Deslocamento rápido de San Francisco para Detroit, escala, cara a cara com a decadência industrial americana - um aeroporto com tapetes imundos, feiúra generalizada, desemprego. Carros baratos no Detroit Free Press, espécie de A Tarde anglo-saxão.
Mais um pulo, voando sobre o Lago Michigan, oceano lacustre de poluição e vida. Na grande maçã, ajuda peremptória de um negão-brother. Shuttle para lá e para cá, até o sono restaurador no Howard Johnson, motel-humano à beira da rodovia absurda, ponto nevrálgico da economia desta nação imperial. Indianos, chineses, negros, brasileiros, espanhóis, latinos, filipinos, o mundo em uma dobra do mundo, entre o Rio Hudson e o Oceano Atlântico.
Numa lanchonete imunda em Jersey City, peço um hambúrguer gorduroso. A garçonete gorda, de maquiagem pesada, discute com um negro-dreadlock - "Eles deviam bombardear a porcaria da Coréia do Norte". O negro-dread não se incomoda, discute. Depois vai embora. "Esse é o problema com os homens americanos, eles perderam as bolas...".
Volto para o hotel. Amanhã é o grande dia, tudo ou nada nesta terra de imigrantes, a melhor chance de um ganha-pão até agora. Do lado de fora, a temperatura cai.
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