novidade na capital clara e modorrenta.
o início é neste janeiro,8, com ilustre convidado.
25.12.04
Arrastão
Edu Lobo/Jair Rodrigues
Eh! tem jangada no mar
Eh! eh! eh! Hoje tem arrastão
Eh! Todo mundo pescar
Chega de sombra, João Jovi
Olha o arrastão entrando no mar sem fim
É meu irmão me traz Iemanjá prá mim
Minha Santa Bárbara me abençoai
Quero me casar com Janaína
Eh! Puxa bem devagar
Eh! eh! eh! Já vem vindo o arrastão
Eh! É a rainha do mar
Vem, vem na rede João prá mim
Valha-me meu Nosso Senhor do Bonfim
Eh! tem jangada no mar
Eh! eh! eh! Hoje tem arrastão
Eh! Todo mundo pescar
Chega de sombra, João Jovi
Olha o arrastão entrando no mar sem fim
É meu irmão me traz Iemanjá prá mim
Minha Santa Bárbara me abençoai
Quero me casar com Janaína
Eh! Puxa bem devagar
Eh! eh! eh! Já vem vindo o arrastão
Eh! É a rainha do mar
Vem, vem na rede João prá mim
Valha-me meu Nosso Senhor do Bonfim
23.12.04
><><> PANOPTICOM <><><
A PARTIDA
Salvador 18h30 - 10/12
após uma tarde de correria, notícias rápidas passando pela mente, dores leves e ominosas na mão esquerda, a partida se dará nesta ave de aço e técnica, não pude evitar de observar as pessoas, atendentes, passageiros. As atendentes são belas e limpas como tudo o mais neste lugar desinfectado. A repulsa é substituída por pensamentos melhores, em algum lugar, perdida no meio da cidade clara, ela trafega entre sinais coloridos e gás de escapamento.
Entro no pássaro e a música new age amacia meus ouvidos, apertados entre cadeiras próximas demais e hálitos fortes demais, me preparo para o pseudo cosmopolitismo do lixo e da fúria citadinas. Me preparo para o grande teatro bem elaborado, uma peça financiada pelos meus sonhos, um pequeno mundo promissor e contraditório onde oscilo entre o positivismo e a vontade de auto destruição.
A ave se mexe, balança as asas, solta um zumbido baixo que vai crescendo até se tornar um urro como o de espíritos sendo banidos.
NIGHTCLUBBING NA URBE
são paulo 22h30 - 10/12
A cidade se revela maligna, por trás de nuvens avermelhadas como o enxofre dos fogos do inferno. Sou engolido pelo tráfego de gentes de todos os tipos pelos acanhados corredores de Congonhas. Primeiro desafio: um cartão telefônico, sete reais, tudo é tão caro e o telefonema fatal no terminal onde todos devem ter celular.
A ação acelera novamente, cruzo as avenidas com Márcio, um taxista simpático e ignorante a quem dou um livro e ainda pago vinte e cinco reais da corrida. Transferência: descendo a Tamandaré, próximo à estação vergueiro, noite fria e densa, me perco na rua Castro Alves! Discados os dígitos necessários, Homem Gabiru orienta meu caminho e adentro a José Getúlio, jovens encapotados observam o movimento em bares de balcão sujo e formiplac, edifício La Boheme se revela para mim. Gabiru me recebe com a camisa belo horizontina "libertas que será tamém" e fumamos. E fumamos. Comemos pizza paulista, da gorda, e Benflogin chega, olhos soturnos, alto, leve descendência oriental.
As ruas aromáticas e oleosas cruzam viadutos sobre avenidas cancerígenas de vidas diluídas ((C) TEXTORAMA). A boate é conhecida, quer ser um inferninho de Satã mas é apenas um gaiola enegrecida onde a juventude da urbe se esfrega e enche a cara de cerveja Itaipava - "demorou", diz o barman de classe média e costeletas de Elvis Presley quando demoro a decidir pela serrana em detrimento da shkou.
Saúde! Na pista de dança perfumada meus pensamentos voltam para ela, telepatia horrenda e sincera entre luzes estroboscópicas, acho que vi a Clarah Averbuck passar com um cara de sobretudo de couro preto, Benflogin começa a filosofar e um Skinhead musculoso e sua namorada de rímel borrado cruzam a sala ampla e refrigerada, batendo-se em todo mundo sem necessidade.
Gabiru some e reaparece, sua embriaguez aumenta, fumamos sob o olhar espantado da juventude paulistana, bebemos e enchemos o saco da banda estilo barão vermelho que ora toca pérolas do camisa de vênus e ora toca standards cazuza/frejat. A noite é nossa e é fria, durmo feliz sem cobertor e acordo terrivelmente gripado.
BACALHAU PEQUENO
09h57 São Paulo 11/12
Preciso almoçar, combustível adiposo, mas Gabiru ri de mim, resistente, nordestino, fakir. Andamos eternamente pelos próximos trinta minutos, discutimos pelo caminho maior, eu queria subir a ladeira. A fome me embrutece e subitamente estou no metrô, veloz e silencioso. Saltamos numa corrente humana que nos arrasta para todos os lados, o mercado municipal decepciona com seus bares de tiragosto onde famílias bebem Original e saboreiam pequenos e insatisfatórios bolinhos de bacalhau.
No Bixiga, somos acuados na rua por um garçom psicopata que nos oferece fatias de queijo gouda, rico, e entramos num rodízio suspeito. Tudo é nhoque, o frango é salgadíssimo e comidas italianas loucas passam por nós velozmente, mais pessoas chegam, preciso telefonar e me satisfaço rapidamente com a comida enganadora. É tudo uma grande mentira, todo o restaurante, as camisas de futebol penduradas no teto, o velhinho tocando músicas italianas num teclado barato, a filha do dono a nos servir nhoque frito (?!) e conexões se formam, o impulso elétrico da minha voz desce pelos cabos subterrâneos até uma subestação onde é direcionado para a central e depois viaja via satélite para etc etc até o outro lado da linha, onde atende uma garota sonolenta e suave em um apartamento de um prédio de três andares no coração da Pituba, leste de Salvador.
Não há mais tempo, voltamos para a Liberdade, fumamos mais, carregamos a sacola com livros e sonhos, metrô vila madalena e a caminhada desagradável com cinquenta livros nas costas. A mercearia, seus conflitos e bairrismos, chegamos e encontramos Astrazenecon e família, primeiras cervejas, Obelix e seu display poderoso, rangos esquisitos (sementes de ábobora e pinhão seco) hordas humanas, revista F. nos arredores, pouca interação, mulheres lascivas, estrangeiras irritantes, notas acumulando, cervejas entornando, embriaguez aumentando, Kulshedra chegando.
A Kulshedra tem olheiras profundas e mastiga sem parar seus cigarros, olhando discretamente o enxame bufento e interessante que come bebe conversa. A noite nunca acaba, há uma festa da demolição, não conseguimos achar, Mick dirige simpático e suas energias boas fluem pelo Ka em que nos aglomeramos. Desistimos da festa e acabamos na cova da Kulshedra, bebemos mais, fumamos mais, Benflogin tem um ataque de epilepsia e ejacula sobre si mesmo, deita no chão onde passa a roncar enquanto derramamos cerveja em seu rosto, Obelix desaparece com uma pequena de olhos febris, nos dispersamos, Benflogin acorda novamente e sentamos para conversar, ataques de ansiedade no pobre rapaz, nos reunimos novamente na cozinha e há um cheiro adocidado no ar, de excitação seca no corpo de alguém.
RESSACA DOURADA
são paulo 12/12 - 12h03
A grana contada repousa ao meu lado, a ressaca dourada brilha em meu cérebro. Saio pra comer com Obelix e não encontramos nada aberto na Aclimação, apenas um lugar regional e pretensioso onde os clientes encaram meu cabelo em pé. Os espetinhos são bons e conversamos de verdade pela primeira vez desde que nos conhecemos, na Feira do Livro de POA em 2002. O dia segue lento, mais passeios pela Liberdade, compro ervilhas de raiz forte como lembrança.
EPÍLOGO
salvador 12H19
O idílio está encerrado, todas as memórias foram fotografadas e mais um pássaro gigante quer alcançar o céu, trocarei de novo as ruas hécticas e aromáticas de pus e yaksoba pelo sol biomassa da cidade clara, paisagens vastas e familiares, no suprises, eterno retorno, intenso, voraz apetite, de sonho, roubei sua alma, e depois comi, num lapso de tempo, esqueci de envelhecer, me conte agora, qual é a sua mentira?
Durante três dias andei pela cidade, que me convida a uma vida nova e perigosa, minhas correntes voluntárias são grilhões da mente. Como na Colônia Penal, sou reeducado por uma máquina simbólica, opressora, que repete sua mensagem mil vezes enquanto durmo, acordo, cago, como e amo.
Andamos muito e choramos às vezes, vozes roucas e sistemas nervosos afetados pela farmacopéia, centopéias de sentimentos passeiam no jardim da sua alma. Minha couraça protetora forma um campo magnético que mata tudo, mas do lado de fora as árvores crescem sob a égide de microorganismos fluorescentes.
Minha sede é grande, entro em delírio, quatro minutos de cansaço e vinte horas de berros, o brilhantismo de uma vida perdida nas abas de meu chapéu de cowboy nordestino que tem medo de cavalos e não usa esporas.
A cidade clara surge familiar, minha boca seca, penso nos beijos que não tive na noite feliz, nas mãos não afagadas e nos momentos de êxtase das lágrimas contidas por medo da dor, uma represa estancada, mas uma alma suave me ajudou a recuperar a sanidade. Acho que estou bem agora, doutor, mas preciso ir no banheiro. Posso ir?
Os freios são acionados e reversores hidráulicos me ensurdecem.
Al Nite Lang
A PARTIDA
Salvador 18h30 - 10/12
após uma tarde de correria, notícias rápidas passando pela mente, dores leves e ominosas na mão esquerda, a partida se dará nesta ave de aço e técnica, não pude evitar de observar as pessoas, atendentes, passageiros. As atendentes são belas e limpas como tudo o mais neste lugar desinfectado. A repulsa é substituída por pensamentos melhores, em algum lugar, perdida no meio da cidade clara, ela trafega entre sinais coloridos e gás de escapamento.
Entro no pássaro e a música new age amacia meus ouvidos, apertados entre cadeiras próximas demais e hálitos fortes demais, me preparo para o pseudo cosmopolitismo do lixo e da fúria citadinas. Me preparo para o grande teatro bem elaborado, uma peça financiada pelos meus sonhos, um pequeno mundo promissor e contraditório onde oscilo entre o positivismo e a vontade de auto destruição.
A ave se mexe, balança as asas, solta um zumbido baixo que vai crescendo até se tornar um urro como o de espíritos sendo banidos.
NIGHTCLUBBING NA URBE
são paulo 22h30 - 10/12
A cidade se revela maligna, por trás de nuvens avermelhadas como o enxofre dos fogos do inferno. Sou engolido pelo tráfego de gentes de todos os tipos pelos acanhados corredores de Congonhas. Primeiro desafio: um cartão telefônico, sete reais, tudo é tão caro e o telefonema fatal no terminal onde todos devem ter celular.
A ação acelera novamente, cruzo as avenidas com Márcio, um taxista simpático e ignorante a quem dou um livro e ainda pago vinte e cinco reais da corrida. Transferência: descendo a Tamandaré, próximo à estação vergueiro, noite fria e densa, me perco na rua Castro Alves! Discados os dígitos necessários, Homem Gabiru orienta meu caminho e adentro a José Getúlio, jovens encapotados observam o movimento em bares de balcão sujo e formiplac, edifício La Boheme se revela para mim. Gabiru me recebe com a camisa belo horizontina "libertas que será tamém" e fumamos. E fumamos. Comemos pizza paulista, da gorda, e Benflogin chega, olhos soturnos, alto, leve descendência oriental.
As ruas aromáticas e oleosas cruzam viadutos sobre avenidas cancerígenas de vidas diluídas ((C) TEXTORAMA). A boate é conhecida, quer ser um inferninho de Satã mas é apenas um gaiola enegrecida onde a juventude da urbe se esfrega e enche a cara de cerveja Itaipava - "demorou", diz o barman de classe média e costeletas de Elvis Presley quando demoro a decidir pela serrana em detrimento da shkou.
Saúde! Na pista de dança perfumada meus pensamentos voltam para ela, telepatia horrenda e sincera entre luzes estroboscópicas, acho que vi a Clarah Averbuck passar com um cara de sobretudo de couro preto, Benflogin começa a filosofar e um Skinhead musculoso e sua namorada de rímel borrado cruzam a sala ampla e refrigerada, batendo-se em todo mundo sem necessidade.
Gabiru some e reaparece, sua embriaguez aumenta, fumamos sob o olhar espantado da juventude paulistana, bebemos e enchemos o saco da banda estilo barão vermelho que ora toca pérolas do camisa de vênus e ora toca standards cazuza/frejat. A noite é nossa e é fria, durmo feliz sem cobertor e acordo terrivelmente gripado.
BACALHAU PEQUENO
09h57 São Paulo 11/12
Preciso almoçar, combustível adiposo, mas Gabiru ri de mim, resistente, nordestino, fakir. Andamos eternamente pelos próximos trinta minutos, discutimos pelo caminho maior, eu queria subir a ladeira. A fome me embrutece e subitamente estou no metrô, veloz e silencioso. Saltamos numa corrente humana que nos arrasta para todos os lados, o mercado municipal decepciona com seus bares de tiragosto onde famílias bebem Original e saboreiam pequenos e insatisfatórios bolinhos de bacalhau.
No Bixiga, somos acuados na rua por um garçom psicopata que nos oferece fatias de queijo gouda, rico, e entramos num rodízio suspeito. Tudo é nhoque, o frango é salgadíssimo e comidas italianas loucas passam por nós velozmente, mais pessoas chegam, preciso telefonar e me satisfaço rapidamente com a comida enganadora. É tudo uma grande mentira, todo o restaurante, as camisas de futebol penduradas no teto, o velhinho tocando músicas italianas num teclado barato, a filha do dono a nos servir nhoque frito (?!) e conexões se formam, o impulso elétrico da minha voz desce pelos cabos subterrâneos até uma subestação onde é direcionado para a central e depois viaja via satélite para etc etc até o outro lado da linha, onde atende uma garota sonolenta e suave em um apartamento de um prédio de três andares no coração da Pituba, leste de Salvador.
Não há mais tempo, voltamos para a Liberdade, fumamos mais, carregamos a sacola com livros e sonhos, metrô vila madalena e a caminhada desagradável com cinquenta livros nas costas. A mercearia, seus conflitos e bairrismos, chegamos e encontramos Astrazenecon e família, primeiras cervejas, Obelix e seu display poderoso, rangos esquisitos (sementes de ábobora e pinhão seco) hordas humanas, revista F. nos arredores, pouca interação, mulheres lascivas, estrangeiras irritantes, notas acumulando, cervejas entornando, embriaguez aumentando, Kulshedra chegando.
A Kulshedra tem olheiras profundas e mastiga sem parar seus cigarros, olhando discretamente o enxame bufento e interessante que come bebe conversa. A noite nunca acaba, há uma festa da demolição, não conseguimos achar, Mick dirige simpático e suas energias boas fluem pelo Ka em que nos aglomeramos. Desistimos da festa e acabamos na cova da Kulshedra, bebemos mais, fumamos mais, Benflogin tem um ataque de epilepsia e ejacula sobre si mesmo, deita no chão onde passa a roncar enquanto derramamos cerveja em seu rosto, Obelix desaparece com uma pequena de olhos febris, nos dispersamos, Benflogin acorda novamente e sentamos para conversar, ataques de ansiedade no pobre rapaz, nos reunimos novamente na cozinha e há um cheiro adocidado no ar, de excitação seca no corpo de alguém.
RESSACA DOURADA
são paulo 12/12 - 12h03
A grana contada repousa ao meu lado, a ressaca dourada brilha em meu cérebro. Saio pra comer com Obelix e não encontramos nada aberto na Aclimação, apenas um lugar regional e pretensioso onde os clientes encaram meu cabelo em pé. Os espetinhos são bons e conversamos de verdade pela primeira vez desde que nos conhecemos, na Feira do Livro de POA em 2002. O dia segue lento, mais passeios pela Liberdade, compro ervilhas de raiz forte como lembrança.
EPÍLOGO
salvador 12H19
O idílio está encerrado, todas as memórias foram fotografadas e mais um pássaro gigante quer alcançar o céu, trocarei de novo as ruas hécticas e aromáticas de pus e yaksoba pelo sol biomassa da cidade clara, paisagens vastas e familiares, no suprises, eterno retorno, intenso, voraz apetite, de sonho, roubei sua alma, e depois comi, num lapso de tempo, esqueci de envelhecer, me conte agora, qual é a sua mentira?
Durante três dias andei pela cidade, que me convida a uma vida nova e perigosa, minhas correntes voluntárias são grilhões da mente. Como na Colônia Penal, sou reeducado por uma máquina simbólica, opressora, que repete sua mensagem mil vezes enquanto durmo, acordo, cago, como e amo.
Andamos muito e choramos às vezes, vozes roucas e sistemas nervosos afetados pela farmacopéia, centopéias de sentimentos passeiam no jardim da sua alma. Minha couraça protetora forma um campo magnético que mata tudo, mas do lado de fora as árvores crescem sob a égide de microorganismos fluorescentes.
