Leituras do semestre para "Hurston & Wright" e "The Western" (seis créditos).
Clique na imagem para ampliar. Começa já com a autobiografia de Zora Neale Hurston, Dust Tracks on the Road, e The Sovereignity and Goodness of God (?!?), de Mary Rowlandson, relato do seu tempo de cativa entre os índios na Nova Inglaterra no século 17 - cheio de mapas e figuras, com textos históricos sobre as guerras dos ingleses contra os índios.
31.1.09
30.1.09
TROLLING
Patrulhando o blog dealjournal, sobre os bônus bilionários de wall street enquanto a economia mundial ia pro buraco.
I had a so-called “Managed Portfolio” at Merrill Lynch. The so-called “manager” was named Scott MacDonald at Merrill’s Modesto, CA office. He blindly dumped my money with BlackRock and tried repeatedly to get me to move the remainder of my cash into equities at the peak. He and Black Rock lost 40% of my money. I fired them all switched my entire account to Fidelity in December. I’ve made all but 10% back - even in the turbulent environment. The justice is both Merrill and Black Rock have imploded and the dirt that sleuced their clients are out looking for jobs pumping gas. Luv ya guys. If you want to make money - DO NOT give it to an advisor. They don’t know a thing. They’re just puppets and yes-people. Study - pick - and invest yourself.
Comment by Jeff - January 29, 2009 at 6:25 pm
The problem is this: we drank the capitalist kool-aid, and now we’re screwed. We thought we could command high salaries and outsize “bonuses” when in fact we added little value and contributed to the giant house of cards. PowerPoint, management-speak, team players, corporate ambition - all that stuff is so OVER now. I always tell this to my ass-kissing corporate friends: Live by the sword, die by the sword. Just a few months ago, there were thousands of “world killers” at banks and hedge funds who thought all the false profits were real. Where are those idiots now?
Comment by C. Brewster Rhodes, IV - January 29, 2009 at 7:08 pm
Jeff. There is no way you made back all of your money ex-10% since December. Be honest with your comments.
Comment by SR - January 29, 2009 at 7:27 pm
I had a so-called “Managed Portfolio” at Merrill Lynch. The so-called “manager” was named Scott MacDonald at Merrill’s Modesto, CA office. He blindly dumped my money with BlackRock and tried repeatedly to get me to move the remainder of my cash into equities at the peak. He and Black Rock lost 40% of my money. I fired them all switched my entire account to Fidelity in December. I’ve made all but 10% back - even in the turbulent environment. The justice is both Merrill and Black Rock have imploded and the dirt that sleuced their clients are out looking for jobs pumping gas. Luv ya guys. If you want to make money - DO NOT give it to an advisor. They don’t know a thing. They’re just puppets and yes-people. Study - pick - and invest yourself.
Comment by Jeff - January 29, 2009 at 6:25 pm
The problem is this: we drank the capitalist kool-aid, and now we’re screwed. We thought we could command high salaries and outsize “bonuses” when in fact we added little value and contributed to the giant house of cards. PowerPoint, management-speak, team players, corporate ambition - all that stuff is so OVER now. I always tell this to my ass-kissing corporate friends: Live by the sword, die by the sword. Just a few months ago, there were thousands of “world killers” at banks and hedge funds who thought all the false profits were real. Where are those idiots now?
Comment by C. Brewster Rhodes, IV - January 29, 2009 at 7:08 pm
Jeff. There is no way you made back all of your money ex-10% since December. Be honest with your comments.
Comment by SR - January 29, 2009 at 7:27 pm
20.1.09
A posse, diretamente da minha sala de estar
Passei a maior parte do discurso inaugural de Obama no metrô, com vontade de ir ao banheiro, na companhia de uns poucos nova-iorquinos mal humorados. Depois sentei no colombiano pra comer empanadas, a tempo de ver que Obama terminava de discursar.
Continuei assistindo de casa. No almoço presidencial, um acontecimento ominoso: o colapso do senador democrata Ted Kennedy e de um senador republicano. Ted é o último dos três irmãos que entraram na política, junto com os já falecidos John F. e Robert "Bobby".
