Já viu, Curiosidade? Novos aparatos eletrônicos, ansiedade em links, descoberta em caminhos labirínticos, cuja volta é irreversível. Espelhos cilíndricos e frases prontas. Um aviso no topo da página: outdoor virtual, sem cores, mas com o mesmo apelo. Espaços, toques ligeiros e letras trocadas. A intenção? Só constar mesmo, pois é tudo insosso. Minhas mãos transpiram e o mouse arrasta a poeira do móvel descascado. A luz sinaliza que alguém clama pela minha atenção. Ignoro o recurso, retomo a escavadeira em pixels. Olha só o contorno desse rosto. Qual seria o programa? No outro, só os olhos. Truque de quem se engana e acha que está menos qualquer coisa. Tá não. Arrasto a ferramenta, e olha lá. Ninguém arrisca algo menos qualquer coisa. Tudo é verbo flexionado em primeira pessoa. Adjetivos fermentados e arrotados ao vento.
E ainda me perguntam: por que não?
Olhe essas linhas e veja o que é possível apreender. Nefasta lacuna. Conhece o cabelo bisonho da cor de raposa fugidia, o inseto do cinema que brilha ao furar a luz do retroprojetor, o caroço da manga sem cabelos, o carro de goma de mascar, a sopa de joanetes, a fruta areada na descrição de Hemingway, o cheiro goguento, a vergonha flamejada, o aconchego insípido e as marcas de cal virgem? Relações de transgenia. Mendel não previu, mas na permuta do amor, o gene é recessivo (aa). Nesses tempos, o medo é persecutório e a felicidade, lotérica. E há quem busque o trevo de quatro folhas, ou se agarre a um pé de coelho, ou a todas aquelas mandingas das quais se é refém, quando se respira este ar matizado de cores.
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