13.2.11

A Bahia é terra de doido. E chega mais

Jolivaldo Freitas
(Editor-chefe do site www.noticiacapital.com.br)

Como se não bastasse a renca de malucos que nasce por aqui todos os dias, agora deu para chegar grandes e belos navios trazendo uns desembarcados que de tão loucos chega a dar dó. São verdadeiras gaiolas das loucas. Tem maluco de todas as marcas, jeitos e raças. Uns são malucos beleza que chegam, fumam sua maconha, enchem o toba de roscas e se picam, depois de terem comprado uma medida do Bonfim feitas em São Paulo, um escapulário ali de Goiás e uns artesanatos típicos baianos feitos no Ceará. Coisas da “globalização”

Outros malucos que desembarcam na rodoviária ou no aeroporto são do mal e chegam para zuar ou “causar” em bares e restaurantes, como vimos semana passada num famoso point da Pituba onde – imagine – jovens turistas fantasiados de torcedores do Corintians soltaram a zorra nuns baianos que vestiam roupa do Palmeiras. Os filhos da mãe trouxeram suas diferenças futebolísticas pra cá.

Quando a polícia perguntou o porquê da porrada um deles disse que era por não suportar a cor verde. E fez um adendo:

- Nem na bandeira do Brasil e nem mesmo na floresta amazônica.

Digaí, não é coisa de doido?

Como disse, como se não fosse por demais ter de aturar os malucos nativos ainda temos de engolir os alienígenas. Os shoppings são locais procurados pelos aloprados. No Shopping Barra, se alguém prestar atenção, ao longo de todos os pisos existem duas faixas pretas de granito, paralelas. Não é que outro dia fiquei abestalhado vendo que uma senhora seguia por cima das linhas, sem deixar que os pés tocassem na outra cor. Ela seguiu por todo o andar e eu seguindo atrás. Para meu azar apareceu um amigo. Eu expliquei o que estava acontecendo e ele me disse que eu era mais doido que a turista catarinense.

O Porto da Barra é um verdadeiro laboratório de doideira. Um barraqueiro morre de medo quando chega grupo de mineiros. Ele diz que é uma onda, pois têm nojo até de copos plásticos, querem coco coado e em cada caipirosca a fruta além de ser lavada e tem de levar um brilho com guardanapo. O chato é ter de tirar a polpa e a casca do umbu. Sem falar que vão para a beira do mar e ficam contando as ondas que batem na praia.

Mas os piores são os argentinos. Los hermanos cometem loucuras do tipo vir sem grana e ficar buscando restaurantes onde se possa comer o mais barato possível. Funcionários de um restaurante no Largo Dois de Julho se divertem quando chega um grupo, que mora numa pousada de terceira, no logradouro, e que só come folha. Eles chegam, pegam o prato e fazem aquele imenso monte de alface, brócolis e acelga. Pagam uma merreca que nem chega a dois reais. Completam com copos e mais copos de água que fazem volume no bucho e se mandam.

Um maluco português chegou no domingo passado num clube de tênis, jogou, suou, se divertiu, ali mesmo na quadra baixou a roupa, ficou de ceroulas, trocou e colocou numa sacola. Foi ao banheiro, tirou o tênis e começou a lavar na pia. Um associado não gostou e perguntou se não sabia que era nojento o que estava fazendo e quis saber por que estava agindo daquela forma. O portuga disse que lavava ali para não ter de lavar na pia de casa.

O sócio rebate:

- Mas tem de ser na pia?

O português para, pensa e responde:

- É, pá! Podia ser na casa de banho.

E foi lavar embaixo do chuveiro.

Está difícil agüentar esta renovação carismática de ensandecidos, malucos, loucos, doidos, doidevanas, desmiolados, alienados, débeis, pirados, insanos, birutas, pacóvios, baratinados, maníacos, estouvados e neuróticos. Chega de concorrência externa.