Minha sede é grande, entro em delírio, quatro minutos de cansaço e vinte horas de berros, o brilhantismo de uma vida perdida nas abas de meu chapéu de cowboy nordestino que tem medo de cavalos e não usa esporas.
A cidade clara surge familiar, minha boca seca, penso nos beijos que não tive na noite feliz, nas mãos não afagadas e nos momentos de êxtase das lágrimas contidas por medo da dor, uma represa estancada, mas uma alma suave me ajudou a recuperar a sanidade. Acho que estou bem agora, doutor, mas preciso ir no banheiro. Posso ir?
Os freios são acionados e reversores hidráulicos me ensurdecem.
Al Nite Lang
21.12.04
You really got me
by The Kinks, 1964
Girl, you really got me goin'
You got me so I don't know what I'm doin'
Yeah, you really got me now
You got me so I can't sleep at night
You really got me
You really got me
You really got me
See, don't ever set me free
I always wanna be by your side
Girl, you really got me now
You got me so I can't sleep at night
You really got me
You really got me
You really got me
Girl, you really got me goin'
You got me so I don't know what I'm doin'
Yeah, you really got me now
You got me so I can't sleep at night
You really got me
You really got me
You really got me
See, don't ever set me free
I always wanna be by your side
Girl, you really got me now
You got me so I can't sleep at night
You really got me
You really got me
You really got me
16.12.04
Soul On Fire
by Laverne Baker
Well I could play with Tom, Dick, and Harry
but for me you're the only one
Who makes me me shiver,
makes me tingle,
and who brings my loving down
I played the love game before I met him
It's a game I've always won
but now you set my soul on fire and I really had my fun
With other boyfriends, the good-time men friends
I still had to walk this road all by myself
I was their play girl, a careless gay girl
but I put them all on the shelf
I found my true love with you forever
and my life has just begun
cause now you set my soul on fire
and I really had my fun
Good bye to play boys
those hey hey hey boys
good bye to everyone but you my love
no more heart aches no more heart breaks
I swear by all the stars above,
well on my soul, my love, my heart
I'll miss you darling from now on
Cause now you set my soul on fire and I really had my fun
by Laverne Baker
Well I could play with Tom, Dick, and Harry
but for me you're the only one
Who makes me me shiver,
makes me tingle,
and who brings my loving down
I played the love game before I met him
It's a game I've always won
but now you set my soul on fire and I really had my fun
With other boyfriends, the good-time men friends
I still had to walk this road all by myself
I was their play girl, a careless gay girl
but I put them all on the shelf
I found my true love with you forever
and my life has just begun
cause now you set my soul on fire
and I really had my fun
Good bye to play boys
those hey hey hey boys
good bye to everyone but you my love
no more heart aches no more heart breaks
I swear by all the stars above,
well on my soul, my love, my heart
I'll miss you darling from now on
Cause now you set my soul on fire and I really had my fun
15.12.04
SUMO SENTIMENTO
para J.S.N
amores quentes e amores frios, corações pegajosos e pedras de gelo no meu copo de uísque. como se fosse uma fruta madura demais, o sumo escorre dos meus dedos e suja sua roupa, seu rosto, as costas brancas, deixando a sensação de que algo não está dando certo, sucedida pela fé cega de que tudo é maravilhoso, para depois voltar ao meu eterno pessimismo. uma gangorra maravilhosa, hormonal, sentimental, crua, onde insisto em me balançar com violência, sem medo de quebrar a cabeça no áspero asfalto.
eis um sonho que gostaria de ter: domingo, nós dois numa praia isolada, coqueiros, substantivos, adjetivos, energia solar, ventos marítimos. você pega um caranguejo e mostra para mim, eu o seguro cuidadosamente, ele morde minha mão e arranca um filete de sangue. você se entristece, eu chupo o doce-quente que escorre do meu dedo, esmago o caranguejo e rimos juntos.
corta: (nos meus sonhos os fatos se atropelam como num videoclipe) estamos numa casa de barro com uma cama estreita e dois pratos de feijões bem temperados. comemos e deitamos para descansar, você tira sua roupa e me encara muito séria, deita-se ao meu lado e afaga meu corpo, me ajoelho e começo a chupar o dedão do seu pé.
um cheiro forte invade a casa, começamos a suar, você me pede algo em sussurros, a respiração acelera, dores nas costas, espamos involuntários, gozamos e finalmente eu choro, torrente de lágrima presa há tanto tempo, meu sumo sentimento.
aL nITE lANG
para J.S.N
amores quentes e amores frios, corações pegajosos e pedras de gelo no meu copo de uísque. como se fosse uma fruta madura demais, o sumo escorre dos meus dedos e suja sua roupa, seu rosto, as costas brancas, deixando a sensação de que algo não está dando certo, sucedida pela fé cega de que tudo é maravilhoso, para depois voltar ao meu eterno pessimismo. uma gangorra maravilhosa, hormonal, sentimental, crua, onde insisto em me balançar com violência, sem medo de quebrar a cabeça no áspero asfalto.
eis um sonho que gostaria de ter: domingo, nós dois numa praia isolada, coqueiros, substantivos, adjetivos, energia solar, ventos marítimos. você pega um caranguejo e mostra para mim, eu o seguro cuidadosamente, ele morde minha mão e arranca um filete de sangue. você se entristece, eu chupo o doce-quente que escorre do meu dedo, esmago o caranguejo e rimos juntos.
corta: (nos meus sonhos os fatos se atropelam como num videoclipe) estamos numa casa de barro com uma cama estreita e dois pratos de feijões bem temperados. comemos e deitamos para descansar, você tira sua roupa e me encara muito séria, deita-se ao meu lado e afaga meu corpo, me ajoelho e começo a chupar o dedão do seu pé.
um cheiro forte invade a casa, começamos a suar, você me pede algo em sussurros, a respiração acelera, dores nas costas, espamos involuntários, gozamos e finalmente eu choro, torrente de lágrima presa há tanto tempo, meu sumo sentimento.
aL nITE lANG
FUCK OFF YOU WEE CUNT!
As fotos do lançamento K, num álbum meio ruinzinho mas que deu pro gasto. Notem a expressão embriagada das pessoas.
CLIQUE AQUI!!!
Wlad, põe lá no Edições K!
Al Nite Lang / OVERNIGHT WEB DESIGN 2004
As fotos do lançamento K, num álbum meio ruinzinho mas que deu pro gasto. Notem a expressão embriagada das pessoas.
CLIQUE AQUI!!!
Wlad, põe lá no Edições K!
Al Nite Lang / OVERNIGHT WEB DESIGN 2004
12.12.04
A noite desaparece, sonora. As últimas conversas são declaradas. As idéias de mormons inertes ou figuras inenarráveis deslizam pelos últimos vestígios desta saga hedonista. Aonda ela está, pensei, enquanto uma multidão corria para agarrar uns livros. Vivemos intensamente, nossos fígados jamais serão os mesmos, é um momento eternizado nos frames sucessivos de algum aparelho. Somos jovens e ao mesmo tempo velhos, corremos de um lado para o outro, bêbados, gritando a todos nossa sina trágica, enquanto as notas se acumulam na pochete. Contabilidade, notas e seduções em uma noite prolífica. Não há mais medo, ou azar, apenas um toque de incerteza. Muito obrigado à vida por existir.
Al Nite Lang
11.12.04
10.12.04
CANOA
Sou uma canoa
onde o mar me pesca.
Sou uma canoa
onde faço o tempo,
o tempo traz,
o vento cai
amor e mar e medo.
Sou uma canoa onde o tempo
são nobres pérolas
de nuvens secas,
de nuvens belas.
Sou uma canoa onde o mar
deságua e sangra e queima
a tarde e os novelos de lã.
A madrepérola
no mar de pedras,
e nuas pétalas de luz
são suas pétalas.
Sou uma canoa onde o mar
não tem para onde ir.
André Setti
Sou uma canoa
onde o mar me pesca.
Sou uma canoa
onde faço o tempo,
o tempo traz,
o vento cai
amor e mar e medo.
Sou uma canoa onde o tempo
são nobres pérolas
de nuvens secas,
de nuvens belas.
Sou uma canoa onde o mar
deságua e sangra e queima
a tarde e os novelos de lã.
A madrepérola
no mar de pedras,
e nuas pétalas de luz
são suas pétalas.
Sou uma canoa onde o mar
não tem para onde ir.
André Setti
3.12.04
BULLARIANA ELEGIA
bullar acordou e disse morar em são paulo
voou de gol
bullar morou em são paulo dois anos
um dia bullar acordou e disse pra salvador
voou de BRA
quero ver bullar dançar em trio elétrico em farol de barra
quero ver bullar dançar em elevador lacerda
quero ver bullar dançar em morro de águia
quero ver bullar dançar em calipso
acordou de ressaca
voltou pra são paulo
quero ver bullar dançar em palco de funhouse
bullar acordou e disse morar em são paulo
voou de gol
bullar morou em são paulo dois anos
um dia bullar acordou e disse pra salvador
voou de BRA
quero ver bullar dançar em trio elétrico em farol de barra
quero ver bullar dançar em elevador lacerda
quero ver bullar dançar em morro de águia
quero ver bullar dançar em calipso
acordou de ressaca
voltou pra são paulo
quero ver bullar dançar em palco de funhouse
MAR
Âmago frio, medo fronteira.
Rebanho de barcos,
palco do grito infinito,
trégua entre águas e corpo,
tempo e limite.
Estalo estalactites
sangram a bola de fogo de Vênus,
remoinhos calmos
estorvam o pâncreas do tempo
feito labirinto
onde incrivelmente venço,
oniricamente vejo
místicas vísceras
se prolongando
no baço dos séculos.
Invoco
a força da música das eras.
Em verdes pirâmides,
o mar não joga xadrez
com seus símbolos.
Há jogos
de estanho e vinho
farejando ecos
de fragmentos.
Marinheiros se mesclam
à noite paisagem clavícula,
meteoritos tateiam máculas,
convergências tardam
no grande oceano dos medos.
Cartilagens tênues da memória
se acumulam no zero-espaço
das vozes anis de titânio.
A mitologia aglutina vértebras
de Netuno magnésio grito.
André Setti
Aos que sabem o meu e-mail: comentem!
Âmago frio, medo fronteira.
Rebanho de barcos,
palco do grito infinito,
trégua entre águas e corpo,
tempo e limite.
Estalo estalactites
sangram a bola de fogo de Vênus,
remoinhos calmos
estorvam o pâncreas do tempo
feito labirinto
onde incrivelmente venço,
oniricamente vejo
místicas vísceras
se prolongando
no baço dos séculos.
Invoco
a força da música das eras.
Em verdes pirâmides,
o mar não joga xadrez
com seus símbolos.
Há jogos
de estanho e vinho
farejando ecos
de fragmentos.
Marinheiros se mesclam
à noite paisagem clavícula,
meteoritos tateiam máculas,
convergências tardam
no grande oceano dos medos.
Cartilagens tênues da memória
se acumulam no zero-espaço
das vozes anis de titânio.
A mitologia aglutina vértebras
de Netuno magnésio grito.
André Setti
Aos que sabem o meu e-mail: comentem!
30.11.04
Dream A Little Dream Of Me
Words by Gus Kahn
Music by Wilbur Schwandt and Fabian Andree
1930
Stars shining bright above you
Night breezes seem to whisper "I love you"
Birds singing in the sycamore tree
Dream a little dream of me
Say "Night-ie night" and kiss me
Just hold me tight and tell me you'll miss me
While I'm alone and blue as can be
Dream a little dream of me
Stars fading but I linger on, dear
Still craving your kiss
I'm longing to linger till dawn, dear
Just saying this
Sweet dreams till sunbeams find you
Sweet dreams that leave all worries behind you
But in your dreams whatever they be
Dream a little dream of me
25.11.04
Reicídio
Quatro rifles automáticos e cinco pistolas; somos nove e aguardamos ansiosamente a hora certa. A família Real espera numa sala vazia, sem cadeiras para todos. O Líder Supremo do Conselho nos dá as instruções finais e as portas são abertas com violência, a família nos encara atônita. O Líder fala algumas palavras burocráticas, "você serão executados", atiramos todos ao mesmo tempo, o Rei cai no meio da impáfia, a cabeça da Rainha explode numa nuvem de sangue, as Princesas morrem chorando em meio aos tiros. O Príncipe hemofílico me encara, silencioso. Atiro em seu peito, ele cai com os belos olhos azuis arregalados, o Líder se aproxima e descarrega a pistola em seu corpo frágil. Acendemos cigarros. Alguém terá que enterrar os mortos.
Quatro rifles automáticos e cinco pistolas; somos nove e aguardamos ansiosamente a hora certa. A família Real espera numa sala vazia, sem cadeiras para todos. O Líder Supremo do Conselho nos dá as instruções finais e as portas são abertas com violência, a família nos encara atônita. O Líder fala algumas palavras burocráticas, "você serão executados", atiramos todos ao mesmo tempo, o Rei cai no meio da impáfia, a cabeça da Rainha explode numa nuvem de sangue, as Princesas morrem chorando em meio aos tiros. O Príncipe hemofílico me encara, silencioso. Atiro em seu peito, ele cai com os belos olhos azuis arregalados, o Líder se aproxima e descarrega a pistola em seu corpo frágil. Acendemos cigarros. Alguém terá que enterrar os mortos.
17.11.04
NOITE
Resta sempre fugir. Animei-me com o duelo de espadas cegas promovido pela corte. Resta sempre um verso, o vinho, uma dança. Ela era jovem e tinha palavras. Eu tinha medo. Ela tinha poço.
Resta sempre um furacão sem sono. Ainda bem que não é nosso.
Ela era bonita sem deixar de ser feia. Talvez fosse um monstro.
Fui visitar o mar. Visitar meu corpo. Entre eles não há espaço.
O mar estava triste e calmo. O mar estava velho, particularmente velho e indisposto aquela tarde.
A Grécia é o lugar das pirâmides. Das pirâmides e dos astrônomos. Dos soldados e dos fósseis. A Grécia o lugar dos persas. E me vigia o sono.
Vou ler grande sertão. Veredas me espreitam do outro lado.
A noite é verde e todas as noites são verdes. O mundo é um prêmio cínico por suportarmos as horas.
Depois as estações, a rota dos astros, o cosmos.
Impossível a fuga.
André Setti
só prá não perder o hábito: Comentem!
Resta sempre fugir. Animei-me com o duelo de espadas cegas promovido pela corte. Resta sempre um verso, o vinho, uma dança. Ela era jovem e tinha palavras. Eu tinha medo. Ela tinha poço.
Resta sempre um furacão sem sono. Ainda bem que não é nosso.
Ela era bonita sem deixar de ser feia. Talvez fosse um monstro.
Fui visitar o mar. Visitar meu corpo. Entre eles não há espaço.
O mar estava triste e calmo. O mar estava velho, particularmente velho e indisposto aquela tarde.
A Grécia é o lugar das pirâmides. Das pirâmides e dos astrônomos. Dos soldados e dos fósseis. A Grécia o lugar dos persas. E me vigia o sono.
Vou ler grande sertão. Veredas me espreitam do outro lado.
A noite é verde e todas as noites são verdes. O mundo é um prêmio cínico por suportarmos as horas.
Depois as estações, a rota dos astros, o cosmos.
Impossível a fuga.
André Setti
só prá não perder o hábito: Comentem!
24.10.04
COINTREAU
No centro da cidade amortecido de ócio e frio, de ruas assombradas e zonas de acesso restrito, de gente que parece de plástico, de artesanato ocupando o asfalto, uma menina-moça-mulher se entrega em sacrifício a um cara, um eu qualquer; a dor de que ela foge lhe retarda os passos, a fala, coada, se refaz a todo instante, e ela decide intervir sobre o próprio corpo e sobre o meu; um arrepio nos abala a pele; ela evita me olhar nos olhos, como se escondendo, se constrangendo a transar contra a vontade em troca do abrigo de meu quarto, se forçando a conter a angústia que a sufoca, absorta em seu flagelo velado; ela goza quieta, sente o nosso amor incongruente, ternura tanta que tortura, levanta a blusa e mostra os seios, dois ciclones pequenos, alaranjados, pede para ouvir um vinil de jorge ben
e me exibe uma surpresa
cristalina e transparente,
uma ponta de esperança
na nossa noite-criança,
o tesouro engarrafado
que na calçada encontrou
e me trouxe de presente,
a metade de um cointreau;
momento de aquecimento no meu colchão de solteiro; soa longe o sofrimento, como rinchar de pneus.
Wladimir Cazé
(conto publicado na edição de 28/10/2004 do caderno "dez!", do jornal A Tarde, de Salvador (BA)
No centro da cidade amortecido de ócio e frio, de ruas assombradas e zonas de acesso restrito, de gente que parece de plástico, de artesanato ocupando o asfalto, uma menina-moça-mulher se entrega em sacrifício a um cara, um eu qualquer; a dor de que ela foge lhe retarda os passos, a fala, coada, se refaz a todo instante, e ela decide intervir sobre o próprio corpo e sobre o meu; um arrepio nos abala a pele; ela evita me olhar nos olhos, como se escondendo, se constrangendo a transar contra a vontade em troca do abrigo de meu quarto, se forçando a conter a angústia que a sufoca, absorta em seu flagelo velado; ela goza quieta, sente o nosso amor incongruente, ternura tanta que tortura, levanta a blusa e mostra os seios, dois ciclones pequenos, alaranjados, pede para ouvir um vinil de jorge ben
e me exibe uma surpresa
cristalina e transparente,
uma ponta de esperança
na nossa noite-criança,
o tesouro engarrafado
que na calçada encontrou
e me trouxe de presente,
a metade de um cointreau;
momento de aquecimento no meu colchão de solteiro; soa longe o sofrimento, como rinchar de pneus.
