1.2.08

A possibilidade de uma ilha

Quem conclui "A possibilidade de uma ilha" sente uma profunda sensação de deslocamento. Vestir de erotismo a filosofia dura de Houllebcq ajuda a passar pela calosidade repugnante de seu choque gratuito. Diferentemente da ominosidade cabreira do fim de "Particulas Elementares", o último livro de Michel detalha minunciosamente a destruição da raça humana, sua evolução para algo mais higiênico e imortal. O nervosismo priápico mascara a tristeza de tudo, é um grito por algo que se perdeu. Abandonado pelos pais ripongas, este ex-programador prepara neste um caldo agri-doce mais profundo, mas também mais chato, menos cômico que "Plataforma", por exemplo. Mas ainda veloz. Não sou dos mais rápidos, mas o terminei em quatro dias de longas viagens pelo metrô e algumass espiadas rápidas antes de dormir.

Definitivamente, "Plataforma" é o melhor que já li. Falta "Extensão do domínio da luta".

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