosso teste do IBABEERMetro comprovou que não é possível comprar cerveja estupidamente gelada nesta parte do carnaval. Gandhys continuam surgindo do nada, com e sem seus colares. Regininha xinga eles: “Se o meu gato não estiver com todos os colares, são 45 que ele comprou, porque eu contei, ele vai se ver comigo!”.

1h26
Chegamos ao Farol da Barra, inebriados pelo consumo da quinta latinha do percurso. A essa altura, nosso trabalho de apuração já se encontrava extremamente prejudicado. A rua, salpicada de gente, fervia com a saída dos blocos. Feliz da vida, Marizete Correia, 27 anos, equilibrava-se com destreza na cadeira de rodas, balançando o corpo de alegria. Ela veio de Livramento, interior do Estado, e caía na folia pela primeira vez na vida, sem dificuldades: “Basta ter força de vontade”.

Um pouco mais distante, Carlos Santos,
23 anos, arrochava Jiussiane (também) dos Santos. Enquanto ele prefere os dois, ela gosta só de arrocha. Mas ela é sua namorada, Carlos?

- Né não, nos conhecemos no Abaeté, há uns três meses.

Jiussiane se arvora de raiva:

- Não sou namorada não é? Seu safado! e dá uns tapas no homem.

Ao lado, um rapaz dançava enlouquecido:

- Arrocha é difícil, tem vários passos. Mas o primeiro e mais comum é umas passadinhas pra frente e pra trás.

O segundo você REBOLA E QUEBRA!.

Nesse momento, Regininha desaparece, certamente saiu em busca do seu Ghandy, e prossigo bravamente pela massa humana que se espreme na Rua Almirante Marquês de Leão. Uma garota branca briga com um assaltante, que tenta levar a sua bolsa. Os dois brincam de cabo de força com a alça da bolsa.

- Sua p..., grita o ladrão,

- Me dê! Sai! Me ajuda!

- Sua p..., vou roubar sua bolsa. – A alça vermelha se parte.

2h
Chego ao Morro do Cristo trocando as pernas, cansado pra caramba, e desconfio que tem uma ou duas bolhas no meu pé. O cansaço é grande. E há perguntas que não querem calar. Não, não é nada sobre assassinato do presidente Kennedy. São coisas do tipo: Quantas pessoas na Bahia tem o sobrenome “Santos”? E onde está a cerveja gelada do carnaval de Salvador? Perdida em algum camarote, certamente.

12.7.05

De agora em diante, a literatura será feita por redatores publicitários em departamentos de marketing. Cada personagem e situação dramática será submetida a pesquisa de mercado. O leitor nunca mais deixará de ser um consumidor satisfeito.

http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/2611,1.shl

9.7.05

o quem mais tem nesse mundo são jôs e jabors: medíocres que se acham grandes

8.7.05

cris
`as vezes eu tenho a impressao que o meu computador ri de mim

7.7.05

bagdá?!?
diadema? baixada fluminense?
nordeste de amaralina? periferia de recife?
tá todo mundo comentando os atentados em Londres. alguém sabe quantos atentados teve em Bagdá hoje?

6.7.05

conte notícias daí que eu conto daqui... fui num luau da união dos escritores, parodiei quase todos os nossos amigos e conhecidos [Silva horrida ficará fechado durante o mês de julho; vou vadiar um pouco]
Cazé

4.7.05

tá todo mundo convidado pro jardim elétrico

1.7.05

Muita gente comenta as perdas impostas pela tradução. Claro que acontece, até porque há coisas que não tem como se dizer em determinado idioma; se esquecem, no entanto, dos ganhos de uma tradução. Sim, pois há trechos em que a tradução é muito melhor do que o original. Isso poucos comentam.

André Setti

30.6.05

Hoje estreou a coluna "Ficções", no Caderno Dez! de A Tarde. Considerado pela ANDI o melhor suplemento juvenil do Brasil, o Dez! publicará um texto de Patrick Brock todas as quintas-feiras. Os textos serão postados aqui no palavrascruzadas.blogspot.com

CADERNO DEZ/JORNAL A TARDE/30/06/2005

Muito prazer, o prazer é meu

“A verdade é que vivemos a adiar tudo o que é adiável; talvez todos saibamos profundamente que somos imortais e que mais tarde ou mais cedo todo homem será todas as coisas e saberá tudo” [ “Funes o Memorioso”, Ficções, Jorge Luís Borges]

Patrick Brock

Mesmo que escrever para vocês seja totalmente importante para mim, deixei para a última hora, em busca daquele sopro repentino. E veja: acho que agora está funcionando. Gal Costa Old School ajuda, conhecem? O nome da coluna é inspirado num livro que acabei de comprar, com capa de couro e acentos antiquados nos lugares errados. Pensei em fazer disto um tratado de intenções ou uma carta de apresentação, e quis colocar logo de cara uma história louca que pesquei. Os gatilhos se encontram onde menos espero, um fórum na internet sobre uso de meth, notícias loucas.