Wladimir Cazé
(conto publicado na edição de 28/10/2004 do caderno "dez!", do jornal A Tarde, de Salvador (BA)
20.10.04
I<><><>:::TEXTORAMA:::<><><>I
isso mesmo, mas pra quê tanta erudição? falsa modéstia e boas
intenções enchem o inferno. nossa, eu pensava
em arte mas descobri que o segredo é ganhar dinheiro.
ou então macerar seu inimigo com uma clava retórica.
penso nisso com a mente corrompida por cabelos escuros
e pele branca, penso nos movimentos literários das
ondas poluídas de grandes capitais
brasileiras, oi mãe, você poderia tirar
a roupa? nós temos tanto em comum. sua
buceta velha mal conservada. but she still
has the hots.
então temos mais um livro, cortado na
faca da paixão e evitando a disciplina. estilo
difuso e condensado nas páginas que fazem mal.
coisas curtas, 2000-2004. ilustras do sade.
beware: se eu gritar bem alto, poderei ser criticado
pela massa circundante. não podemos perder
a educação, não é?
negativas entusiasmadas!
essa geração desesperada está subjugando a outra
por puro apodrecimento. fernando sabino
respondeu à afirmação de que os novos
já vêm furiosos com um "que vengan os toros" batido
no peito, cheio de virilidade, mas tudo que nós
queremos é domar essa besta aos nossos
desígnios e viver disso, porque eles
já estão indo para a cova, assim como nós, e
não podemos perder mais tempo.
al Nite LanG
Textorama, de Patrick Brock, 4º livro de contos das Edições K
isso mesmo, mas pra quê tanta erudição? falsa modéstia e boas
intenções enchem o inferno. nossa, eu pensava
em arte mas descobri que o segredo é ganhar dinheiro.
ou então macerar seu inimigo com uma clava retórica.
penso nisso com a mente corrompida por cabelos escuros
e pele branca, penso nos movimentos literários das
ondas poluídas de grandes capitais
brasileiras, oi mãe, você poderia tirar
a roupa? nós temos tanto em comum. sua
buceta velha mal conservada. but she still
has the hots.
então temos mais um livro, cortado na
faca da paixão e evitando a disciplina. estilo
difuso e condensado nas páginas que fazem mal.
coisas curtas, 2000-2004. ilustras do sade.
beware: se eu gritar bem alto, poderei ser criticado
pela massa circundante. não podemos perder
a educação, não é?
negativas entusiasmadas!
essa geração desesperada está subjugando a outra
por puro apodrecimento. fernando sabino
respondeu à afirmação de que os novos
já vêm furiosos com um "que vengan os toros" batido
no peito, cheio de virilidade, mas tudo que nós
queremos é domar essa besta aos nossos
desígnios e viver disso, porque eles
já estão indo para a cova, assim como nós, e
não podemos perder mais tempo.
al Nite LanG
Textorama, de Patrick Brock, 4º livro de contos das Edições K
14.10.04
4.10.04
28.9.04
17.9.04
PÉROLAS DO CENTRO ACADÊMICO RUI CHAPÉU
"Anarquista que ladra não morde"
"Bolei, bolei e nada da vida desembolar" (muito boa)
"A vida é de fudê. Pelo menos eu fodo com ela"
"Sócrates, o filósofo que tomou Sukita"
"Deus é chato e toma prozac"
"Nossa cultura é simbólica sem razão de ser"
"Histeria domina"
"A democraica é uma farsa" (o que me lembra: "Hay gobierno? Soy contra")
"Você tem certeza que o seu prazer é seu?"
"O meu prazer é a alegria do dono do bar"
"Não sou blasé, sou autista" (a melhor)
"Contra os burocratas da linguagem, desce o Pignatari neles"
André 7
"Anarquista que ladra não morde"
"Bolei, bolei e nada da vida desembolar" (muito boa)
"A vida é de fudê. Pelo menos eu fodo com ela"
"Sócrates, o filósofo que tomou Sukita"
"Deus é chato e toma prozac"
"Nossa cultura é simbólica sem razão de ser"
"Histeria domina"
"A democraica é uma farsa" (o que me lembra: "Hay gobierno? Soy contra")
"Você tem certeza que o seu prazer é seu?"
"O meu prazer é a alegria do dono do bar"
"Não sou blasé, sou autista" (a melhor)
"Contra os burocratas da linguagem, desce o Pignatari neles"
André 7
11.9.04
10.9.04
27.8.04
modesto não-trajar a pompa disfarçadora, gestão contra o patrimônio; precisamos desinstitucionalizar, aniquilar a liturgia do cargo;
estranho ser peça entre peças de enorme engenhoca, cruzando uma esquina em diagonal pra cortar caminho, andando nas ruas lançado pra cima por uma pressão na nuca.
(Cazé)
estranho ser peça entre peças de enorme engenhoca, cruzando uma esquina em diagonal pra cortar caminho, andando nas ruas lançado pra cima por uma pressão na nuca.
(Cazé)
24.8.04
comunidade passando por mudança incessante, o espaço ampliado ocasionando oscilações e refluxos, subitamente mergulhamos na claridade
tecido empoeirado, papel e passado
giro de signos. caio no se arrastar desmotivado, abandonar perambular evém.
posso cortar a linha dos sentidos em alguns pontos, como aqui, em que o que estou pensando se revolve entre o código e a mão, mas não posso cortá-la nas linhas que partem de cada ponto cortado, em direção ignorada.
(Cazé)
tecido empoeirado, papel e passado
giro de signos. caio no se arrastar desmotivado, abandonar perambular evém.
posso cortar a linha dos sentidos em alguns pontos, como aqui, em que o que estou pensando se revolve entre o código e a mão, mas não posso cortá-la nas linhas que partem de cada ponto cortado, em direção ignorada.
(Cazé)
18.8.04
histórias suadas se incorporam aos poucos ao meu cotidiano. leio sobre prazeres e tento escrever prazeres mais sou romântico demais. se tem alguém ouvindo, então grite de volta, com todas as forças, pois eu sou como um soldado romano distribuindo chutes em judeus e palestinos. preciso de feedback.
FEZES
Ela nunca havia pedido isso antes para mim e agora olhava cândida, ansiosa: "caga na minha boca?". Ela tinha uma beleza razoável, apesar de ser um pouco gorda. Isso não importava muito para mim, eu também não era um adônis. Fiquei indeciso na hora, e brochei. Ela entendeu e pareceu estar um pouco envergonhada. Na próxima semana, nos deitamos para fuder e, depois de gozar, ela pediu de novo. Não resisti. Eu era um empresário bem sucedido, ela era minha esposa, nós tínhamos uma conta conjunta. Pedi que agachasse e fiquei de cócoras em cima do rosto dela. De imediato não consegui. Tentei mais um pouco e peidei na cara dela. Tudo desabou, com lágrimas e gozo interrompido.
AL NITE LANG
3.8.04
PARA O CANNIBAL CAFÉ
não escrever sobre todos os eventos distantes que não pude participar. meu pensamento é dolorido por causa de muitas coisas. medo de fazer barulho com os dedos voando velozes por teclas de plástico. medo de escrever alguma coisa piega. a essência do homem é o medo, é o que me parece agora enquanto lembro de olhos bondosos e a cama quente. de pele alva e cabelos loiros pintados, ela me espera no catre enquanto coloco o preservativo lubrificado. já chupei sua buceta, um gosto suave, não muito forte, cheiro de coisa viva. nos atracamos, me aproximo devagar e peço que coleque meu pau pra dentro. ela sorri e o faz, toda animada. ela é baixa e pequena, buceta apertada. nosso sexo convencional se torna mais convencional ainda quando ela pede que fale coisas com minha voz mansa. divagando sobre as florestas da europa, quero gozar tudo que posso. não devo; como bom macho, devo satisfazer a fêmea. tudo isso parece distante agora, madrugada de segunda feira, duas pautas pra fazer durante a semana, sem drogas, apenas o cigarro da tosse insistente. quero ser sedado, mamãe. ela traz comprimidos alongados para mim. subitamente, as florestas todas começam a pegar fogo. uma manhã, tive vermes e fui levado ao médico. era pequeno demais para compreender, mas enfiaram doze supositórios em meu cu. chorei muito naquele dia. gozamos juntos e as florestas viram cinzas com erros de português. o realismo ultrapassado bate na minha porta, mas acabei de abrir a janela para voar pelos céus escuros de milhares de quilômetros. pouso em são paulo, achando que encontrarei algo de acolhedor na cidade doentia. caminho pelas ruas, chove muito, lanternas japonesas chacoalham com o vento. o tempo começa a regredir, aos poucos. gabiru volta a salvador; bola volta a salvador. não há mais livros, sou um homem sadio com um diploma na mão. ainda voando, focalizo meus olhos num grupo de jovens que desperdiça a vida em goles e tragadas furiosas. estamos todos vivos.
volto para a cama amarela. o realismo já entrou no quarto e ri do meu corpo feio. ri do corpo dela, atarracado e macio. ri de nós dois, agarrados, gozando em meio as florestas em chamas, o preservativo se enchendo de espermatozóides desenganados. meu pulmão esquerdo dói. esfrego um pouco. vai passar, vai passar. a mulher dos supositórios tem olhos negros e pálbebras pesadas. ela sorri e começa tudo de novo. acordo suado.
al nite lang
não escrever sobre todos os eventos distantes que não pude participar. meu pensamento é dolorido por causa de muitas coisas. medo de fazer barulho com os dedos voando velozes por teclas de plástico. medo de escrever alguma coisa piega. a essência do homem é o medo, é o que me parece agora enquanto lembro de olhos bondosos e a cama quente. de pele alva e cabelos loiros pintados, ela me espera no catre enquanto coloco o preservativo lubrificado. já chupei sua buceta, um gosto suave, não muito forte, cheiro de coisa viva. nos atracamos, me aproximo devagar e peço que coleque meu pau pra dentro. ela sorri e o faz, toda animada. ela é baixa e pequena, buceta apertada. nosso sexo convencional se torna mais convencional ainda quando ela pede que fale coisas com minha voz mansa. divagando sobre as florestas da europa, quero gozar tudo que posso. não devo; como bom macho, devo satisfazer a fêmea. tudo isso parece distante agora, madrugada de segunda feira, duas pautas pra fazer durante a semana, sem drogas, apenas o cigarro da tosse insistente. quero ser sedado, mamãe. ela traz comprimidos alongados para mim. subitamente, as florestas todas começam a pegar fogo. uma manhã, tive vermes e fui levado ao médico. era pequeno demais para compreender, mas enfiaram doze supositórios em meu cu. chorei muito naquele dia. gozamos juntos e as florestas viram cinzas com erros de português. o realismo ultrapassado bate na minha porta, mas acabei de abrir a janela para voar pelos céus escuros de milhares de quilômetros. pouso em são paulo, achando que encontrarei algo de acolhedor na cidade doentia. caminho pelas ruas, chove muito, lanternas japonesas chacoalham com o vento. o tempo começa a regredir, aos poucos. gabiru volta a salvador; bola volta a salvador. não há mais livros, sou um homem sadio com um diploma na mão. ainda voando, focalizo meus olhos num grupo de jovens que desperdiça a vida em goles e tragadas furiosas. estamos todos vivos.
volto para a cama amarela. o realismo já entrou no quarto e ri do meu corpo feio. ri do corpo dela, atarracado e macio. ri de nós dois, agarrados, gozando em meio as florestas em chamas, o preservativo se enchendo de espermatozóides desenganados. meu pulmão esquerdo dói. esfrego um pouco. vai passar, vai passar. a mulher dos supositórios tem olhos negros e pálbebras pesadas. ela sorri e começa tudo de novo. acordo suado.
al nite lang
29.6.04
27.6.04
UPGRADE NAS PALAVRASxCRUZADAS | 1. habilitamos o feed do palavrasXcruzadas em settings/site feed/ no [www.blogger.com], pras pessoas poderem ler em agregadores | 2. entramos no [www.bloglines.com] e criamos 1 link em [www.bloglines.com/about/subscribe] e editamo5 o template do palavrasXcruzadas para os leitores poderem assinar num agregador FREE | 3. libertam0s o trabalho com cretive commons [creativecommons.org/license/]| 4. colocamos os blogs para conversar >>> C!b0rg5 + palavrasXcruzadas | 5. abrimos os comentarios via [www.haloscan.com] [s][ciborgs.blogspot.com][remix brain][logout] P4010.
o comments matou o blog e o post foi editado.
o comments matou o blog e o post foi editado.
17.6.04
pra quem acompanha a luta pelo software livre no brasil, aqui uma ação importante em apoio a Sérgio Amadeu, que sofre agora um processo criminal movido pela Microsoft.
pra quem num tá por dentro, Sérgio Amadeu é a autoridade máxima do governo brasileiro para implantação do software livre. É dele a proposta de que todo o estado brasileiro migre da Microsoft para utilização somente dos livres.
O corte de gastos seria enorme. O governo é o maior comprador de software da Microsoft no Brasil (aproximadamente 80% da fatia), e é intenção da monopolizadora manter sua reserva de mercado no país.
vale a pena assinar a petição.
> b
pra quem num tá por dentro, Sérgio Amadeu é a autoridade máxima do governo brasileiro para implantação do software livre. É dele a proposta de que todo o estado brasileiro migre da Microsoft para utilização somente dos livres.
O corte de gastos seria enorme. O governo é o maior comprador de software da Microsoft no Brasil (aproximadamente 80% da fatia), e é intenção da monopolizadora manter sua reserva de mercado no país.
vale a pena assinar a petição.
> b
16.6.04
15.6.04
10.6.04
Noite de São Paulo
Noite-gênese, estroboscópica,
relâmpagos parindo escândalos,
veio de combustíveis águas;
noite aracnídea,
espessa escura asquerosa,
produz a cinza embalagem
polinizada ardência
pelo sexo roxo e rosa
vindo áspero no ar;
noite-alvará, indolente incêndio,
ferrão cerrado a respeito em torno,
sem compromisso com nada;
noite-asfalto, tecido esfiapado
por uma motosserra incandescente;
noite-galpão, sobre cujo revestimento
corrosivo interno uterino
fraturas e fendas
industriam falências
no antro da entropia;
boca-fosforescência,
noite afoita, de hábito oca;
noite da beleza poluída;
noite coronária;
noite-escorpiã-viúva-negra,
que peçonha tu cultivas escarlate?
Wladimir Cazé
Noite-gênese, estroboscópica,
relâmpagos parindo escândalos,
veio de combustíveis águas;
noite aracnídea,
espessa escura asquerosa,
produz a cinza embalagem
polinizada ardência
pelo sexo roxo e rosa
vindo áspero no ar;
noite-alvará, indolente incêndio,
ferrão cerrado a respeito em torno,
sem compromisso com nada;
noite-asfalto, tecido esfiapado
por uma motosserra incandescente;
noite-galpão, sobre cujo revestimento
corrosivo interno uterino
fraturas e fendas
industriam falências
no antro da entropia;
boca-fosforescência,
noite afoita, de hábito oca;
noite da beleza poluída;
noite coronária;
noite-escorpiã-viúva-negra,
que peçonha tu cultivas escarlate?
Wladimir Cazé
9.6.04
AO VIVO - DIRETO DE UM CYBERCAFE CHINÊS
Falar em restaurar a democracia no Iraque é, óbvio, uma mentira tão grande quanto falar em restaurar a democracia na China. Nenhum dos dois países teve qualquer sistema político parecido com democracia durante sua história. Talvez, mesmo, a democracia que tanto apregoam os hipócritas de plantão nunca tenha realmente existido, eu acredito que nunca existiu mesmo. A palavra, ou o conceito utópico, democracia é estuprada todos os dias quando sai da boca de políticos, economistas, comentaristas, analistas, jornalistas e, mesmo, ou principalmente, cronistas. Querem ver?
Na China de hoje, aquela que vai aos poucos, desde a década de 1970 mais precisamente, com a eliminação da gangue dos quatro e outras revisões parecidas com as que a União Soviética fez na década de 1950, só que mais silenciosas pois os chineses são mais espertos, se transformando em uma ditadura capitalista e destruidora dos direitos individuais, coisa que duvido muitos os pobres chineses conhecerem, assim como os pobres de qualquer lugar do mundo, não existe oposição. Uma das última decisões do governo chinês foi a de fechar todos os cybercafés do país. A desculpa, esfarrapada, é que os jovens que ficam jogando pela Internet estão sofrendo sérios danos em suas saúdes mentais. A verdade é que os, poucos, movimentos oposicionistas, resumidos a manifestações individuais dos dissidentes sobreviventes, têm como uma das últimas alternativas divulgar a realidade chinesa para o estrangeiro através da Internet. Um desses métodos é se utilizar da Internet por meio de cybercafés onde o anonimato pode ser mais manipulável. A China, tem que ser dito com todas as letras, é uma ditadura suja. Imunda. Enorme. Quem enxerga só o desenvolvimento econômico, o crescimento acelerado do PIB chinês e outras numeramas econômicas participa da mentira que se estabeleceu no jornalismo econômico do mundo inteiro. No caso da soja gaúcha a China se utiliza daquilo que ela vai cada vez mais se utilizar nas próximas décadas. A imposição econômica pelo desejo de lucros do resto do mundo em um mercado crescente, controlado, de cerca de um sexto da população mundial. Quem manda no mundo é o dinheiro e a ganância. Todos nós sabemos, conscientes ou não, dessa verdade, mas sempre vale continuar repetindo. Permitam-me ser um Goebbels do bem.
