modesto não-trajar a pompa disfarçadora, gestão contra o patrimônio; precisamos desinstitucionalizar, aniquilar a liturgia do cargo;
estranho ser peça entre peças de enorme engenhoca, cruzando uma esquina em diagonal pra cortar caminho, andando nas ruas lançado pra cima por uma pressão na nuca.
(Cazé)
24.8.04
comunidade passando por mudança incessante, o espaço ampliado ocasionando oscilações e refluxos, subitamente mergulhamos na claridade
tecido empoeirado, papel e passado
giro de signos. caio no se arrastar desmotivado, abandonar perambular evém.
posso cortar a linha dos sentidos em alguns pontos, como aqui, em que o que estou pensando se revolve entre o código e a mão, mas não posso cortá-la nas linhas que partem de cada ponto cortado, em direção ignorada.
(Cazé)
tecido empoeirado, papel e passado
giro de signos. caio no se arrastar desmotivado, abandonar perambular evém.
posso cortar a linha dos sentidos em alguns pontos, como aqui, em que o que estou pensando se revolve entre o código e a mão, mas não posso cortá-la nas linhas que partem de cada ponto cortado, em direção ignorada.
(Cazé)
18.8.04
histórias suadas se incorporam aos poucos ao meu cotidiano. leio sobre prazeres e tento escrever prazeres mais sou romântico demais. se tem alguém ouvindo, então grite de volta, com todas as forças, pois eu sou como um soldado romano distribuindo chutes em judeus e palestinos. preciso de feedback.
FEZES
Ela nunca havia pedido isso antes para mim e agora olhava cândida, ansiosa: "caga na minha boca?". Ela tinha uma beleza razoável, apesar de ser um pouco gorda. Isso não importava muito para mim, eu também não era um adônis. Fiquei indeciso na hora, e brochei. Ela entendeu e pareceu estar um pouco envergonhada. Na próxima semana, nos deitamos para fuder e, depois de gozar, ela pediu de novo. Não resisti. Eu era um empresário bem sucedido, ela era minha esposa, nós tínhamos uma conta conjunta. Pedi que agachasse e fiquei de cócoras em cima do rosto dela. De imediato não consegui. Tentei mais um pouco e peidei na cara dela. Tudo desabou, com lágrimas e gozo interrompido.
AL NITE LANG
3.8.04
PARA O CANNIBAL CAFÉ
não escrever sobre todos os eventos distantes que não pude participar. meu pensamento é dolorido por causa de muitas coisas. medo de fazer barulho com os dedos voando velozes por teclas de plástico. medo de escrever alguma coisa piega. a essência do homem é o medo, é o que me parece agora enquanto lembro de olhos bondosos e a cama quente. de pele alva e cabelos loiros pintados, ela me espera no catre enquanto coloco o preservativo lubrificado. já chupei sua buceta, um gosto suave, não muito forte, cheiro de coisa viva. nos atracamos, me aproximo devagar e peço que coleque meu pau pra dentro. ela sorri e o faz, toda animada. ela é baixa e pequena, buceta apertada. nosso sexo convencional se torna mais convencional ainda quando ela pede que fale coisas com minha voz mansa. divagando sobre as florestas da europa, quero gozar tudo que posso. não devo; como bom macho, devo satisfazer a fêmea. tudo isso parece distante agora, madrugada de segunda feira, duas pautas pra fazer durante a semana, sem drogas, apenas o cigarro da tosse insistente. quero ser sedado, mamãe. ela traz comprimidos alongados para mim. subitamente, as florestas todas começam a pegar fogo. uma manhã, tive vermes e fui levado ao médico. era pequeno demais para compreender, mas enfiaram doze supositórios em meu cu. chorei muito naquele dia. gozamos juntos e as florestas viram cinzas com erros de português. o realismo ultrapassado bate na minha porta, mas acabei de abrir a janela para voar pelos céus escuros de milhares de quilômetros. pouso em são paulo, achando que encontrarei algo de acolhedor na cidade doentia. caminho pelas ruas, chove muito, lanternas japonesas chacoalham com o vento. o tempo começa a regredir, aos poucos. gabiru volta a salvador; bola volta a salvador. não há mais livros, sou um homem sadio com um diploma na mão. ainda voando, focalizo meus olhos num grupo de jovens que desperdiça a vida em goles e tragadas furiosas. estamos todos vivos.
volto para a cama amarela. o realismo já entrou no quarto e ri do meu corpo feio. ri do corpo dela, atarracado e macio. ri de nós dois, agarrados, gozando em meio as florestas em chamas, o preservativo se enchendo de espermatozóides desenganados. meu pulmão esquerdo dói. esfrego um pouco. vai passar, vai passar. a mulher dos supositórios tem olhos negros e pálbebras pesadas. ela sorri e começa tudo de novo. acordo suado.
al nite lang
não escrever sobre todos os eventos distantes que não pude participar. meu pensamento é dolorido por causa de muitas coisas. medo de fazer barulho com os dedos voando velozes por teclas de plástico. medo de escrever alguma coisa piega. a essência do homem é o medo, é o que me parece agora enquanto lembro de olhos bondosos e a cama quente. de pele alva e cabelos loiros pintados, ela me espera no catre enquanto coloco o preservativo lubrificado. já chupei sua buceta, um gosto suave, não muito forte, cheiro de coisa viva. nos atracamos, me aproximo devagar e peço que coleque meu pau pra dentro. ela sorri e o faz, toda animada. ela é baixa e pequena, buceta apertada. nosso sexo convencional se torna mais convencional ainda quando ela pede que fale coisas com minha voz mansa. divagando sobre as florestas da europa, quero gozar tudo que posso. não devo; como bom macho, devo satisfazer a fêmea. tudo isso parece distante agora, madrugada de segunda feira, duas pautas pra fazer durante a semana, sem drogas, apenas o cigarro da tosse insistente. quero ser sedado, mamãe. ela traz comprimidos alongados para mim. subitamente, as florestas todas começam a pegar fogo. uma manhã, tive vermes e fui levado ao médico. era pequeno demais para compreender, mas enfiaram doze supositórios em meu cu. chorei muito naquele dia. gozamos juntos e as florestas viram cinzas com erros de português. o realismo ultrapassado bate na minha porta, mas acabei de abrir a janela para voar pelos céus escuros de milhares de quilômetros. pouso em são paulo, achando que encontrarei algo de acolhedor na cidade doentia. caminho pelas ruas, chove muito, lanternas japonesas chacoalham com o vento. o tempo começa a regredir, aos poucos. gabiru volta a salvador; bola volta a salvador. não há mais livros, sou um homem sadio com um diploma na mão. ainda voando, focalizo meus olhos num grupo de jovens que desperdiça a vida em goles e tragadas furiosas. estamos todos vivos.
volto para a cama amarela. o realismo já entrou no quarto e ri do meu corpo feio. ri do corpo dela, atarracado e macio. ri de nós dois, agarrados, gozando em meio as florestas em chamas, o preservativo se enchendo de espermatozóides desenganados. meu pulmão esquerdo dói. esfrego um pouco. vai passar, vai passar. a mulher dos supositórios tem olhos negros e pálbebras pesadas. ela sorri e começa tudo de novo. acordo suado.
al nite lang