Gostaria de focalizar mais os meus olhos na boa terra, olhar pra ela diferente e contar algo sobre Salvador. Digamos que neste ramo você tem que aprender muita coisa sozinho. Mas, lendo, dá pra você sacar mais ou menos o que é que você quer. Por enquanto, só sei que quero me afastar daquilo que é desconectado com a minha geração. Sem universalismos, afinal, isso aqui é arte ou não é? Universalidade tem pouco a ver com a coisa. Mas vou ter que exercitar bastante essa sutileza enquanto estiver por aqui. Que Borges seja meu pastor e nada me faltará.

Estou em busca de uma sutileza que não é muito diferente da leveza, um dos aspectos ressaltados por Italo Calvino nas palestras inacabadas de “Seis propostas para o próximo milênio”. É hora de pesar os valores, lapidar as pedras; muito prazer, o prazer é meu.

Patrick Brock, 26, publicou Velhas Fezes (Edições K, 2004) e Textorama (2005).
Email: brock@atarde.com.br
Chora argentinha, chora... todo o tango do mundo será pouco, seus pernas de pau!

28.6.05

104


104 degraus, conto um a menos, pouco importa. Me lembro Porto Alegre, a cidade fria onde brasileiros são quase argentinos, bebem muito e admiram seu próprio sotaque. Lá as pessoas conversam, e o taxista ouve Mozart. Recordo coisas estranhas, feitas na distância. Tanto mar Porto Alegre, agreste ou a cidade onde nunca estive. Caminho estrangeiro em meu bairro. Cidade é apenas um nome.

André Setti

24.6.05

RECEBI POR EMAIL. CURTI. VAI NA LINHA DO QUE ANDRÉ 7, HÁ POUCO, PUBLICOU:
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso
predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por
leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos.
Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo.

É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela
totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos
nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular, ela
era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a
porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.

Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto
adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa
maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos.
Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as
condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

23.6.05

- quem é essa mina aí no Jô?
- essa mina é santiago nazarian.
- puta, pensei que era giulia gam.

22.6.05

disse meu nobre colega em plenário:

"Parece que os ex-terroristas estão andando por trincheiras tortuosas..."

deputado de tocantins. (cadê o meu, pô?)

21.6.05

FEIRA

Olha aí! Olha aí Freguesia! O cacho de vírgulas é 5 reais, 4 reais pra você, olhaí, a dúzia de tremas, 3 reais, 3 reais, dura até 2008, freguesa, pra acabar, o acento agudo pro seu marido, dois reais, dois reais, e um centavo o poema.

André Setti

10.6.05

on the way home

difícil descrever a sensação de voltar para casa, as coisas familiares, a mesma poeira sob a mesa e os porta-retratos. os hábitos persistentes se repetem em todos os lugares, ouvir radiouol, ver tevê à noite antes de dormir.



sinto olhares, será só a minha cabeça? pediram que escrevesse uma coluna, colunas de luz brilhante quando penso nisso. as dúvidas me assaltam, mas tenho certeza do amor à coisa. sim. foram tantas cidades e rodoviárias, aeroportos, avenidas brasil e benjamin constant se repetindo em paisagens diferentes. as pessoas são o tesouro maior, como se revelam em atitudes sutis e permitem que sejam percebidas seus recônditos. as órbitas chega queimam de tantas imagens guardadas.



sandrini sorridente em curitiba, essa figura extraordinária nas ruas amplas, ar frio e cafés. curitiba é um território oculto em projetos urbanísticos e cemitérios editoras e bebedeiras animadas, todos os lugares são cafés impulsivos.

em porto alegre, meu deus, tanta bebedeira, como um crescendo, tenho pequenos momentos de reflexão durante música alta. lugares assim não me pertencem mais. vejo um pequeno jogo se formar entre pessoas variadas, xadrez de música dançante e cerveja quente. como da primeira vez em que fui ao ocidente, algo de ruim tem que acontecer: levaram meu casaco. coisa de baiano de criação, perdido nas mudanças de temperatura.

passamos uma longa tarde de carro no interior do rio grande do sul, por estradas perigosas, indo e voltando, ganhando altitude, escada de cidades no topo da serra. conheci a cidade em que nasci, caxias do sul, uma ilha estranha de indústrias e movimento entre morros.



nunca esqueço as idéias de acidentes aéreos. fogo e destruição quando o boeing sacode entre uma pequena refeição e outra. aham. desculpe a secura. mas é sobre isso mesmo que eu queria falar, a secura do texto. sempre há momentos; tantas emoções. aham. as memórias sumiram momentâneamente. o importante é que cheguei em casa, alguns móveis mudaram de lugar, guardo a lembrança de todos vocês por essa estrada longa e divertida e eu nunca esquecerei.

kcirtap kcrob (para bolla, que sabe das coisas)