A tão amada democracia da America que nunca existiu no Iraque, vai continuar não existindo na China. Mesmo que o senhor Michael Moore ganhe prêmios e prêmios com suas denúncias, muito mais turbinadas pelos desejos dos norte-americanos manterem suas liberdades políticas e econômicas internas do que de supostamente criar um caldo cultural contrário ao capitalismo, não se iludam, a China continuará impassível em seu crescente domínio sobre os assuntos de política internacional. Michael Moore acerta na polêmica de suas denúncias mas não deixa de carregar um certo ranço americanista subentendido. Quando entrevista e constrange o presidente da Nike ele deixa-se enganar. Pergunta ao mesmo porque em vez de explorar trabalhadores subnutridos no Oriente ele não instala a fábrica numa cidade norte-americana cheia de mão-de-obra ociosa. A pergunta certa, pensem bem, seria: Porque não dar aos trabalhadores orientais os mesmos direitos de um trabalhador médio norte-americano? Senhor presidente da Nike. Invista em suas fábricas em países subdesenvolvidos. Não! O polêmico diretor prefere reclamar dos direitos dos trabalhadores desempregados norte-americanos. É uma realidade e uma disputa interna dos EUA. Nós, subdesenvolvidos, emergentes, subemergentes, afogados, não estamos sendo defendidos em nada. Não! Podem dizer que aqui se prega a paranóia delirante. Mas não! O que se deve defender é o direito individual de cada trabalhador em qualquer lugar do mundo independente de religião, de ideologia, de cor da pele e, principalmente, de nacionalidade. Não me considero, e não sou, marxista, mas acabo parecendo um quando penso e escrevo, porque é impossível não enxergarmos que enquanto existir alguém sendo explorado em qualquer lugar do mundo, não existe liberdade. Não existe justiça. Logo, o senhor Michael "polêmico" Moore não passa de um empulhador. De um marqueteiro. Porque trata da superfície das crises. Não é o fim da venda de armas que vai diminuir a violência. Não é a arma que mata. Nem a mão que aperta o gatilho. É a mente individual de cada um de nós construída dentro de um pensamento coletivo inconsciente de exploração econômica, de injustiças políticas e de massacre social. Antes que me transforme em algo parecido com um comunista metafísico, que talvez seja algo parecido com o que já foi deturpado milhares de vezes, inclusive pelo senhor Mel "Mad Max" Gibson, um cristianismo primitivo, vou continuar pensando e escrevendo assim. Talvez não pratique ou viva assim, afinal, sou humano e limitado e tenho meus defeitos individuais operantes, mas que tenho o dever e o direito de me expressar contra essa enganação pública, isso eu tenho.
A censura e a ditadura econômicas são as piores injustiças do mundo contemporâneo. O político e o social vem de cabresto nessa história toda. Logo, o Iraque deve ser democratizado porque a ditadura de lá já não interessava mais aos interesses econômicos das grandes corporações mundiais. A ditadura do Paquistão, da Indonésia e da China devem ser respeitadas. Os votos achados nas lixeiras da Florida devem ser respeitados. As fotos sorridentes da soldado Sabrina ao lado dos cadáveres dos inimigos devem ser enaltecidas. A cerveja do churrasco do Lula e o uisquinho do fim de noite pra dar aquela aliviada na tensão do presidente são muito mais importantes. Não que considere o governo Lula um bom governo. Estão fazendo uma cagada atrás da outra. Mas só porque o Lula não flana por Paris com a mesma desenvoltura elegante do nosso ex-presidente galã não vamos sair berrando como o rico que enche o cu de uísque e cocaína e chama de corno bêbado o operário desgraçado que bebe umazinha depois de pegar duas conduções e chega em casa e encontra a mulher dando a Virgem Maria pro pastor evangélico em troca de uma cadeira no mundo dos ricos. Nunca se comprou tanta boleta antidepressiva no mundo e os falastrões de plantão vêm falar mal da cerveja que nos alimenta desde os tempos dos faraós! Claro que álcool em excesso faz mal. Tudo em excesso faz mal, cara-pálida. Até mentir em excesso deve fazer mal. Mas é muito mais politicamente correto comer verduras e pregar o fim da carne quando até minha vó mortinha da silva sabe que carne é produto econômico do terceiro mundo. País rico faz carne em laboratório. Mas daí vem alguém me falar no sofrimento do boi na hora da morte. Não! Venha me falar no sofrimento da criança subnutrida que toma caldo de isopor com papelão! Mas é óbvio que é melhor alimentar a indústria idiota de Freud e encher o rabo de Inibex, Lexotan e Valium. Tudo é válido desde que venha em boletas. Quem sabe, Lula, você comece a tomar cerveja em pílulas. Talvez o Michael Moore te defenda em mais um polêmico documentário filmado nas muralhas da China ao lado dos corpos perfurados de balas dos disidentes políticos. Convide a soldado Sabrina, Mick. Ganharás o bi em Cannes ano que vem. Eu, na minha humilde individualidade, vou dar uma de presidente no bar mais próximo. Até mais!
Marcelo Benvenutti
Falar em restaurar a democracia no Iraque é, óbvio, uma mentira tão grande quanto falar em restaurar a democracia na China. Nenhum dos dois países teve qualquer sistema político parecido com democracia durante sua história. Talvez, mesmo, a democracia que tanto apregoam os hipócritas de plantão nunca tenha realmente existido, eu acredito que nunca existiu mesmo. A palavra, ou o conceito utópico, democracia é estuprada todos os dias quando sai da boca de políticos, economistas, comentaristas, analistas, jornalistas e, mesmo, ou principalmente, cronistas. Querem ver?
Na China de hoje, aquela que vai aos poucos, desde a década de 1970 mais precisamente, com a eliminação da gangue dos quatro e outras revisões parecidas com as que a União Soviética fez na década de 1950, só que mais silenciosas pois os chineses são mais espertos, se transformando em uma ditadura capitalista e destruidora dos direitos individuais, coisa que duvido muitos os pobres chineses conhecerem, assim como os pobres de qualquer lugar do mundo, não existe oposição. Uma das última decisões do governo chinês foi a de fechar todos os cybercafés do país. A desculpa, esfarrapada, é que os jovens que ficam jogando pela Internet estão sofrendo sérios danos em suas saúdes mentais. A verdade é que os, poucos, movimentos oposicionistas, resumidos a manifestações individuais dos dissidentes sobreviventes, têm como uma das últimas alternativas divulgar a realidade chinesa para o estrangeiro através da Internet. Um desses métodos é se utilizar da Internet por meio de cybercafés onde o anonimato pode ser mais manipulável. A China, tem que ser dito com todas as letras, é uma ditadura suja. Imunda. Enorme. Quem enxerga só o desenvolvimento econômico, o crescimento acelerado do PIB chinês e outras numeramas econômicas participa da mentira que se estabeleceu no jornalismo econômico do mundo inteiro. No caso da soja gaúcha a China se utiliza daquilo que ela vai cada vez mais se utilizar nas próximas décadas. A imposição econômica pelo desejo de lucros do resto do mundo em um mercado crescente, controlado, de cerca de um sexto da população mundial. Quem manda no mundo é o dinheiro e a ganância. Todos nós sabemos, conscientes ou não, dessa verdade, mas sempre vale continuar repetindo. Permitam-me ser um Goebbels do bem.
A tão amada democracia da America que nunca existiu no Iraque, vai continuar não existindo na China. Mesmo que o senhor Michael Moore ganhe prêmios e prêmios com suas denúncias, muito mais turbinadas pelos desejos dos norte-americanos manterem suas liberdades políticas e econômicas internas do que de supostamente criar um caldo cultural contrário ao capitalismo, não se iludam, a China continuará impassível em seu crescente domínio sobre os assuntos de política internacional. Michael Moore acerta na polêmica de suas denúncias mas não deixa de carregar um certo ranço americanista subentendido. Quando entrevista e constrange o presidente da Nike ele deixa-se enganar. Pergunta ao mesmo porque em vez de explorar trabalhadores subnutridos no Oriente ele não instala a fábrica numa cidade norte-americana cheia de mão-de-obra ociosa. A pergunta certa, pensem bem, seria: Porque não dar aos trabalhadores orientais os mesmos direitos de um trabalhador médio norte-americano? Senhor presidente da Nike. Invista em suas fábricas em países subdesenvolvidos. Não! O polêmico diretor prefere reclamar dos direitos dos trabalhadores desempregados norte-americanos. É uma realidade e uma disputa interna dos EUA. Nós, subdesenvolvidos, emergentes, subemergentes, afogados, não estamos sendo defendidos em nada. Não! Podem dizer que aqui se prega a paranóia delirante. Mas não! O que se deve defender é o direito individual de cada trabalhador em qualquer lugar do mundo independente de religião, de ideologia, de cor da pele e, principalmente, de nacionalidade. Não me considero, e não sou, marxista, mas acabo parecendo um quando penso e escrevo, porque é impossível não enxergarmos que enquanto existir alguém sendo explorado em qualquer lugar do mundo, não existe liberdade. Não existe justiça. Logo, o senhor Michael "polêmico" Moore não passa de um empulhador. De um marqueteiro. Porque trata da superfície das crises. Não é o fim da venda de armas que vai diminuir a violência. Não é a arma que mata. Nem a mão que aperta o gatilho. É a mente individual de cada um de nós construída dentro de um pensamento coletivo inconsciente de exploração econômica, de injustiças políticas e de massacre social. Antes que me transforme em algo parecido com um comunista metafísico, que talvez seja algo parecido com o que já foi deturpado milhares de vezes, inclusive pelo senhor Mel "Mad Max" Gibson, um cristianismo primitivo, vou continuar pensando e escrevendo assim. Talvez não pratique ou viva assim, afinal, sou humano e limitado e tenho meus defeitos individuais operantes, mas que tenho o dever e o direito de me expressar contra essa enganação pública, isso eu tenho.
A censura e a ditadura econômicas são as piores injustiças do mundo contemporâneo. O político e o social vem de cabresto nessa história toda. Logo, o Iraque deve ser democratizado porque a ditadura de lá já não interessava mais aos interesses econômicos das grandes corporações mundiais. A ditadura do Paquistão, da Indonésia e da China devem ser respeitadas. Os votos achados nas lixeiras da Florida devem ser respeitados. As fotos sorridentes da soldado Sabrina ao lado dos cadáveres dos inimigos devem ser enaltecidas. A cerveja do churrasco do Lula e o uisquinho do fim de noite pra dar aquela aliviada na tensão do presidente são muito mais importantes. Não que considere o governo Lula um bom governo. Estão fazendo uma cagada atrás da outra. Mas só porque o Lula não flana por Paris com a mesma desenvoltura elegante do nosso ex-presidente galã não vamos sair berrando como o rico que enche o cu de uísque e cocaína e chama de corno bêbado o operário desgraçado que bebe umazinha depois de pegar duas conduções e chega em casa e encontra a mulher dando a Virgem Maria pro pastor evangélico em troca de uma cadeira no mundo dos ricos. Nunca se comprou tanta boleta antidepressiva no mundo e os falastrões de plantão vêm falar mal da cerveja que nos alimenta desde os tempos dos faraós! Claro que álcool em excesso faz mal. Tudo em excesso faz mal, cara-pálida. Até mentir em excesso deve fazer mal. Mas é muito mais politicamente correto comer verduras e pregar o fim da carne quando até minha vó mortinha da silva sabe que carne é produto econômico do terceiro mundo. País rico faz carne em laboratório. Mas daí vem alguém me falar no sofrimento do boi na hora da morte. Não! Venha me falar no sofrimento da criança subnutrida que toma caldo de isopor com papelão! Mas é óbvio que é melhor alimentar a indústria idiota de Freud e encher o rabo de Inibex, Lexotan e Valium. Tudo é válido desde que venha em boletas. Quem sabe, Lula, você comece a tomar cerveja em pílulas. Talvez o Michael Moore te defenda em mais um polêmico documentário filmado nas muralhas da China ao lado dos corpos perfurados de balas dos disidentes políticos. Convide a soldado Sabrina, Mick. Ganharás o bi em Cannes ano que vem. Eu, na minha humilde individualidade, vou dar uma de presidente no bar mais próximo. Até mais!
Marcelo Benvenutti
CUT UP!
sentado na posição de operação, confortável, aspiro o cheiro de borracha e plástico. um zumbido suave percorre a cabine. vou buscar alguém que não vejo há muito tempo, penso que conheço e não sei nada mais que o trival +
sobre pontes carnais, exércitos de licantropos combateram furiosos pelas estradas romanas. cidades-estado em destruição mútua, milhares de habitantes mesmerizados por pequenos e prazerosos discos de metal vermelho, piscantes, mecânicos, sulfurosos, anatômicos. no ano de Megawputi, os aldeões se reuniram para celebrar a vida do Ìdolo de Ouro Verde. a virgem escolhida foi penetrada pelo ídolo, sangrou uma vez e os edawatis comemoraram sua inércia e orgamos com doses abundantes de licorice, caldo de milho fermentado no cuspe das velhas da aldeia.
em 160 A.C., o general oligopu foi derrotado pelo comandante Tácito, um nobre ateniense que sabia muito bem o que dizer na hora certa. quando perdeu a batalha para os cartagineses, a espada inimiga lhe pressionando a carótida, Tácito teve a presença de espírito de olhar os campos devastados e afirmar, à revelia da sua própria derrota, "vocês criaram um deserto e o chamam de paz".
REMIX CUT-UP STYLE (K)
sobre pontes carnais, exércitos de licantropos combateram furiosos pelas estradas romanas. cidades-estado em Destigopu foram derrotadas pelo comandante Ruição Mútua, milhares de habitantes mesmerizados, "vocês criaram pequenos e prazerosos discos de metal vermelho, piscantes, mecânicos, sulfurosos", na posição de operação, confortável, aspiro um zumbido suave que percorre a cabine. vou buscar alguém ou Querival no ano de Megawputi, virgem escolhida penetrada pelo ídolo, sangrou uma vez na presença de espírito ou de olhar os campos devastados, o general se reuniu para celebrar a vida do Ìdolo de Ouro Verde. o fermentado no cuspe das velhas da aldeia.olTácito, um nobre ateniense que sabia muito bem o que dizer dos edawatis que comemoraram sua inércia e orgamos com doses abundantes de licorice, caldo de milho, ou Tácito que não vejo há muito tempo, penso que conheço e não sei nada mais que a hora certa. quando perderam a batalha, os aldeõe correram para o Cartcheiro de borracha e plásticagineses, a espada inimiga, lhe pressionando a carótida, afirmar, à revelia do seu próprio deserto que e o chamam de paz".
AL NITE LANG @inc.@
AL@LANG@inc.NITE@AL
@inc.@ANGELANG inc.
AL NIT@inc.@AL NITA
NITEE LANGLANG @inc
sentado na posição de operação, confortável, aspiro o cheiro de borracha e plástico. um zumbido suave percorre a cabine. vou buscar alguém que não vejo há muito tempo, penso que conheço e não sei nada mais que o trival +
sobre pontes carnais, exércitos de licantropos combateram furiosos pelas estradas romanas. cidades-estado em destruição mútua, milhares de habitantes mesmerizados por pequenos e prazerosos discos de metal vermelho, piscantes, mecânicos, sulfurosos, anatômicos. no ano de Megawputi, os aldeões se reuniram para celebrar a vida do Ìdolo de Ouro Verde. a virgem escolhida foi penetrada pelo ídolo, sangrou uma vez e os edawatis comemoraram sua inércia e orgamos com doses abundantes de licorice, caldo de milho fermentado no cuspe das velhas da aldeia.
em 160 A.C., o general oligopu foi derrotado pelo comandante Tácito, um nobre ateniense que sabia muito bem o que dizer na hora certa. quando perdeu a batalha para os cartagineses, a espada inimiga lhe pressionando a carótida, Tácito teve a presença de espírito de olhar os campos devastados e afirmar, à revelia da sua própria derrota, "vocês criaram um deserto e o chamam de paz".
REMIX CUT-UP STYLE (K)
sobre pontes carnais, exércitos de licantropos combateram furiosos pelas estradas romanas. cidades-estado em Destigopu foram derrotadas pelo comandante Ruição Mútua, milhares de habitantes mesmerizados, "vocês criaram pequenos e prazerosos discos de metal vermelho, piscantes, mecânicos, sulfurosos", na posição de operação, confortável, aspiro um zumbido suave que percorre a cabine. vou buscar alguém ou Querival no ano de Megawputi, virgem escolhida penetrada pelo ídolo, sangrou uma vez na presença de espírito ou de olhar os campos devastados, o general se reuniu para celebrar a vida do Ìdolo de Ouro Verde. o fermentado no cuspe das velhas da aldeia.olTácito, um nobre ateniense que sabia muito bem o que dizer dos edawatis que comemoraram sua inércia e orgamos com doses abundantes de licorice, caldo de milho, ou Tácito que não vejo há muito tempo, penso que conheço e não sei nada mais que a hora certa. quando perderam a batalha, os aldeõe correram para o Cartcheiro de borracha e plásticagineses, a espada inimiga, lhe pressionando a carótida, afirmar, à revelia do seu próprio deserto que e o chamam de paz".