Nos degraus do Congresso, chega a hora da parada militar. Tropas em uniformes
do século 18, tocando flauta e tambor, desfilam num anacronismo simbólico de que o presidente é também o comandante das Forças Armadas - tradição desde o general George Washington. Apenas um presidente quebrou a regra implícita de apenas dois termos, criada pelo próprio Washington. No entusiasmo da revolução contra os ingleses, chegaram a sugerir coroá-lo rei da América. Humilde, não quis. Durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra, contudo, Franklin Delano Roosevelt se elegeu quatro vezes e morreu no poder, em 1945, após 12 anos de governo. George W. Bush se despediu da equipe de governo numa festa melancólica no domingo (?!) de noite. O repórter da Slate conta como foi. Adianto que estava frio, a comida era churrasco texano e tinha cerveja da Anheuser-Busch Inbev (aka Budweiser). Os caras da slate fizeram um especial humorístico de despedida do Bush (em inglês).
Depois da parada militar, o presidente aperta a mão do oficial de cerimonial que
liderara a apresentação das tropas. Quebra de protocolo; deve bater continência. E assim o faz, depois de ser lembrado pelo próprio oficial. A tv exibe um plano aberto da limonise presidencial, um Cadillac blindado negro, produzido pela quase falida General Motors. Na frente do carro há dois agentes secretos de óculos escuros e terno preto. A cena adquire um tom fúnebre. Me lembro de JFK, assassinato presidencial que completou 45 anos ainda muito mal resolvido. A limunise presidencial parte para a parada. Gritos histéricos. A esplanada em Washington está lotada com 2 milhões de pessoas. A temperatura começa a cair. Zero grau.
Entusiasmados jornalistas entrevistam crianças comoventes, mais gritos histéricos, bandeirolas na rua. A última posse de Bush, em 2004, atraiu 900.000, mas a multidão de Obama já ultrapassa os dois milhões. Desisto de assistir, mas fica na boca um gosto de rito. Enquanto o novo presidente segue para a parada oficial, para os gritos enlouquecidos, Bush e sua mulher deixam a Casa Branca de helicóptero, à moda de Nixon. Vacilante, Bush dá um aceno rápido antes de entrar no helicóptero. Evita o ar triunfante e fatalista de Nixon em 1973, ao renunciar por causa de tanto jogo sujo. Bush não olha para trás; as portas do helicóptero se fecham rapidamente, a nave decola, as câmeras voltam a sugar a luz das celebridades do momento.
http://www.slate.com/id/2209137/
http://www.slate.com/id/2208448/
Continuei assistindo de casa. No almoço presidencial, um acontecimento ominoso: o colapso do senador democrata Ted Kennedy e de um senador republicano. Ted é o último dos três irmãos que entraram na política, junto com os já falecidos John F. e Robert "Bobby".
Nos degraus do Congresso, chega a hora da parada militar. Tropas em uniformes
do século 18, tocando flauta e tambor, desfilam num anacronismo simbólico de que o presidente é também o comandante das Forças Armadas - tradição desde o general George Washington. Apenas um presidente quebrou a regra implícita de apenas dois termos, criada pelo próprio Washington. No entusiasmo da revolução contra os ingleses, chegaram a sugerir coroá-lo rei da América. Humilde, não quis. Durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra, contudo, Franklin Delano Roosevelt se elegeu quatro vezes e morreu no poder, em 1945, após 12 anos de governo. George W. Bush se despediu da equipe de governo numa festa melancólica no domingo (?!) de noite. O repórter da Slate conta como foi. Adianto que estava frio, a comida era churrasco texano e tinha cerveja da Anheuser-Busch Inbev (aka Budweiser). Os caras da slate fizeram um especial humorístico de despedida do Bush (em inglês).
Depois da parada militar, o presidente aperta a mão do oficial de cerimonial que
liderara a apresentação das tropas. Quebra de protocolo; deve bater continência. E assim o faz, depois de ser lembrado pelo próprio oficial. A tv exibe um plano aberto da limonise presidencial, um Cadillac blindado negro, produzido pela quase falida General Motors. Na frente do carro há dois agentes secretos de óculos escuros e terno preto. A cena adquire um tom fúnebre. Me lembro de JFK, assassinato presidencial que completou 45 anos ainda muito mal resolvido. A limunise presidencial parte para a parada. Gritos histéricos. A esplanada em Washington está lotada com 2 milhões de pessoas. A temperatura começa a cair. Zero grau.
