Polonesa dava maconha a suas vacas para mantê-las tranqüilas
"A Polícia da província polonesa de Szczecin descobriu que uma camponesa da aldeia de Lobza cultivava maconha e que, como a mulher explicou às autoridades, dava a droga a suas vacas, misturada com a ração para gado, para tranqüilizá-las.
Os policiais que descobriram e destruíram a plantação de maconha disseram que a camponesa de 55 anos se mostrou uma grande agricultora, já que os pés de maconha tinham mais de três metros de altura.
Os especialistas do laboratório da Polícia que analisaram as plantas asseguraram que continham uma grande quantidade de narcótico de alta qualidade. "Minhas vacas, não sei por que, são muito loucas, sempre estão dando pulos e correndo. Uma delas em certa ocasião fraturou meu braço", explicou a camponesa.
A mulher contou esses "problemas" para alguém, que a aconselhou a dar um pouco de maconha para os animais ficarem tranqüilos.
A camponesa comprou as sementes da maconha em um mercado, as semeou e cobriu o lugar com um plástico, para que ninguém visse a plantação, porque não queria perder seu "remédio".
"Tenho que reconhecer que se trata de uma solução estupenda, porque desde que lhes deu a primeira porção de maconha minhas vacas estão como cordeirinhos", explicou."
fonte: http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI1163030-EI1141,00.html
28.9.06
26.9.06
beatiful day
It`s fun to watch the colors babe, not the colors in the movies, but the blue in the sky, or the sandy quality of the earth, maybe just the skin tone of the Mexicans strolling down the street, trying to look dangerous. They’re probably as scared as me, taking the empty sidewalk while the cars zoom by, fast, fast, so fast that they even think where to go – just drive.
So today I had an actual job interview – me, a Latina, a black guy from Texas and a middle aged woman with strange, luminous ideas. While we where waiting for the presentation on how to get as much money as we can for the Democratic National Committee, she just stopped for a moment, took a good look at our faces, and said:
- You know, we’re just like a rainbow, if we could work together, each of us could approach a different kind of person…
Fifteen minutes later, I got the job and walked home all satisfied with myself. It`s a kind of weird how I can make exactly the impression that I want, but can’t control it. Now I`m all fired up, watching American television (ads about who to vote for attorney general or no on proposition 86 – whatever that means).
Doc, I dream so much now that reality struck me with a 2 by 4. I’m scared because I can’t control them. Do you think that I’m gonna be ok? You know, I can`t sound cool like these other guys. I’m just a normal person, I guess. Can I go now?
Victor Taylor (aka ANL)
So today I had an actual job interview – me, a Latina, a black guy from Texas and a middle aged woman with strange, luminous ideas. While we where waiting for the presentation on how to get as much money as we can for the Democratic National Committee, she just stopped for a moment, took a good look at our faces, and said:
- You know, we’re just like a rainbow, if we could work together, each of us could approach a different kind of person…
Fifteen minutes later, I got the job and walked home all satisfied with myself. It`s a kind of weird how I can make exactly the impression that I want, but can’t control it. Now I`m all fired up, watching American television (ads about who to vote for attorney general or no on proposition 86 – whatever that means).
Doc, I dream so much now that reality struck me with a 2 by 4. I’m scared because I can’t control them. Do you think that I’m gonna be ok? You know, I can`t sound cool like these other guys. I’m just a normal person, I guess. Can I go now?
Victor Taylor (aka ANL)
22.9.06
11.9.06
A ópera apoteótica do profeta operário
Por Wladimir Cazé
wladimircaze@gmail.com
&
Toni Couto
tonicouto@hotmail.com
Entre luzes chapadas e microfonias ensurdecedoras, surge o profeta Tom Zé, com sua inteligência verbal e sua extravagância tropicalista (sim), na Concha Acústica do Theatro Castro Alves, em Salvador, numa tarde de domingo, ao terceiro dia de setembro do ano de 2006. O senhor gabiru de quase 70 anos começa a bradar pelo microfone suas ladainhas para jovens cabeçarati, rastafaris culturais e remanescentes da 5ª Parada Gay de Salvador. A banda aparece e a primeira música do show é "2001", música gravada pelo menestrel de Irará em 1968, em parceria com Os Mutantes.
Tom Zé diz:
- "Pára tudo. Agora vamos tocar a opereta-pagode. Esse show é do meu CD do ano passado: ‘Estudando o pagode: na opereta segrega mulher e amor’. Resumo da história: o homem está desanimado, andando maltrapilho, macambúzio. A mulher ficou independente, muito exigente. É por isso que o homem aqui está vestido de mendigo."
Ele aponta para Jarbas Mariz (percussão, cavaquinho). Fala:
- "Tá vendo esse sujeito? Tem cabimento um músico se vestir assim, um marmanjo desse?"