AL NITE LANG @inc.@
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@inc.@ANGELANG inc.
AL NIT@inc.@AL NITA
NITEE LANGLANG @inc
7.6.04
6.6.04
arranhão pouco acima da sobrancelha esquerda; o dedo médio da luva preta em riste contra o vento; as colunas da construção interrompida do metrô de salvador e os palácios de bagdá bombardeados se mesclam na nuvem de fumaça cinza de um incêndio na marginal pinheiros, uma ambulância passa piscando, três helicópteros, o melhor pôr-do-sol da cidade, o desespero longe, soando como rinchar de pneus; o motor do despertador e os pêlos do rosto recordando o retorno ao pátio de manobras; a perseguição ao círculo na quadratura, na série "antes de tudo havia o princípio" (andré de faria, fotografia, infogravura, 2002, 60 x 60cm), da qual fui buscar uma peça no paço das artes, usp, até onde está, encostada a jornais velhos.
wladimir cazé
wladimir cazé
4.6.04
DICIONÁRIO DE FILOSOFIA
Vício. Do Lat. Vicium.
1. Falha no funcionamento de um sistema. Comportamento eticamente condenável.
2. Engano ou defeito perceptivo.
3. Quando a linha divisória do bem e do mal se torna obscura, os valores se relativizam e o ser humano é reduzido a uma criatura que apenas calcula, tornando-se praticamente impossível distinguir o vício da virtude. O que é considerado vício merece ser reavaliado: a castidade é, como todas as virtudes, um vício disfarçado; a compaixão é "mais prejudicial que qualquer vício", "pérfida descoberta", na inversão de valores comentada por Nietzsche; o supremo vício é a estreiteza de espírito; a máxima virtude, o contrário absoluto da confortável mediocridade utilitarista, que não é sacudida por nenhuma paixão violenta, porque é impotente para qualquer arrebatamento.
wladimir cazé, mixed book and internet text, 2004
Vício. Do Lat. Vicium.
1. Falha no funcionamento de um sistema. Comportamento eticamente condenável.
2. Engano ou defeito perceptivo.
3. Quando a linha divisória do bem e do mal se torna obscura, os valores se relativizam e o ser humano é reduzido a uma criatura que apenas calcula, tornando-se praticamente impossível distinguir o vício da virtude. O que é considerado vício merece ser reavaliado: a castidade é, como todas as virtudes, um vício disfarçado; a compaixão é "mais prejudicial que qualquer vício", "pérfida descoberta", na inversão de valores comentada por Nietzsche; o supremo vício é a estreiteza de espírito; a máxima virtude, o contrário absoluto da confortável mediocridade utilitarista, que não é sacudida por nenhuma paixão violenta, porque é impotente para qualquer arrebatamento.
wladimir cazé, mixed book and internet text, 2004
1.6.04
A NOVA LITANIA
O inferno de Dante
Esses dias eu fui tomado por um medo terrível. Apreensivo de perder tudo ou de não ganhar nada, qualquer coisa que eu pense tem uma sombra de dúvida. Minha mão coça e me sento no computador. Fecho meus olhos. Lentamente, duas figuras diáfanas surgem ao meu lado. No meu ombro direito está um Oxalá velho, ressabiado, silencioso. No ombro esquerdo um guerreiro jovem e ambicioso, ávido por dificuldades, ódio, brigas e sofrimento, se mexe como se quisesse rasgar a casca protetora dos universos paralelos. No meio estou eu, tentanto me concentrar mais ainda. Mais duas figuras surgem: o Homem-Gabiru e Bola. O medo desaparece. Juntos, somos invencíveis, partiremos para batalhas imaginárias em lugares distantes e nos protegeremos uns aos outros da maldade alheia e das crueldades cotidianas.
aL nITE lANG
O inferno de Dante
Esses dias eu fui tomado por um medo terrível. Apreensivo de perder tudo ou de não ganhar nada, qualquer coisa que eu pense tem uma sombra de dúvida. Minha mão coça e me sento no computador. Fecho meus olhos. Lentamente, duas figuras diáfanas surgem ao meu lado. No meu ombro direito está um Oxalá velho, ressabiado, silencioso. No ombro esquerdo um guerreiro jovem e ambicioso, ávido por dificuldades, ódio, brigas e sofrimento, se mexe como se quisesse rasgar a casca protetora dos universos paralelos. No meio estou eu, tentanto me concentrar mais ainda. Mais duas figuras surgem: o Homem-Gabiru e Bola. O medo desaparece. Juntos, somos invencíveis, partiremos para batalhas imaginárias em lugares distantes e nos protegeremos uns aos outros da maldade alheia e das crueldades cotidianas.
aL nITE lANG
28.5.04
2175.
o aniversário vai ser lá. ela me disse que chegaria às 9:00. fácil de chegar, repetiu. 2175, lado esquerdo da rua. a parede do lugar é verde, portas grandes de madeira.
até fingi copiar o endereço. a memória q me traiu e gravou por conta própria.
num consegui pegar o ritmo da música. ficaria tímido na hora de dançar.
::::____________________:_____:::::_________/;\_____:::___________°°_-_________::.°:::____/0\________-::__
__::___________________:::__+++++__:::::::::_________
de novo. é sempre assim.
SEMPRE ASSIM
o aniversário vai ser lá. ela me disse que chegaria às 9:00. fácil de chegar, repetiu. 2175, lado esquerdo da rua. a parede do lugar é verde, portas grandes de madeira.
até fingi copiar o endereço. a memória q me traiu e gravou por conta própria.
num consegui pegar o ritmo da música. ficaria tímido na hora de dançar.
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de novo. é sempre assim.
SEMPRE ASSIM
/sampleando (wc) quando descreveu:
"hoje alcancei um estágio importante no meu processo de aculturação em São Paulo"
___________________________________________________________________
quando chego do trampo cansada.
essa prensada já num me deixa com a cabeça em estado de espera.
total.mente aculturada.
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::(goiaba?)::::::::::::::
27.5.04
19
consegui um jardim há muito pouco tempo. menos de um mês.
e todos sabem o quanto procurei um lugar assim. roseiras e uma azaléia, entre outros verdes e matos. tudo num círculo com menos de 3 metros de diâmetro.
o suficiente.
hoje, o susto. e logo na primeira xícara de café.
em menos de um mês cria-se um hábito. eu criei o de acordar sob o sol frio em frente a meu novo jardim.
mas, antes de mim, chegaram as visitas. tão inesperadas quanto nojentas. Eram 19.
19 largatas verdes, gordas, peludas, com patas laranjas e antenas azuis. ridículas e odiáveis. todas dormindo.
fazendo a sesta.
devoraram. acabou.
e as 19 largatas dormindo de barriga cheia.
imóveis, 19 bichos peludos pendurados em galhos nus.
e eu é que não vou esperar a metamorfose.
matei, uma a uma, as 19 criaturas gosmentas.
suculentas, morrem sem nenhum barulho. o único sinal que emitem para avisar que já morreram é um líquido verde limão. ficou a mancha no chão. uma mancha verde, horrível.
o resto de 19 seres repugnantes, que não deveriam ter aparecido ali.
borboletas. 19 delas.
eu não quis esperar. de todo modo, não pousariam no meu jardim. já não há.
não existe mais.
>>b
26.5.04
O MILAGRE
Saiu do armazém colocando a garrafa de meio litro de cachaça embaixo do braço. Passava das três da tarde e era seu primeiro dia de quase desempregado. No último melancólico mês em seu emprego tem o direito de sair duas horas mais cedo para, supostamente, procurar um novo emprego. Mas não é o que ele, como estou dizendo para vocês, pensa. Passa no armazém e compra uma garrafa barata de plástico. Uma garrafa de velho barreiro de meio litro. Gordinha. Fofinha. Baixinha. Quase erótica. Começa a cair uma chuva fria de maio. A massa de ar polar invadindo Porto Alegre e rasgando sua topografia de sul à norte. De oeste à leste. Chega em casa, molhado e com frio, guarda a cachaça na geladeira e abre uma lata de cerveja. Liga a televisão e assiste um filme da sessão da tarde. Duas horas e seis latinhas depois, ronca grotescamente em frente ao televisor. Acorda com o barulho da campainha do apartamento. É o síndico que vem lhe entregar uma notificação do condomínio cobrando três meses de atraso. Nem tem mesmo vontade de xingar ou mandar o síndico tomar no cu que é o que ele merece, pensa ele. Fecha a porta na cara do sujeito sem nem bom dia sargento. Joga a notificação em cima da mesa da cozinha e vai até a geladeira. Bebe um gole de água gelada e se lembra da garrafa de cachaça. Boa hora para se começar a encher a cara, pensa o quase desempregado.
Quando abri a garrafa ainda estava meio bêbado e zonzo com tudo aquilo. Receber a notícia que estou sendo demitido e uma notificação de atraso de pagamento de condomínio na mesma tarde é demais. É demais! Pior de tudo era ficar mais trinta dias trabalhando e ensinando um estagiário fedendo a merda o trabalho que eu fiz por mais de seis anos. E as leis trabalhistas e o caralho, porra nenhuma. Contrataram um borra-botas no CIEE e eu que me fudesse. A pressão corria atrás de mim. A pensão da minha filha que a vaca da mãe dela gasta em badulaques e festinhas com os idiotas dos amigos dela. Não me lembro onde estava com a cabeça quando trepei com essa doida. Lembro sim. Estava bêbado. E minha filha ainda vem e me pergunta. Pai, o que é fracassada? Eu não respondo. É que é a mãe disse pra eu estudar direito no colégio pra não ser uma fracassada. Não respondi de novo. Peguei ela pela mão e a levei até o McDonald's. Ela ficou quieta observando os desenhos nas paredes. Eu fiquei quieto observando as coxas de uma das mães que estava sentada em outra mesa. Minha filha notou que eu estava olhando para as pernas da mulher e pediu. Pai, me paga outro milk shake.
Depois de aberta a cachaça, ele encheu um copo pequeno e despejou o primeiro gole no chão. Uma névoa espessa surgiu e dela saiu um homem grande todo vestido de branco e pés descalços. Quem é você? Perguntou. Eu sou o santo, amigo. Quando alguém joga um gole no chão para que o santo beba, sou eu que bebo. Mas eu nunca vi porra nenhuma de santo sair de um gole de cachaça. Arrá, meu amigo. Isso não acontece com qualquer um. Só para uns poucos escolhidos. Já pensando que estava bêbado, Eric, desculpem-me, esqueci de apresentá-lo antes pois sou um narrador muitas vezes debochado, outras vezes, arrogante, não me dou conta que vocês não conhecem a história, bebeu o resto do copo sem dar-se conta que ainda não tinha bebido nada. Tá. Mas e porque eu? Isso não lhe interessa agora, Eric. Como você sabe meu nome? Calma, não foi nenhum de vocês que avisou o santo, não foi?, eu sei porque eu sou santo, Eric. Quando eu apareço para alguém é lhe dado o direito de exigir um milagre. Calma. Você tem tempo para pensar. Enquanto o milagre não for executado, você pode me chamar a qualquer momento. É só jogar um gole de cachaça no chão. Assim. E o santo joga um pouco de cachaça no azulejo amarelado de sujo da cozinha do apartamento de Eric e desaparece em meio a uma névoa espessa e com fedentina de álcool.
No fim-de-semana Eric encontrou sua filha. Foram ao cinema assistir um filme da Disney. Antes do primeiro gole num copo de meio litro de coca-cola, Eric tropeçou numa dobra do tapete na escadaria do cinema. Logo depois apareceu o santo, sentado ao seu lado.
Mas esse desgraçado não aparecia só com gole de cachaça?
Sei o que está pensando, Eric. Que eu só aparecia quando você estivesse bebendo cachaça, não é? Eric não responde. Estão passando os comerciais antes do filme. Somente acena com a cabeça. Sua filha pergunta qualquer coisa. Ele não escuta. Então, Eric, já decidiu qual vai ser o seu milagre? Olha aqui sua assombração, minha vida já tá uma merda. Vê se some. Quer calar a boca aí, ô abobado, grita alguém sentado mais para cima. Tá falando sozinho, pai?
Desgraça de vida. Agora minha filha vai pensar que eu sou doido. A única pessoa que presta nessa porcaria toda e vem esse coiso aí, esse panaca vestido de branco me assombrar. Deve ser fruto da imaginação. Algum delírio que vai passar com o tempo. Não entendo nada dessa história de auto-sugestão e o cacete. Nem religioso eu sou. Quanto mais pra enxergar um maluco vestido de pai de santo. Ainda eu sou o escolhido? Deve ser um trote. Olho pra minha filha. Ela presta atenção no filme. Ela não enxergou nada. Só eu enxergo. Como faz pra esse coiso ir embora? Será que vai ficar aí? Até o final do filme? E ainda por cima cortando as unhas do pé?
Eric começou a se cuidar. Toda a bebida que pegava em suas mãos, largava com toda a calma em cima de algum lugar plano e seguro, sem que existisse a mínima chance de cair alguma gota no chão. Tinha medo de contar o que tinha ocorrido para alguém e ser chamado de louco. Serviu à paranóia sem que os outros notassem que se tratava de uma paranóia. Até mesmo negou convites para beber com os conhecidos. Saía mais cedo do trabalho e ia direto para casa. Comprava os classificados de jornal e procurava. Um emprego atrás do outro. Telefonava. Mandava currículos pelo correio. Pela internet. Quando podia, entregava pessoalmente. Logo iria chegar o dia da rescisão e ele sabia que o seguro-desemprego e o FGTS eram só pra pagar as dívidas. E não seria uma visão patética de um cara vestido de branco que o faria acreditar em milagres.
Depois de três semanas tentando encontrar um emprego, decidiu que era hora de parar com aquela paranóia. Dia e noite, só pensava na maldita assombração e no medo de enlouquecer. Se fosse para enlouquecer, que fosse de uma vez só. Foi até um bar perto de sua casa e pediu uma cachaça. Mal o copo pousou sobre o balcão, jogou o gole do santo no chão e o cara de branco surgiu de novo. Como vai, Eric? Pensei que tivesse esquecido de mim. Qual é o seu milagre, Eric?
Agora eu pego essa assombração desgraçada. Não é nenhum milagre, comecei a falar bem alto, mas era cedo da manhã e eram poucas pessoas no bar, um que outro consumindo apressadamente uma média antes do trabalho. É um pedido bem comum, santo. O dono do bar limpava um copos enquanto esperava o café encher uma xícara e observava com o canto do olho. Estava acostumado com loucos. Se não estivesse, não seria dono de um bar. Eu quero um emprego.
Não seja por isso, respondeu o santo. Se é um emprego teu milagre, um emprego terás. E sumiu por entre uma névoa espessa cheirando a vinho barato. Cinco minutos depois, um homem tropeçou na rua e deixou cair seu laptop no chão. Eric saiu do bar para ajudá-lo a se levantar. Juntou o laptop e devolveu ao homem. O homem ajeitou o terno, arrumou a gravata e encarou Eric. Ei, você não trabalha na empresa ...? Eric já quase virando de costas, completou. Trabalhava. Trabalhava? Mas como te mandaram embora? Me lembro de você. É justamente quem estou precisando lá na minha empresa. O homem lhe entregou um cartão, pediu para que ele lhe ligasse mais tarde e foi embora, apressado.
Seis meses depois, caminhava pela Cristóvão Colombo quando decidi entrar em um bar. Estava chegando o natal, um calor desgraçado, eu cansado, e não tinha um puto no bolso. Nem pra comprar uma lembracinha pra minha filha. Mas ainda restava algum pruma cerveja. Entrei em um bar na altura da Ramiro Barcelos e me encostei no balcão. Peguei do copo de cerveja e, sem pensar, joguei um gole pro santo. Senti um frio percorrendo a espinha e olhei para o lado já sabendo o que me esperava.
Ei, você não disse que fazia um milagre? E não fiz? Respondeu o santo bocejando. Não te consegui um emprego. Ah, tá falando daquele emprego? Sim. Era um emprego sim. Mas o salário era uma bosta. Eric, Eric. Eu falei que fazia milagres. Não o impossível. E bebeu da cerveja de Eric.
Marcelo Benvenutti
www.conto.com.br
Saiu do armazém colocando a garrafa de meio litro de cachaça embaixo do braço. Passava das três da tarde e era seu primeiro dia de quase desempregado. No último melancólico mês em seu emprego tem o direito de sair duas horas mais cedo para, supostamente, procurar um novo emprego. Mas não é o que ele, como estou dizendo para vocês, pensa. Passa no armazém e compra uma garrafa barata de plástico. Uma garrafa de velho barreiro de meio litro. Gordinha. Fofinha. Baixinha. Quase erótica. Começa a cair uma chuva fria de maio. A massa de ar polar invadindo Porto Alegre e rasgando sua topografia de sul à norte. De oeste à leste. Chega em casa, molhado e com frio, guarda a cachaça na geladeira e abre uma lata de cerveja. Liga a televisão e assiste um filme da sessão da tarde. Duas horas e seis latinhas depois, ronca grotescamente em frente ao televisor. Acorda com o barulho da campainha do apartamento. É o síndico que vem lhe entregar uma notificação do condomínio cobrando três meses de atraso. Nem tem mesmo vontade de xingar ou mandar o síndico tomar no cu que é o que ele merece, pensa ele. Fecha a porta na cara do sujeito sem nem bom dia sargento. Joga a notificação em cima da mesa da cozinha e vai até a geladeira. Bebe um gole de água gelada e se lembra da garrafa de cachaça. Boa hora para se começar a encher a cara, pensa o quase desempregado.