Entusiasmados jornalistas entrevistam crianças comoventes, mais gritos histéricos, bandeirolas na rua. A última posse de Bush, em 2004, atraiu 900.000, mas a multidão de Obama já ultrapassa os dois milhões. Desisto de assistir, mas fica na boca um gosto de rito. Enquanto o novo presidente segue para a parada oficial, para os gritos enlouquecidos, Bush e sua mulher deixam a Casa Branca de helicóptero, à moda de Nixon. Vacilante, Bush dá um aceno rápido antes de entrar no helicóptero. Evita o ar triunfante e fatalista de Nixon em 1973, ao renunciar por causa de tanto jogo sujo. Bush não olha para trás; as portas do helicóptero se fecham rapidamente, a nave decola, as câmeras voltam a sugar a luz das celebridades do momento.
http://www.slate.com/id/2209137/
http://www.slate.com/id/2208448/
17.1.09
E-Mail Note: ‘I Landed in the Hudson’
By JAMES BARRON
Published: January 15, 2009
The New York Times
Bill Zuhoski had settled into Seat 23A of US Airways Flight 1549 as it lifted off from La Guardia Airport and began climbing over the East River. Somewhere over the Bronx, the plane jerked, but Mr. Zuhoski figured it had run into some low-altitude turbulence.
Then a flight attendant asked for a fire extinguisher, saying there was a fire on board. The next thing Mr. Zuhoski knew, the pilot was telling the passengers to brace themselves, and he was locking arms with the passenger in Seat 23B.
A thought flashed through his mind: “How do you brace yourself for impact when you know your plane is about to crash?”
Other passengers on Flight 1549 — what was to have been a 2 hour, 13 minute flight to Charlotte, N.C. — had heard what sounded like an explosion. Elizabeth McHugh, a project manager for a company that installs information systems in hospitals, called it “a big bang.” Karin Hill, a college student on her way to Denver, called it “a loud thud.”
In the row ahead of Mr. Zuhoski, Jeff Kolodjay of Norwalk, Conn., saw the flames spurting out of the left engine. They were 3,200 feet above the Bronx.
In Seat 16A, another passenger, Fred Baretta, saw the same frightening scene. John Howell, a passenger from Charlotte, thought he understood: “We hit a flock of birds, a massive flock of birds,” he said.
What followed was perhaps even scarier. “There was just a lot of silence,” Mr. Baretta told CNN. The big jet’s engines had died, and the plane was now gliding ominously over one of the nation’s most heavily populated areas.
“The question was, how close to the buildings were we going to be?” said Ms. McHugh, the information-systems project manager.
But the flight crew still had some flying to do. Another passenger, Alberto Panero, said the jet began a turn.
“I figured, ‘Good, we are going back to the airport,’ ” he said on WABC-TV. “The next thing you know, he said on the intercom, ‘Brace for impact,’ and that’s when I knew that we were going down.” Some smelled smoke. Some smelled the tangy, troubling scent of jet fuel. And Mr. Zuhoski wondered where the plane was heading: “We didn’t know if we were hitting water or if we were hitting land,” he said.
He said there was a tremendous impact when the plane splashed down — his glasses were knocked off. But Ms. Hill, the college student, said that until water poured in, she did not realize the plane was in the water. “It felt like we were landing at the airport,” she said.
Many passengers rushed toward the back, thinking that was where the emergency exits were, Mr. Zuhoski said, but that part of the fuselage seemed to be sinking, and flooding, faster. “I started to get, you know, close to my neck underwater. I just thought I was going to drown right there.”
He stripped down to his underwear, the better to swim to safety. As the crowd thinned out, he crawled across the top of the seats and clambered out. He said he believed he was one of the last people off the plane, and he swam to a dinghy that was bobbing in the Hudson.
Everyone else in the dinghy had their clothes, and everyone was dry. They huddled, and each peeled off something to outfit him. Soon, they had all stepped off the plane and headed for shore — some to Manhattan, some to New Jersey, all relieved, all ready to replay the experience.
