(Por Crotalo, o poeta anônimo da Escola Girassol)
Embaraçosa desculpa
Depois me chega com assanho.
Veste a camisola
Que estou sem fome.
O pesadelo que tive
Foi acordado mesmo:
A ambulância chegou
Junto com a polícia.
Acabou meu remédio.
Vou sair à porta
E não volto mais.
O jornal levará notícia
Aos desavisados.
Meus olhos agitados
Afogados em sangue
Exalando maldição
Explicam o dever cumprido.
Aos poucos,
Meus nervos dilacerados
Descansam numa pluma onírica.
O telefone adormece;
As luzes pulsam nas cortinas;
O tapete lembra o soalho de açougue.
A vela, em sentinela
Espia a transubstanciação.
O desamor fede a
Adeus, menina
Da paixão que carrego
Num recorte de retrato
Atirado na lixeira.
(_crotalo_)
2 comentários:
lembramos de você fortemente. fizemos churrasco na sua (nossa) velha churrasqueira ontem (eu não comi, não contribuo pro aquecimento global desse jeito...). feliz ano novo. (tudo bem, é a ilusão do novo, mas f**-se...)
Meu amigo Mr. Brock, a surpresa dessa postagem me sacodiu de emoção.
Grande abraço, cavaleiro das sendas de fortunatas.
_crotalo_
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