Quando abri a garrafa ainda estava meio bêbado e zonzo com tudo aquilo. Receber a notícia que estou sendo demitido e uma notificação de atraso de pagamento de condomínio na mesma tarde é demais. É demais! Pior de tudo era ficar mais trinta dias trabalhando e ensinando um estagiário fedendo a merda o trabalho que eu fiz por mais de seis anos. E as leis trabalhistas e o caralho, porra nenhuma. Contrataram um borra-botas no CIEE e eu que me fudesse. A pressão corria atrás de mim. A pensão da minha filha que a vaca da mãe dela gasta em badulaques e festinhas com os idiotas dos amigos dela. Não me lembro onde estava com a cabeça quando trepei com essa doida. Lembro sim. Estava bêbado. E minha filha ainda vem e me pergunta. Pai, o que é fracassada? Eu não respondo. É que é a mãe disse pra eu estudar direito no colégio pra não ser uma fracassada. Não respondi de novo. Peguei ela pela mão e a levei até o McDonald's. Ela ficou quieta observando os desenhos nas paredes. Eu fiquei quieto observando as coxas de uma das mães que estava sentada em outra mesa. Minha filha notou que eu estava olhando para as pernas da mulher e pediu. Pai, me paga outro milk shake.
Depois de aberta a cachaça, ele encheu um copo pequeno e despejou o primeiro gole no chão. Uma névoa espessa surgiu e dela saiu um homem grande todo vestido de branco e pés descalços. Quem é você? Perguntou. Eu sou o santo, amigo. Quando alguém joga um gole no chão para que o santo beba, sou eu que bebo. Mas eu nunca vi porra nenhuma de santo sair de um gole de cachaça. Arrá, meu amigo. Isso não acontece com qualquer um. Só para uns poucos escolhidos. Já pensando que estava bêbado, Eric, desculpem-me, esqueci de apresentá-lo antes pois sou um narrador muitas vezes debochado, outras vezes, arrogante, não me dou conta que vocês não conhecem a história, bebeu o resto do copo sem dar-se conta que ainda não tinha bebido nada. Tá. Mas e porque eu? Isso não lhe interessa agora, Eric. Como você sabe meu nome? Calma, não foi nenhum de vocês que avisou o santo, não foi?, eu sei porque eu sou santo, Eric. Quando eu apareço para alguém é lhe dado o direito de exigir um milagre. Calma. Você tem tempo para pensar. Enquanto o milagre não for executado, você pode me chamar a qualquer momento. É só jogar um gole de cachaça no chão. Assim. E o santo joga um pouco de cachaça no azulejo amarelado de sujo da cozinha do apartamento de Eric e desaparece em meio a uma névoa espessa e com fedentina de álcool.
No fim-de-semana Eric encontrou sua filha. Foram ao cinema assistir um filme da Disney. Antes do primeiro gole num copo de meio litro de coca-cola, Eric tropeçou numa dobra do tapete na escadaria do cinema. Logo depois apareceu o santo, sentado ao seu lado.
Mas esse desgraçado não aparecia só com gole de cachaça?
Sei o que está pensando, Eric. Que eu só aparecia quando você estivesse bebendo cachaça, não é? Eric não responde. Estão passando os comerciais antes do filme. Somente acena com a cabeça. Sua filha pergunta qualquer coisa. Ele não escuta. Então, Eric, já decidiu qual vai ser o seu milagre? Olha aqui sua assombração, minha vida já tá uma merda. Vê se some. Quer calar a boca aí, ô abobado, grita alguém sentado mais para cima. Tá falando sozinho, pai?
Desgraça de vida. Agora minha filha vai pensar que eu sou doido. A única pessoa que presta nessa porcaria toda e vem esse coiso aí, esse panaca vestido de branco me assombrar. Deve ser fruto da imaginação. Algum delírio que vai passar com o tempo. Não entendo nada dessa história de auto-sugestão e o cacete. Nem religioso eu sou. Quanto mais pra enxergar um maluco vestido de pai de santo. Ainda eu sou o escolhido? Deve ser um trote. Olho pra minha filha. Ela presta atenção no filme. Ela não enxergou nada. Só eu enxergo. Como faz pra esse coiso ir embora? Será que vai ficar aí? Até o final do filme? E ainda por cima cortando as unhas do pé?
Eric começou a se cuidar. Toda a bebida que pegava em suas mãos, largava com toda a calma em cima de algum lugar plano e seguro, sem que existisse a mínima chance de cair alguma gota no chão. Tinha medo de contar o que tinha ocorrido para alguém e ser chamado de louco. Serviu à paranóia sem que os outros notassem que se tratava de uma paranóia. Até mesmo negou convites para beber com os conhecidos. Saía mais cedo do trabalho e ia direto para casa. Comprava os classificados de jornal e procurava. Um emprego atrás do outro. Telefonava. Mandava currículos pelo correio. Pela internet. Quando podia, entregava pessoalmente. Logo iria chegar o dia da rescisão e ele sabia que o seguro-desemprego e o FGTS eram só pra pagar as dívidas. E não seria uma visão patética de um cara vestido de branco que o faria acreditar em milagres.
Depois de três semanas tentando encontrar um emprego, decidiu que era hora de parar com aquela paranóia. Dia e noite, só pensava na maldita assombração e no medo de enlouquecer. Se fosse para enlouquecer, que fosse de uma vez só. Foi até um bar perto de sua casa e pediu uma cachaça. Mal o copo pousou sobre o balcão, jogou o gole do santo no chão e o cara de branco surgiu de novo. Como vai, Eric? Pensei que tivesse esquecido de mim. Qual é o seu milagre, Eric?
Agora eu pego essa assombração desgraçada. Não é nenhum milagre, comecei a falar bem alto, mas era cedo da manhã e eram poucas pessoas no bar, um que outro consumindo apressadamente uma média antes do trabalho. É um pedido bem comum, santo. O dono do bar limpava um copos enquanto esperava o café encher uma xícara e observava com o canto do olho. Estava acostumado com loucos. Se não estivesse, não seria dono de um bar. Eu quero um emprego.
Não seja por isso, respondeu o santo. Se é um emprego teu milagre, um emprego terás. E sumiu por entre uma névoa espessa cheirando a vinho barato. Cinco minutos depois, um homem tropeçou na rua e deixou cair seu laptop no chão. Eric saiu do bar para ajudá-lo a se levantar. Juntou o laptop e devolveu ao homem. O homem ajeitou o terno, arrumou a gravata e encarou Eric. Ei, você não trabalha na empresa ...? Eric já quase virando de costas, completou. Trabalhava. Trabalhava? Mas como te mandaram embora? Me lembro de você. É justamente quem estou precisando lá na minha empresa. O homem lhe entregou um cartão, pediu para que ele lhe ligasse mais tarde e foi embora, apressado.
Seis meses depois, caminhava pela Cristóvão Colombo quando decidi entrar em um bar. Estava chegando o natal, um calor desgraçado, eu cansado, e não tinha um puto no bolso. Nem pra comprar uma lembracinha pra minha filha. Mas ainda restava algum pruma cerveja. Entrei em um bar na altura da Ramiro Barcelos e me encostei no balcão. Peguei do copo de cerveja e, sem pensar, joguei um gole pro santo. Senti um frio percorrendo a espinha e olhei para o lado já sabendo o que me esperava.
Ei, você não disse que fazia um milagre? E não fiz? Respondeu o santo bocejando. Não te consegui um emprego. Ah, tá falando daquele emprego? Sim. Era um emprego sim. Mas o salário era uma bosta. Eric, Eric. Eu falei que fazia milagres. Não o impossível. E bebeu da cerveja de Eric.
Marcelo Benvenutti
www.conto.com.br
24.5.04
me preparo para ir mais uma vez ao Tronco, espaço de exploração e comiseração. sou uma puta, sim. trago com sabor o pó de estrela com ervas naturais. me lembro de quando fui mais glamoroso comigo mesmo e com as outras pessoas. é engraçado, deve ser meu orixá, colocado ao meu lado, sua mão pesada em meu ombro direito. nossas vozes se misturam, ele é tão velho. milhares de anos percorrendo areias, florestas e pedras frias. corpos quentes em profusão. meus filhos correndo nus por uma praia desconhecida. um zumbi enorme surge do mar e se debate com as ondas. ele se aproxima de mim com olhos totalmente negros. me entrega uma carta.
"NATIONAL ANTHEM"
aL nITE lANG
"NATIONAL ANTHEM"
aL nITE lANG
23.5.04
Segunda ode aos convivas de Orkut
Segunda ode aos convivas de Orkut = Scrapbooks (I) e (II)
Scrapbook (I) = (A), (B), (C), (D), (E), (F)
Scrapbook (II) = (G), (H), (I), (J)
(A)
Último-andar:
Andre Leal, Bruna Faustino, Cecilia Giannetti, Daniel Kalil, Diogo Kalil, Iansã Negrão, Isolda Libório, Iuri Rubim, Nathália Carvalho, Pérsio Menezes, Rodolfo Filho, Tiana Chinelli
(B)
K:
Gustavo Cavinato, Manuela Colla, Mariana Bandarra, Mariana E. Messias, Pedro Mandagará, Marcelo Benvenutti
(C)
Palavras cruzadas:
Fabio Pinto, Izabel Marcilio, Patrick Brock
(D)
Gonzo:
Bruno Galera, Caco Belmonte, Cardoso Czarnobai, Daniel Pellizzari, Delfin, Emilio Fraia, Fred Leal, Hermano Freitas, Joca Reiners Terron, JP Cuenca, Rodrigo Oliveira Álvares
(E)
Salvador 90s:
Andre Stangl, Gustavo Rios, Guilherme Darisbo, Ivã Coelho, Luciano Matos, Paolo Bruni, Vanessa Mariano, Walter Mariano
(F)
Salvador 00s:
Andrea May, Claudio Manoel, Greice Schneider, Rodrigo Sputter, Vj pixel 5:22 PM
(G)
São Paulo 00's:
Alexandre Matias, Gilberto Custodio
(H)
Assessoria jurídica:
Caiobr
(I)
Trilha sonora:
Chico Correa, Hermano Vianna
(J)
Special thanx to: Alberto Oda, Alexandre Inagaki, Ana Paula Boni, Bruna Beber, Caê Carvalho, Cláudio Daniel, Cristiano Canguçu, Daniela Matos, Db Eu mess, Flávia Marreiro, Gabriela Almeida, Gil Maciel, Gina Leite, Haidee Lima, Jan Barbosa, Juliana Caetano, Juliana Protásio, Lilian Lordelo, Lorrene Carolline Nunes Vieira, Luiz Teles, Marcio C, Marcos Luiz Casé Góes, Mariane Alvim, Mônica Lucas, Nanna Pôssa, Newton Mota, Paloma Varon, Paula Góes, Paulo Fortes, Rodrigo De Luna Vieira, Sabrina Fonseca, Silvia Rodrigues, Taís Campelo, Tatiana Oliveira, Tatiana Reuter, Thais Aragao, Thais Cortez, Thiago Fernandes, Ticiana Leon, Ubaldo Coelho, Vinicius tchuna Tchunidius
(Cazé)
Segunda ode aos convivas de Orkut = Scrapbooks (I) e (II)
Scrapbook (I) = (A), (B), (C), (D), (E), (F)
Scrapbook (II) = (G), (H), (I), (J)
(A)
Último-andar:
Andre Leal, Bruna Faustino, Cecilia Giannetti, Daniel Kalil, Diogo Kalil, Iansã Negrão, Isolda Libório, Iuri Rubim, Nathália Carvalho, Pérsio Menezes, Rodolfo Filho, Tiana Chinelli
(B)
K:
Gustavo Cavinato, Manuela Colla, Mariana Bandarra, Mariana E. Messias, Pedro Mandagará, Marcelo Benvenutti
(C)
Palavras cruzadas:
Fabio Pinto, Izabel Marcilio, Patrick Brock
(D)
Gonzo:
Bruno Galera, Caco Belmonte, Cardoso Czarnobai, Daniel Pellizzari, Delfin, Emilio Fraia, Fred Leal, Hermano Freitas, Joca Reiners Terron, JP Cuenca, Rodrigo Oliveira Álvares
(E)
Salvador 90s:
Andre Stangl, Gustavo Rios, Guilherme Darisbo, Ivã Coelho, Luciano Matos, Paolo Bruni, Vanessa Mariano, Walter Mariano
(F)
Salvador 00s:
Andrea May, Claudio Manoel, Greice Schneider, Rodrigo Sputter, Vj pixel 5:22 PM
(G)
São Paulo 00's:
Alexandre Matias, Gilberto Custodio
(H)
Assessoria jurídica:
Caiobr
(I)
Trilha sonora:
Chico Correa, Hermano Vianna
(J)
Special thanx to: Alberto Oda, Alexandre Inagaki, Ana Paula Boni, Bruna Beber, Caê Carvalho, Cláudio Daniel, Cristiano Canguçu, Daniela Matos, Db Eu mess, Flávia Marreiro, Gabriela Almeida, Gil Maciel, Gina Leite, Haidee Lima, Jan Barbosa, Juliana Caetano, Juliana Protásio, Lilian Lordelo, Lorrene Carolline Nunes Vieira, Luiz Teles, Marcio C, Marcos Luiz Casé Góes, Mariane Alvim, Mônica Lucas, Nanna Pôssa, Newton Mota, Paloma Varon, Paula Góes, Paulo Fortes, Rodrigo De Luna Vieira, Sabrina Fonseca, Silvia Rodrigues, Taís Campelo, Tatiana Oliveira, Tatiana Reuter, Thais Aragao, Thais Cortez, Thiago Fernandes, Ticiana Leon, Ubaldo Coelho, Vinicius tchuna Tchunidius
(Cazé)
22.5.04
21.5.04
20.5.04
19.5.04
18.5.04
12.5.04
11.5.04
9.5.04
UMA SURUBA
uma suruba, corpos oleosos enroscados uns nos outros. soft music no ambient sound. discover your every needsssss... she opens her legs, turns over at you with blue eyes and womanly scent. her legs tight around your waste and thighs, and suddenly you are fucking this bitch like never before. she is beatifull as you come and go on her soft body. it doesn't seem of any interest to if she ever reaches the highest peak. it doesn't matter because when you come, she is right there to accept you. a midnight or wet summer dream, wake up, life sucks you again into the bottomless pit.
Al Nite Lang
uma suruba, corpos oleosos enroscados uns nos outros. soft music no ambient sound. discover your every needsssss... she opens her legs, turns over at you with blue eyes and womanly scent. her legs tight around your waste and thighs, and suddenly you are fucking this bitch like never before. she is beatifull as you come and go on her soft body. it doesn't seem of any interest to if she ever reaches the highest peak. it doesn't matter because when you come, she is right there to accept you. a midnight or wet summer dream, wake up, life sucks you again into the bottomless pit.
Al Nite Lang
7.5.04
o núcleo tem trabalhado seriamente nesta capital dos grandes negócios e acontecimentos. reuniões longas para tomada de decisões improváveis. geralmente relatos complexos apresentados. novas informações com grande potencial transformador. cabras num circo andam em corda bamba.
temo não conseguir acompanhar o teor de um importante encontro, ainda em planejamento. algo envolvendo experiências sacras, transcedência, guimarães rosa, música minimalista e beberagem de origem nacional.
alguém mais?
> bel
temo não conseguir acompanhar o teor de um importante encontro, ainda em planejamento. algo envolvendo experiências sacras, transcedência, guimarães rosa, música minimalista e beberagem de origem nacional.
alguém mais?
> bel
haver navios.
condição importante para a nova empreitada.
vendo assovios.
não compra quem só quer.
o problema, penso ser, falta de embalagem.
acondicionamento adequado. potes de iogurte podem servir.
e eu espero uma idéia melhor.
grana não tenho, comprar navios.
fica o consolo de não carregar a âncora.
VENDO ASSOVIOS
6.5.04
5.5.04
A querida postou uma flor murchada pelo messenger.
Olhei aquilo, sem poder levar apenas a flor para a lixeira:
a janela toda iria junto e, com ela, a querida.
De nada adiantaria uma lágrima num smile ou outro ícone qualquer.
Antes que eu pudesse teclar qualquer coisa, ela fechou o chat.
Eu a renomeei com o nome de outra.
Quando ela reconectou, tudo era, outra vez, novo e fresco.
Hermano Daliatenio
Olhei aquilo, sem poder levar apenas a flor para a lixeira:
a janela toda iria junto e, com ela, a querida.
De nada adiantaria uma lágrima num smile ou outro ícone qualquer.
Antes que eu pudesse teclar qualquer coisa, ela fechou o chat.
Eu a renomeei com o nome de outra.
Quando ela reconectou, tudo era, outra vez, novo e fresco.