Justamente por nada ter cabimento é que o “mendigo” Tom Zé está ali, um brasileiro que o povo conhece bem! Entretanto, é curioso que a pobreza só tenha conquistado alguma apreciação no universo cult através de um porta-voz que precisou recomeçar sua carreira nos Estados Unidos para se realizar profissionalmente enquanto autêntico compositor maldito da música popular brasileira.
Seguem-se as harmonias tensas e aparentemente caótico-dissonantes que o ex-aluno de Koellroutter e de Smetak na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia criou para as composições da opereta-pagode. Canções difíceis, onde diversos ritmos de samba comparecem radiografados pelos sismógrafos da vanguarda e do repentismo atemporal. Entreouvimos estilhaços de samba-de-roda, samba-canção, samba-enredo e bossa nova (citados na letra Antonio Carlos Jobim, Baden Powell, Vinicius de Moraes, Menescal, Nara Leão).
Ele aponta para Luanda (vocal) e Cristina Carneiro (voz, teclados). Fala:
- "A mulher, não! A mulher aqui na ópera está vestida de operária!"
O argumento encenado prossegue, o homem propõe um tratado de paz com a mulher, para que vivam juntos. Brigam de novo. Nova reconciliação. Segue o baile.
A partir de um momento que não conseguimos lembrar, Tom Zé dá início a uma sequência de canções do disco "Estudando o samba" (1976), reconstruído em comemoração a seu aniversário de 30 anos: "Hein?" (Tom Zé/Vicente Barreto), "Tô" (Tom Zé/Elton Medeiros), etc.
- "Em outubro deste ano, eu completo 70 anos! Vamos comemorar!"
A saga melódico-sentimental continua com um belo apanhado de composições conhecidas no universo cult. Pelo menos uma delas foi a pedido do público, a gritos e palmas: "Parque industrial" (hino tropicalista gravado duas vezes em 1968: em "Tom Zé", seu primeiro álbum individual, e no antológico "Tropicália ou Panis et circensis", com Gal, Caetano, Gil, Duprat, Mutantes, Nara et alli.):
- "Retocai o céu de anil
Bandeirolas no cordão
Grande festa em toda a nação.
Despertai com orações
O avanço industrial
Vem trazer nossa redenção.
Tem garota-propaganda
Aeromoça e ternura no cartaz,
(...)
(...)
Porque é made, made, made, made in Brazil!!!."
Tom Zé de novo:
- "O Ministro da Cultura Gilberto Gil me convidou para fazer um discurso na ONU e eu vou fazê-lo aqui, para ver se vocês aprovam” - anunciou o velho profeta, às vésperas das eleições, prestes a rasgar seu terno de velcro durante a apresentação da música-discurso ‘Politicar’, do disco ‘Com defeito de fabricação’ (1998).
Tom Zé de novo:
- "Pára, que essa música já tá chata! Vamos tocar outra!”
Mais do que maestro do espetáculo, o comandante do palco se anima mais ainda e lança um desafio para o público:
- "Todo mundo diz que baiano é inteligente! Quero ver agora! Vamos compor uma estrofe AGORA! Se preparem!"
Na velha tradição do improviso!!?? Nos perguntamos, já arriscando adivinhar o tema musical que ele escolheria para pôr mote. Era... como é mesmo o nome? “Jimmy renda-se”: “Lá-lá-lá-lá-lá-lá-lá láááá!...” Que letra será que ele vai cantar em cima?...
A tarde parecia não ter fim, consideradas a quantidade de bis concedidos e a disposição física e criativa do artista, que gesticulava e se movimentava sem parar. Mas promessas ficaram não-cumpridas, a música que ele propunha que criássemos coletivamente naquele exato momento teve que ser adiada, porque a produção avisou que o horário estava encerrado, encerrado, encerrado...
A galera ficou com um gostinho de saudade na saliva, misturado com a realização de ter presenciado uma apoteose rara.
Vale ressaltar que, para participar do evento, foi necessário doar um livro e que Tom Zé fez questão de fazer sua doação no palco, entregando o seu “Tropicalista lenta luta” (publicado em 2003) – por sinal, uma ótima dica de leitura para quem quiser sentir a presença do artista durante mais algum tempo.
wladimircaze@gmail.com
&
Toni Couto
tonicouto@hotmail.com
Entre luzes chapadas e microfonias ensurdecedoras, surge o profeta Tom Zé, com sua inteligência verbal e sua extravagância tropicalista (sim), na Concha Acústica do Theatro Castro Alves, em Salvador, numa tarde de domingo, ao terceiro dia de setembro do ano de 2006. O senhor gabiru de quase 70 anos começa a bradar pelo microfone suas ladainhas para jovens cabeçarati, rastafaris culturais e remanescentes da 5ª Parada Gay de Salvador. A banda aparece e a primeira música do show é "2001", música gravada pelo menestrel de Irará em 1968, em parceria com Os Mutantes.