Sheikh Ali was waiting at Charlotte-Douglas International Airport for Matt Kane, a co-worker aboard Flight 1549, and did not know why it was late.
So Mr. Ali sent an e-mail message from his BlackBerry: “Where are you?”
Mr. Kane’s five-word response told the whole story: “I landed in the Hudson.”
15.1.09
Gastronômica
Não Comerei da Alface a Verde Pétala
Vinicius de Moraes
Extraído do livro "Para Viver um Grande Amor", Livraria José Olympio Editora S. A.- Rio de Janeiro, 1984, pág. 84.
Vinicius de Moraes
Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem maior aprouver fazer dieta.
Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.
Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro: dêem-me feijão com arroz
E um bife, e um queijo forte, e parati
E eu morrerei feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão.
Extraído do livro "Para Viver um Grande Amor", Livraria José Olympio Editora S. A.- Rio de Janeiro, 1984, pág. 84.
pesadelo do sistema
O cidadão Pedro Rodrigues Filho é muito considerado em sua comunidade. Na Penitenciária do Estado, em São Paulo, é uma espécie de ídolo. Num ambiente em que 16% dos moradores já mataram alguém e as pessoas têm apelidos como Fumacê, Leprinha e Nego Baitola, é a ele que chamam, com reverência, de Pedrinho Matador. Maior homicida da história do sistema prisional, ele se orgulha de ter assassinado mais de 100 pessoas, inclusive o próprio pai. E, para que ninguém tenha dúvidas, tatuou no braço esquerdo: 'Mato por prazer'.
ÉPOCA- É verdade que você espancou Hosmany Ramos (cirurgião plástico que se tornou assaltante de banco e assassino)?
Pedrinho - Tive uma guerra com ele. Bagulho particular. Ele me mandou um bolo envenenado pela teresa (corda que liga uma cela a outra pela janela). Comi e comecei a sangrar pela boca. Só não morri porque tinha um monte de leite em pó que eu comi rapidinho para desintoxicar.
ÉPOCA - Aí você o espancou?
Pedrinho - Não. O Hosmany fez isso porque eu tinha uma treta com ele antes. Tinha um rapaz que tentou uma fuga e o Hosmany delatou. Fui falar e ele me deu um soco na boca. Pra que soco na boca? Já era! Eu já ia matando ele, mas o pessoal separou.
ÉPOCA - Em Taubaté você prometeu matar o Maníaco do Parque.
Pedrinho - Isso. O que ele fez estraga a gente que está preso. Ele fez uma barbaridade. Matou um bocado de menininha indefesa. Eu tenho ódio.
ÉPOCA - Tem algum arrependimento?
Pedrinho - Não tem nada. Só matei quem não presta.
(texto de RICARDO MENDONÇA, com fotos de OTÁVIO DIAS DE OLIVEIRA)
ÉPOCA- É verdade que você espancou Hosmany Ramos (cirurgião plástico que se tornou assaltante de banco e assassino)?
Pedrinho - Tive uma guerra com ele. Bagulho particular. Ele me mandou um bolo envenenado pela teresa (corda que liga uma cela a outra pela janela). Comi e comecei a sangrar pela boca. Só não morri porque tinha um monte de leite em pó que eu comi rapidinho para desintoxicar.
ÉPOCA - Aí você o espancou?
Pedrinho - Não. O Hosmany fez isso porque eu tinha uma treta com ele antes. Tinha um rapaz que tentou uma fuga e o Hosmany delatou. Fui falar e ele me deu um soco na boca. Pra que soco na boca? Já era! Eu já ia matando ele, mas o pessoal separou.
ÉPOCA - Em Taubaté você prometeu matar o Maníaco do Parque.
Pedrinho - Isso. O que ele fez estraga a gente que está preso. Ele fez uma barbaridade. Matou um bocado de menininha indefesa. Eu tenho ódio.
ÉPOCA - Tem algum arrependimento?
Pedrinho - Não tem nada. Só matei quem não presta.
(texto de RICARDO MENDONÇA, com fotos de OTÁVIO DIAS DE OLIVEIRA)