Hermano Daliatenio
hoje, contra o fortaleza, renasceremos das cinzas. em matéria de renascimento, temos História.
campeão paulista de 1977, após mais de 20 anos sem título
em pé: Zé Maria, Tobias, Moisés, Ruço, Ademir e Wladimir (não o Cazé)
agachados: Vaguinho, Basílio (autor do chorado gol histórico), Geraldão, Luciano e Romeu.
campeão paulista de 1977, após mais de 20 anos sem título
em pé: Zé Maria, Tobias, Moisés, Ruço, Ademir e Wladimir (não o Cazé)
agachados: Vaguinho, Basílio (autor do chorado gol histórico), Geraldão, Luciano e Romeu.
sempre achei que tarantino melhora a cada filme. 1 cães de aluguel 2. pulp fiction 3. jackie brown.
achei que seria difícil pro cara fazer algo mais bem feito e redondo que jackie brown, por isso, fui ver o kill bill sem muita expectativa. felizmente, me enganei. o filme é lindo, engraçado, mitológico. samurais, lutas marciais, intrigas e muito sangue. caricatural. cenas extremamente violentas com uma trilha lírica japonesa em contraponto. no meio do filme, um anime, e depois, filme de novo. as mulheres comandam. quase todos os personagens, fêmeas. trecho na califórnia, trecho no texas, oquináua, tóquio. personagens incríveis. fotografia perfeita (faz a fotografia de sala de espera de dentista do chato e breguíssimo dolls parecer coisa de criança).
recomendo.
fábio bullarovich
achei que seria difícil pro cara fazer algo mais bem feito e redondo que jackie brown, por isso, fui ver o kill bill sem muita expectativa. felizmente, me enganei. o filme é lindo, engraçado, mitológico. samurais, lutas marciais, intrigas e muito sangue. caricatural. cenas extremamente violentas com uma trilha lírica japonesa em contraponto. no meio do filme, um anime, e depois, filme de novo. as mulheres comandam. quase todos os personagens, fêmeas. trecho na califórnia, trecho no texas, oquináua, tóquio. personagens incríveis. fotografia perfeita (faz a fotografia de sala de espera de dentista do chato e breguíssimo dolls parecer coisa de criança).
recomendo.
fábio bullarovich
Está quase pronto o folheto onde se lê:
poema: wladimir cazé
ilustração: Diogo Kalil
Canto quinto para a Vila de Madalena
ora viva madalena
geração de benedito
mourato, muito importante
teodoro história tem
salve ê, casa do norte
simão e gago exemplos são
fortaleza night club
baita largo de batata
na pedroso pesada
na praça da fnac
prédio de tomie ohtake
das quebrada' de pinheiros
cardeal é imortal
calvário, centro antiquário
linha quatro, futura amarela
meu prodígio de fradique
é aqui que você fica
mora no beco-escola
na boa na rua lisboa
olha, garota-garoa
tu merece partitura
é harmonia segura
ó, fidalga formidável
férias, dinheiro
divirta-se
poema: wladimir cazé
ilustração: Diogo Kalil
Canto quinto para a Vila de Madalena
ora viva madalena
geração de benedito
mourato, muito importante
teodoro história tem
salve ê, casa do norte
simão e gago exemplos são
fortaleza night club
baita largo de batata
na pedroso pesada
na praça da fnac
prédio de tomie ohtake
das quebrada' de pinheiros
cardeal é imortal
calvário, centro antiquário
linha quatro, futura amarela
meu prodígio de fradique
é aqui que você fica
mora no beco-escola
na boa na rua lisboa
olha, garota-garoa
tu merece partitura
é harmonia segura
ó, fidalga formidável
férias, dinheiro
divirta-se
4.5.04
WHEN MASTURBATION LOST THE FUN
A memória de dias mais felizes me persegue enquanto sento numa lanchonete multinacional. Meu sanduíche americanizado tem gosto de bombardeio. Eu sou o CEO da minha própria vida e mordo a massa macia da carne e do pão. Vou caminhando. É só isso que tenho feito. Os dias claros e as noites frias, batalhas sangrentas em lugares remotos. Tento viver os eventos distantes como se estivessem encarcerados na minha imaginação. Tenho vivido assim há um tempo, longe de encontrar a verdadeira felicidade, longe de onde acho que ela está. Só hoje consegui entender a verdade, enquanto tramava o levante de pensamentos. Algo instintivo, intestinal, me levou a empunhar esta arma, agora, apontada para a cabeça do meu editor. Ele tem filhos, sim, eu nunca os tive. Explosão seca de metal incandescente. Uma negra sorri para mim. Eu também te amo, respondo.
aL nITE lANG
A memória de dias mais felizes me persegue enquanto sento numa lanchonete multinacional. Meu sanduíche americanizado tem gosto de bombardeio. Eu sou o CEO da minha própria vida e mordo a massa macia da carne e do pão. Vou caminhando. É só isso que tenho feito. Os dias claros e as noites frias, batalhas sangrentas em lugares remotos. Tento viver os eventos distantes como se estivessem encarcerados na minha imaginação. Tenho vivido assim há um tempo, longe de encontrar a verdadeira felicidade, longe de onde acho que ela está. Só hoje consegui entender a verdade, enquanto tramava o levante de pensamentos. Algo instintivo, intestinal, me levou a empunhar esta arma, agora, apontada para a cabeça do meu editor. Ele tem filhos, sim, eu nunca os tive. Explosão seca de metal incandescente. Uma negra sorri para mim. Eu também te amo, respondo.
aL nITE lANG
3.5.04
2.5.04
SEXO NÉON
>search [ LiquidBaby ] / Silicon
Dream / Japan© Com
O gozo de um megaton!
>>slut OL / run Trom
LiquidBaby> Saudações *.san.
Qual seu desejo? [translate]
Essa é mais velha q o Fortran!
> Desliga o Aut. Vamos ao combate,
BabyLady. Load me in...
Plot o rubro ciberema.
LiquidBaby> You chose the main.
>>icon sex proceed
Espasmos no sistema.
LiquidBaby>$200 credits loaded
nuntius
2000
>search [ LiquidBaby ] / Silicon
Dream / Japan© Com
O gozo de um megaton!
>>slut OL / run Trom
LiquidBaby> Saudações *.san.
Qual seu desejo? [translate]
Essa é mais velha q o Fortran!
> Desliga o Aut. Vamos ao combate,
BabyLady. Load me in...
Plot o rubro ciberema.
LiquidBaby> You chose the main.
>>icon sex proceed
Espasmos no sistema.
LiquidBaby>$200 credits loaded
nuntius
2000
1.5.04
A INCORPORAÇÃO DO MEDO
Observamos
não apenas o medo,
incorporado aos prédios
que nos abrigam.
Analisamos,
em cada passo,
as reentrâncias
do seu sistema nervoso.
Avistamos, os dois,
O enorme vácuo
(talvez houvesse um fruto
atrás da ponte).
Porém seguimos,
abandonados e medrosos,
sobre a cidade frígida.
Com medo,
compramos caos e presentes,
entregues ao seu destino.
Passeamos em velhos pátios,
trilhos desativados,
casarões e bondes
que não mais circulam.
A cidade cresce de modo vago,
como as dívidas que se arrastam
no ritmo da respiração.
Faísca.
Nem mais nem menos
no relógio da torre.
Meia-noite.
Então, sabendo-me nulo
e não sentindo nada,
torno à casa
no fundo dos olhos.
André Setti
COMENTEM! andre.7@uol.com.br / Assunto: incorporação do medo
Observamos
não apenas o medo,
incorporado aos prédios
que nos abrigam.
Analisamos,
em cada passo,
as reentrâncias
do seu sistema nervoso.
Avistamos, os dois,
O enorme vácuo
(talvez houvesse um fruto
atrás da ponte).
Porém seguimos,
abandonados e medrosos,
sobre a cidade frígida.
Com medo,
compramos caos e presentes,
entregues ao seu destino.
Passeamos em velhos pátios,
trilhos desativados,
casarões e bondes
que não mais circulam.
A cidade cresce de modo vago,
como as dívidas que se arrastam
no ritmo da respiração.
Faísca.
Nem mais nem menos
no relógio da torre.
Meia-noite.
Então, sabendo-me nulo
e não sentindo nada,
torno à casa
no fundo dos olhos.
André Setti
COMENTEM! andre.7@uol.com.br / Assunto: incorporação do medo
30.4.04
hoje alcancei um estágio importante no meu processo de aculturação em São Paulo.
estava escrevendo um e-mail pra chefia solicitando autorização pra me ausentar do Aeroporto por algumas horas, mode ir num cartório transferir meu título de eleitor... e no meio da escrita... rolou um "vou estar precisando sair"...
4 verbos seguidos!
tô muito feliz por ter conquistado isso.
abraços.
wc
estava escrevendo um e-mail pra chefia solicitando autorização pra me ausentar do Aeroporto por algumas horas, mode ir num cartório transferir meu título de eleitor... e no meio da escrita... rolou um "vou estar precisando sair"...
4 verbos seguidos!
tô muito feliz por ter conquistado isso.
abraços.
wc
27.4.04
26.4.04
24.4.04
Portisheading
Tire essas coisas da minha mão!
Não estou te escoltando. Eu não te
amo. Jamais te quis. Você é uma nuvem
inexplorada de vácuo e histórias, um conjunto
de referências e relações sociais. Suas púpilas
não tem vida, as minhas já morreram, a poluição
nos circunda, escapamentos e gás carbônico
versus bucolismo (campos verdes e rios límpidos).
Nossos pequenos monstros nos acordam
de manhã. Você está num campo verde,
cheio de vegetais bem maduros. Uma colher
de temperos se aproxima da sua boca. Ela sussura nos
seus lábios vozes de caldo de sururu, subitamente,
é um grande banquete de tristeza e auto destruição.
E você é o prato principal.
AL NITE LANG
Tire essas coisas da minha mão!
Não estou te escoltando. Eu não te
amo. Jamais te quis. Você é uma nuvem
inexplorada de vácuo e histórias, um conjunto
de referências e relações sociais. Suas púpilas
não tem vida, as minhas já morreram, a poluição
nos circunda, escapamentos e gás carbônico
versus bucolismo (campos verdes e rios límpidos).
Nossos pequenos monstros nos acordam
de manhã. Você está num campo verde,
cheio de vegetais bem maduros. Uma colher
de temperos se aproxima da sua boca. Ela sussura nos
seus lábios vozes de caldo de sururu, subitamente,
é um grande banquete de tristeza e auto destruição.
E você é o prato principal.
AL NITE LANG
23.4.04
e sempre novas tentativas de se descrever o q se observa:
diferentemente :
"Quando foi realizado o teste de comparações múltiplas da união-intersecção de Roy para os três períodos, pôde-se notar que não houve diferença entre as médias das linhas para as características NO40 e PO36, NO52 e PO44 e IPO, NOT e PMO (período total)."
19.4.04
Canto quarto
Recrudesce o telefone, propiciando recreio:
- “╒ ╝
╒ ── ╝
╒ ── ── ╝
╒ ── ── ── ╝
╒ ── ── ── ╝
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condicionando o ecossistema:
- “╒ ── ── ── ╝
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╒ ── ── ── ╝!”;
exultamos alacremente:
- “ ╒ ═ ╝!...”
Recrudesce o telefone, propiciando recreio:
- “╒ ╝
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condicionando o ecossistema:
- “╒ ── ── ── ╝
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╒ ── ── ── ╝!”;
exultamos alacremente:
- “ ╒ ═ ╝!...”
18.4.04
17.4.04
DRUMS AND TUNES - FINAL
ANTES
Escuro & limpo. Pati pluft. Eu eu enlaçado.
Há uma bola de vento no cerne do labirinto. No centro da bola, um quebra-cabeça. Figura central? O antes.
PIRÂMIDE & BRAÇO
No deserto dos vidros sou pirâmide. Airea, Cal, scléuo pó. Pirâmide e remo nos braços.
Juice gástrico, a(c?r)idez, espasmo. Biting quase o antes.
ANTES
Estrela lua lzeus. Noite antes no estômago. Nbelnia.
NELBINA.
PRDEA. PDREA. PEDRA.
Terrivelmente claro. FALUISCAME. O antes não ocupa espaço, sua gruta passeia comigo. Mármore tempo / hálito corpo. Poderia ser fatal, but we dance a valsa da noite; semovente prossegue, vagueia no tempo do mundo.
Colisão?
André Setti
Comentem!
andre.7@uol.com.br / Assunto: ANTES
ANTES
Escuro & limpo. Pati pluft. Eu eu enlaçado.
Há uma bola de vento no cerne do labirinto. No centro da bola, um quebra-cabeça. Figura central? O antes.
PIRÂMIDE & BRAÇO
No deserto dos vidros sou pirâmide. Airea, Cal, scléuo pó. Pirâmide e remo nos braços.
Juice gástrico, a(c?r)idez, espasmo. Biting quase o antes.
ANTES
Estrela lua lzeus. Noite antes no estômago. Nbelnia.
NELBINA.
PRDEA. PDREA. PEDRA.
Terrivelmente claro. FALUISCAME. O antes não ocupa espaço, sua gruta passeia comigo. Mármore tempo / hálito corpo. Poderia ser fatal, but we dance a valsa da noite; semovente prossegue, vagueia no tempo do mundo.
Colisão?
André Setti
Comentem!
andre.7@uol.com.br / Assunto: ANTES
cadê fábio? cadê wlad, cadê?
estou aqui inteiro depois de uma noite e muita cerveja
fazia tempo que não era tanta cerveja
bom, aqui a gente não tem cara mesmo
ainda bem, ainda bem mesmo
senão aquele gosto ruim na boca aquele "se não"
pra dizer, aquela dor de cabeça, aquele
mal-estar de estômago
talvez, felipe, um amigo tenha razão
"seria bom se vc ficasse mais tempo sem beber"
sem beber não dá pra aguentar umas coisas
as coisas são assim: a gente cresce, emburrece
emburrece mais um pouco; aquilo que chamam
amadurece e cai, vai caindo de podre
primeiro o corpo, depois as idéias vão caindo na lassidão
das hipocrisias
então é melhor sentarmos num bar pra tomar mais
uns copos
estou aqui inteiro depois de uma noite e muita cerveja
fazia tempo que não era tanta cerveja
bom, aqui a gente não tem cara mesmo
ainda bem, ainda bem mesmo
senão aquele gosto ruim na boca aquele "se não"
pra dizer, aquela dor de cabeça, aquele
mal-estar de estômago
talvez, felipe, um amigo tenha razão
"seria bom se vc ficasse mais tempo sem beber"
sem beber não dá pra aguentar umas coisas
as coisas são assim: a gente cresce, emburrece
emburrece mais um pouco; aquilo que chamam
amadurece e cai, vai caindo de podre
primeiro o corpo, depois as idéias vão caindo na lassidão
das hipocrisias
então é melhor sentarmos num bar pra tomar mais
uns copos
16.4.04
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intensos debates surgiram a respeito do domínio bofe em certas
esferas de convívio.
acusações voavam. até entre os amigos mais íntimos.
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em alguns momentos, houve certa tensão.
o tema extrapolou para círculos mais amplos. o resultado foi muito bom. diálogos ricos. e idéias interessantes.
mas nada pra se levar muito a sério. diversão foi o objetivo maior. exercício de desconstrutivismo para alimentar rodas de risadas.
detalhes disponíveis na rede. e nesse outro tema que surgiu como fruto.
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
a moldura singela e bucólica, no início do post, é só um contraponto pro domínio bofe...
15.4.04
13.4.04
paciência
não sei que porra é essa, somente horas depois o texto foi pro ar
vamos ver quanto tempo leva pra ele voltar
agora, sim
vamos lá
pois é,
alô, alô
"sino más"
estou aqui brincando de pião e fingindo desenhista que sei não ser
coisas bobas essas...
mesmoassimestamosvivosetrepamoseoutrascoisasmaisentreelas
escrevemosvemosvimosvamosvamospraumaesquinatomarcerveja
amanhãtemolançamentodoevandronalivrariaboavistaapartirdas19h
vouestarlávejamseépossívelseriabomsefossemabraçoprimodovladi
mirabraçofábioapareçaseupiiiiiiiascoisassãoassimhojeveamanhãonão
veenfimascoisassãoassimprazersettisetieraumnomefamiliardessesde
ocultismohãsetialgumacoisamitologiaegípiciaoquepegaedobraedesdo
brahorusouosirisemdozepartesachoqueéalgumacoisassimabraço
não sei que porra é essa, somente horas depois o texto foi pro ar
vamos ver quanto tempo leva pra ele voltar
agora, sim
vamos lá
pois é,
alô, alô
"sino más"
estou aqui brincando de pião e fingindo desenhista que sei não ser
coisas bobas essas...
mesmoassimestamosvivosetrepamoseoutrascoisasmaisentreelas
escrevemosvemosvimosvamosvamospraumaesquinatomarcerveja
amanhãtemolançamentodoevandronalivrariaboavistaapartirdas19h
vouestarlávejamseépossívelseriabomsefossemabraçoprimodovladi
mirabraçofábioapareçaseupiiiiiiiascoisassãoassimhojeveamanhãonão
veenfimascoisassãoassimprazersettisetieraumnomefamiliardessesde
ocultismohãsetialgumacoisamitologiaegípiciaoquepegaedobraedesdo
brahorusouosirisemdozepartesachoqueéalgumacoisassimabraço
12.4.04
tomemos por ecos palavras cruzadas. exploremos umas mulheres. e levantemos às vistas uma luzinha renitente de abajur.
o que fica?
um suicida contemporâneo com ares de fins de xviii sem termos no colete.
um beat hoje em dia é um homem que espera por uma guerra com nostalgia de uma vida por viver.
pode ser sim tudo verdade ou simplesmente um bobagem.
mas se escrevemos, esperamos mais até de nós, uma vez que o que escrevemos é melhor que nós.
um rosto, uma barata, uma tampa de garrafa
podem ser o cotidiano. um texto
é como um corpo de mulher,
dá mto prazer. há que se percorrê-lo.
que ir que voltar que ir
sem querer se matar tediosamente
às primeiras dificuldades do ir e vir.
olha a boca da mulher como um obejto de arte?
não, né? dá tesão. que outras partes? tantas.
um corpo é um texto positivo. um texto é o que está ali.
põe teu corpo por aí. e o som vem. o rumor está-aí.
nada sobra dessa estupidez que digo,
o que vale mesmo
é trepar
mais que se matar com pipoca
o que fica?
um suicida contemporâneo com ares de fins de xviii sem termos no colete.
um beat hoje em dia é um homem que espera por uma guerra com nostalgia de uma vida por viver.
pode ser sim tudo verdade ou simplesmente um bobagem.
mas se escrevemos, esperamos mais até de nós, uma vez que o que escrevemos é melhor que nós.
um rosto, uma barata, uma tampa de garrafa
podem ser o cotidiano. um texto
é como um corpo de mulher,
dá mto prazer. há que se percorrê-lo.
que ir que voltar que ir
sem querer se matar tediosamente
às primeiras dificuldades do ir e vir.
olha a boca da mulher como um obejto de arte?
não, né? dá tesão. que outras partes? tantas.
um corpo é um texto positivo. um texto é o que está ali.
põe teu corpo por aí. e o som vem. o rumor está-aí.
nada sobra dessa estupidez que digo,
o que vale mesmo
é trepar
mais que se matar com pipoca
11.4.04
7.4.04
5.4.04
ao autor do post anônimo abaixo (cujas data e primeiras palavras são "5.4.04" e ":::::::::::::::::::::::::::::::::::"), venho por meio desta externar meu elevado apreço pela excelência artística de seu texto, dotado de uma poliritmia admirável, sustentada por uma riqueza de timbres heteróclitos que se sobrepõem concomitantemente em camadas de vigor e dissonância, anunciando nova e estimulante vertente em minhas pesquisas literárias.