Tom Zé diz:
- "Pára tudo. Agora vamos tocar a opereta-pagode. Esse show é do meu CD do ano passado: ‘Estudando o pagode: na opereta segrega mulher e amor’. Resumo da história: o homem está desanimado, andando maltrapilho, macambúzio. A mulher ficou independente, muito exigente. É por isso que o homem aqui está vestido de mendigo."
Ele aponta para Jarbas Mariz (percussão, cavaquinho). Fala:
- "Tá vendo esse sujeito? Tem cabimento um músico se vestir assim, um marmanjo desse?"
Justamente por nada ter cabimento é que o “mendigo” Tom Zé está ali, um brasileiro que o povo conhece bem! Entretanto, é curioso que a pobreza só tenha conquistado alguma apreciação no universo cult através de um porta-voz que precisou recomeçar sua carreira nos Estados Unidos para se realizar profissionalmente enquanto autêntico compositor maldito da música popular brasileira.
Seguem-se as harmonias tensas e aparentemente caótico-dissonantes que o ex-aluno de Koellroutter e de Smetak na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia criou para as composições da opereta-pagode. Canções difíceis, onde diversos ritmos de samba comparecem radiografados pelos sismógrafos da vanguarda e do repentismo atemporal. Entreouvimos estilhaços de samba-de-roda, samba-canção, samba-enredo e bossa nova (citados na letra Antonio Carlos Jobim, Baden Powell, Vinicius de Moraes, Menescal, Nara Leão).
Ele aponta para Luanda (vocal) e Cristina Carneiro (voz, teclados). Fala:
- "A mulher, não! A mulher aqui na ópera está vestida de operária!"
O argumento encenado prossegue, o homem propõe um tratado de paz com a mulher, para que vivam juntos. Brigam de novo. Nova reconciliação. Segue o baile.
A partir de um momento que não conseguimos lembrar, Tom Zé dá início a uma sequência de canções do disco "Estudando o samba" (1976), reconstruído em comemoração a seu aniversário de 30 anos: "Hein?" (Tom Zé/Vicente Barreto), "Tô" (Tom Zé/Elton Medeiros), etc.
- "Em outubro deste ano, eu completo 70 anos! Vamos comemorar!"
A saga melódico-sentimental continua com um belo apanhado de composições conhecidas no universo cult. Pelo menos uma delas foi a pedido do público, a gritos e palmas: "Parque industrial" (hino tropicalista gravado duas vezes em 1968: em "Tom Zé", seu primeiro álbum individual, e no antológico "Tropicália ou Panis et circensis", com Gal, Caetano, Gil, Duprat, Mutantes, Nara et alli.):
- "Retocai o céu de anil
Bandeirolas no cordão
Grande festa em toda a nação.
Despertai com orações
O avanço industrial
Vem trazer nossa redenção.
Tem garota-propaganda
Aeromoça e ternura no cartaz,
(...)
(...)
Porque é made, made, made, made in Brazil!!!."
Tom Zé de novo:
- "O Ministro da Cultura Gilberto Gil me convidou para fazer um discurso na ONU e eu vou fazê-lo aqui, para ver se vocês aprovam” - anunciou o velho profeta, às vésperas das eleições, prestes a rasgar seu terno de velcro durante a apresentação da música-discurso ‘Politicar’, do disco ‘Com defeito de fabricação’ (1998).
Tom Zé de novo:
- "Pára, que essa música já tá chata! Vamos tocar outra!”
Mais do que maestro do espetáculo, o comandante do palco se anima mais ainda e lança um desafio para o público:
- "Todo mundo diz que baiano é inteligente! Quero ver agora! Vamos compor uma estrofe AGORA! Se preparem!"
Na velha tradição do improviso!!?? Nos perguntamos, já arriscando adivinhar o tema musical que ele escolheria para pôr mote. Era... como é mesmo o nome? “Jimmy renda-se”: “Lá-lá-lá-lá-lá-lá-lá láááá!...” Que letra será que ele vai cantar em cima?...
A tarde parecia não ter fim, consideradas a quantidade de bis concedidos e a disposição física e criativa do artista, que gesticulava e se movimentava sem parar. Mas promessas ficaram não-cumpridas, a música que ele propunha que criássemos coletivamente naquele exato momento teve que ser adiada, porque a produção avisou que o horário estava encerrado, encerrado, encerrado...
A galera ficou com um gostinho de saudade na saliva, misturado com a realização de ter presenciado uma apoteose rara.
Vale ressaltar que, para participar do evento, foi necessário doar um livro e que Tom Zé fez questão de fazer sua doação no palco, entregando o seu “Tropicalista lenta luta” (publicado em 2003) – por sinal, uma ótima dica de leitura para quem quiser sentir a presença do artista durante mais algum tempo.