(wc)
(wc)
e, devagarinho, nós vamos chegando.
já descobrimos quase todas as esquinas.
o próximo plano: descobrir as q nos faltam.
em cada novo lugar, o ideal é chegar já dando risada. gargalhadas.
de resto, é fazer o q se nos aparece no momento.
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já descobrimos quase todas as esquinas.
o próximo plano: descobrir as q nos faltam.
em cada novo lugar, o ideal é chegar já dando risada. gargalhadas.
de resto, é fazer o q se nos aparece no momento.
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o o o o o o o o o o o
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.....o ritmo de rígidas regras.....
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iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
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num toca na rádio>>>>>>>>
<<<<<<<_pq num faz dançar
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num toca na rádio>>>>>>>>
<<<<<<<_pq num faz dançar
Entre as extenuantes atribuições do serviço aeroportuário e estudos pré-socráticos na Zona Leste, Mestre Oda (recém-transferido de Cocaia para Otakulândia), encontra tempo para criar poemas honestos e originais, como esta obra-prima:
felotonia
fetolonia
tofelenia
tefolonia
telofenia
telenofia
telonefia
telefonia
felotonia
fetolonia
tofelenia
tefolonia
telofenia
telenofia
telonefia
telefonia
DRUMS AND TUNES - WORK IN PROGESS - CAP 2
JLNEAA/VISOR
Tapo vulções mundo. Brahms noite tempero. Nós rede licor carne. Pati, lidna! TEMOA!
Exultante, a fúria das vagas roça menino mesa nuvem.
ReevBerram JYCOE, JMEAS. Denso vivo mato.
Montanha ernte trincheiras. Meus netos inventaram o fogo.
Eu curso barco madeira raiz terra antes.
André Setti
Agradeço os comentários recebidos!!! Insaciável, peço mais, sempre mais...
Comente!!! Critique!!! Assunto: Work in Progress (pra eu não achar que é vírus).
Mail: andre.7@uol.com.br
JLNEAA/VISOR
Tapo vulções mundo. Brahms noite tempero. Nós rede licor carne. Pati, lidna! TEMOA!
Exultante, a fúria das vagas roça menino mesa nuvem.
ReevBerram JYCOE, JMEAS. Denso vivo mato.
Montanha ernte trincheiras. Meus netos inventaram o fogo.
Eu curso barco madeira raiz terra antes.
André Setti
Agradeço os comentários recebidos!!! Insaciável, peço mais, sempre mais...
Comente!!! Critique!!! Assunto: Work in Progress (pra eu não achar que é vírus).
Mail: andre.7@uol.com.br
3.4.04
Drums and Tunes - Work In Progress
Meu reino é não Borges pronombres enlazados. Cuidado: você adentra SUBSJETIVOS. Louco não acho você estranho. Garanto não mas. Pular vamos introdução.
2 – Omitimos.
3 – Vertemos-in.
1 – Somos caretas e não sabemos substantivos.
Logo penso desisto. Uma mocinha passeando no lago, menta de Beethoven valsando linear. Furitmo. All at all sense no. CAP 2 Bréviem.
André Setti
Caros Leitores:
Necessito urgentemente de comentários. Estou inseguro com relação a este texto. Pretendo continuá-lo, mas não sei se tá imbecil, obscuro demais ou sei lá o quê. Peço críticas, comentários, sugestões. Favor colocar no assunto: Work In Progress
Agradeço!
Comente: andre.7@uol.com.br
PS- Grande abraço, Caco.
Meu reino é não Borges pronombres enlazados. Cuidado: você adentra SUBSJETIVOS. Louco não acho você estranho. Garanto não mas. Pular vamos introdução.
2 – Omitimos.
3 – Vertemos-in.
1 – Somos caretas e não sabemos substantivos.
Logo penso desisto. Uma mocinha passeando no lago, menta de Beethoven valsando linear. Furitmo. All at all sense no. CAP 2 Bréviem.
André Setti
Caros Leitores:
Necessito urgentemente de comentários. Estou inseguro com relação a este texto. Pretendo continuá-lo, mas não sei se tá imbecil, obscuro demais ou sei lá o quê. Peço críticas, comentários, sugestões. Favor colocar no assunto: Work In Progress
Agradeço!
Comente: andre.7@uol.com.br
PS- Grande abraço, Caco.
2.4.04
vicunha, na esteira do sr. paulo bullar, é um animal antiquíssimo, esquisitíssimo. bem como o escritor, uma figura alta, de perfil longelíneo e inteligência arguta, quase um raptor (dinossauro). outrossim, vicunha é, antes, um mamífero ruminante, oriundo dos andes, do equador à bolívia, de pelame marrom-claro, esbranquiçada no ventre. social, vive em pequenos bandos, e produz lã finíssima, segundo o dicionário. ao nascer, o autor, paulo bullar, nasceu aos 18 anos, em estado de livro...dizendo coisas curiosíssimas, quase apalavradas na "pexera". nem um, nem outro, num dia frio de madrugada, encontraram o outro; ambos, no entanto, poderiam se inventar em momento insólito de suas sínicas (assim mesmo) existências - uma hora dessas ainda encontro os dois no bar tomando cerveja, (um) em carne (o outro) em papel
De: "cacobelmonte"
Para: palavrascruzadas2003@yahoo.com.br
Redentora
Paulo Dutra de Carvalho foi convidado para uma solenidade alusiva aos quarenta anos do golpe. Teria refutado, em outra situação, caso seu nome não estivesse sendo cogitado para concorrer à prefeitura. Naquela época usava um codinome, como todo mundo. Freqüentou cursos de guerrilha, assaltou bancos, trocou tiros no meio da rua e por muito pouco não conseguiu fugir para o Uruguai. Foi apanhado na estrada, a caminho do Chuí. O restante do grupo nem chegou a sair de Porto Alegre. Houve uma batida no aparelho.
Foi interrogado no segundo andar do Palácio da Polícia, durante trinta e seis horas ininterruptas. Seviciado. Humilhado. Nunca contou, ninguém jamais soube. Depois de solto viajou para o interior, ficou escondido alguns meses, cruzou a fronteira e conseguiu embarcar para a Europa, de onde retornou com os outros exilados, quando houve a anistia. No degredo, durante longos anos, permaneceu ingógnito e temeroso. Jamais conseguiu esquecer os momentos de pânico vividos no interior daquela masmorra, na esquina das avenidas Ipiranga e João Pessoa. Lá dentro, guardado numa cela escura, podia ouvir o grito lancinante dos outros presos.
Socos. Pontapés. Sopapos no ouvido. Pau-de-arara. Maricota. Choques no saco. Afogamento. Dedos quebrados. Lembrou de tudo isso naquele dia, durante a cerimônia. Quarenta anos do golpe. Reportagens especiais, depoimentos emocionados. Não conseguiu segurar as lágrimas. A televisão filmou, os jornais fotografaram e os repórteres de rádio fizeram uma descrição detalhada, em voz baixa e solene. Roberto, Zé Flávio, Marina, Luciano, Angela, José Carlos, Antonio, Agenor, Cecilia, Mario e Luiz Antonio. Poderiam estar vivos, se não os tivesse delatado.
Para: palavrascruzadas2003@yahoo.com.br
Redentora
Paulo Dutra de Carvalho foi convidado para uma solenidade alusiva aos quarenta anos do golpe. Teria refutado, em outra situação, caso seu nome não estivesse sendo cogitado para concorrer à prefeitura. Naquela época usava um codinome, como todo mundo. Freqüentou cursos de guerrilha, assaltou bancos, trocou tiros no meio da rua e por muito pouco não conseguiu fugir para o Uruguai. Foi apanhado na estrada, a caminho do Chuí. O restante do grupo nem chegou a sair de Porto Alegre. Houve uma batida no aparelho.
Foi interrogado no segundo andar do Palácio da Polícia, durante trinta e seis horas ininterruptas. Seviciado. Humilhado. Nunca contou, ninguém jamais soube. Depois de solto viajou para o interior, ficou escondido alguns meses, cruzou a fronteira e conseguiu embarcar para a Europa, de onde retornou com os outros exilados, quando houve a anistia. No degredo, durante longos anos, permaneceu ingógnito e temeroso. Jamais conseguiu esquecer os momentos de pânico vividos no interior daquela masmorra, na esquina das avenidas Ipiranga e João Pessoa. Lá dentro, guardado numa cela escura, podia ouvir o grito lancinante dos outros presos.
Socos. Pontapés. Sopapos no ouvido. Pau-de-arara. Maricota. Choques no saco. Afogamento. Dedos quebrados. Lembrou de tudo isso naquele dia, durante a cerimônia. Quarenta anos do golpe. Reportagens especiais, depoimentos emocionados. Não conseguiu segurar as lágrimas. A televisão filmou, os jornais fotografaram e os repórteres de rádio fizeram uma descrição detalhada, em voz baixa e solene. Roberto, Zé Flávio, Marina, Luciano, Angela, José Carlos, Antonio, Agenor, Cecilia, Mario e Luiz Antonio. Poderiam estar vivos, se não os tivesse delatado.
Caros AmigoS,
1. obrigado pelo convite
2. àqueles que não me conhecem, prazer, andré
3. fábio, sai da toca, cara
NAR/CISO
à beira d'água
ela tirou as sandálias com o mesmo cuidado
que havia posto o menino sobre a pedra
nua, descansou dez minuto até entrar na água
quando voltou o menino não estava mais
ela sorriu placidamente
o menino fez o mesmo sob a água
1. obrigado pelo convite
2. àqueles que não me conhecem, prazer, andré
3. fábio, sai da toca, cara
NAR/CISO
à beira d'água
ela tirou as sandálias com o mesmo cuidado
que havia posto o menino sobre a pedra
nua, descansou dez minuto até entrar na água
quando voltou o menino não estava mais
ela sorriu placidamente
o menino fez o mesmo sob a água
### bom saber q as mensagens continuam chegando##
Mas assim como bel???
Esse link aqui eh o link dos meninos???
eu perdi... queria ler e colocalos no FTF///
.............'s
:::::::::: cae? c
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Mas assim como bel???
Esse link aqui eh o link dos meninos???
eu perdi... queria ler e colocalos no FTF///
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30.3.04
BUCÉFALO
Olhei para aquela Homem. Queria rasgar suas entranha.s Olhei para aquela mulher Queria beijar suas coxas. Meu dia começou muito mal. Virava o rosto de um lado pro outro, sentia falta de ar, dores no corpo. Tentei dormir feliz e não consegui. Então entrei nas brumas do sonho. Corria nu por uma rua de pedra portuguesa, até que uma voz familiar me acordou.
O telefone tocara para mim. Atendi, com a voz rouca. O Chefe me queria, já, urgentemente! Fiquei pensando se ele refletia sobre o poder que detinha, enquanto o sol no ônibus esquentava meu rosto.
Quando cheguei, fiz o caminho familiar até sua sala.
Foi tudo muito rápido, como da outra vez (2003), quando em menos de cinco minutos eu me tornara um trabalhador daquela instituição. Foi rápido demais, foi um daqueles momentos difíceis de entender na vida da gente. Sentei na cadeira, cumprimentei os amistosos. A vida é louca mesmo, pensei, quando Mídia me dava um abraço.
Al Nite Lang
Olhei para aquela Homem. Queria rasgar suas entranha.s Olhei para aquela mulher Queria beijar suas coxas. Meu dia começou muito mal. Virava o rosto de um lado pro outro, sentia falta de ar, dores no corpo. Tentei dormir feliz e não consegui. Então entrei nas brumas do sonho. Corria nu por uma rua de pedra portuguesa, até que uma voz familiar me acordou.
O telefone tocara para mim. Atendi, com a voz rouca. O Chefe me queria, já, urgentemente! Fiquei pensando se ele refletia sobre o poder que detinha, enquanto o sol no ônibus esquentava meu rosto.
Quando cheguei, fiz o caminho familiar até sua sala.
Foi tudo muito rápido, como da outra vez (2003), quando em menos de cinco minutos eu me tornara um trabalhador daquela instituição. Foi rápido demais, foi um daqueles momentos difíceis de entender na vida da gente. Sentei na cadeira, cumprimentei os amistosos. A vida é louca mesmo, pensei, quando Mídia me dava um abraço.
Al Nite Lang
29.3.04
ESPETÁCULO
Dezembro é o melhor mês. Em sete dias, já é o quarto prédio. Esse é alto. Ela tá no décimo. A rua não é muito própria.
Apenas oito pessoas em volta. Na casa dos 40, a moça. Relutante... parece pouco desesperada, ou lindamente dissimula.
O cara diz que ela tá em dúvida, provavelmente quer fazer um charme. Discordo. Não tenho presa; o problema são os bombeiros. Nada é perfeito nessa vida.
Analiso as gotas de suor de seus pés, fotografo o furacão em seus olhos. Mulher especial, esta. Dá de dez na da semana passada.
Mergulho excelente. Vôo... razoável (falhas de execução técnica). Bonito o Picasso de suas tripas nesse asfalto impróprio, a plasticidade de seu exercício de solo.
Valeu a pena, mas o de ontem foi muito melhor.
André Setti
Dezembro é o melhor mês. Em sete dias, já é o quarto prédio. Esse é alto. Ela tá no décimo. A rua não é muito própria.
Apenas oito pessoas em volta. Na casa dos 40, a moça. Relutante... parece pouco desesperada, ou lindamente dissimula.
O cara diz que ela tá em dúvida, provavelmente quer fazer um charme. Discordo. Não tenho presa; o problema são os bombeiros. Nada é perfeito nessa vida.
Analiso as gotas de suor de seus pés, fotografo o furacão em seus olhos. Mulher especial, esta. Dá de dez na da semana passada.
Mergulho excelente. Vôo... razoável (falhas de execução técnica). Bonito o Picasso de suas tripas nesse asfalto impróprio, a plasticidade de seu exercício de solo.
Valeu a pena, mas o de ontem foi muito melhor.
André Setti
O MACHO
As mulheres da minha vida sempre me fuderam. A começar pela babá, que era sádica e enfiava um consolo de plástico no meu cu, quando eu tinha um ano. Depois, a primeira namorada. Gostava de fuder. Me dominou e me largou. Fiquei igual a uma besta, correndo atrás dela. Ela se divertia com meu sofrimento, tentava botar ciúme em mim. Passei o resto da adolescência sozinho, sofrendo. Aos vinte, a primeira namorada séria. Ia pra casa dela, a gente ficava conversando, dando beijo na boca, pegava no peitinho dela. Um dia ela me deixou pegar na buceta. Era uma buceta linda, de pelos claros, rosada.
Casamos. Eu me formara em engenharia e tinha um bom emprego, obras públicas. Tivemos um filho, Róbson. Um ano depois, uma filha, Marina. O casamento virou um inferno. Minha esposa engordou, ficou com a auto estima baixa. Dizia que eu não comia ela. Ela é que não sentia tesão. Arranjou um amante. Quando completamos cinco anos de casados, ela fodia todo dia com os amantes. Deixava as crianças sozinhas. Eu trabalhava. Até que um dia, cheguei em casa e encontrei o Róbson morto. Marina chorando, estavam brincando de empurrar um ao outro, ele caiu com a cabeça na quina da mesa. Meu filho, primogênito, lá, encravado na mesa de vidro que minha esposa tinha comprado numa loja de decoração caríssima. Não tinha mais clima pra continuar, nos separamos.
Fiquei solteiro sete anos. Fodia algumas empregadinhas do prédio, colegas de escritório, mas não me ligava a ninguém. Até que apareceu a Dulce. Ela tinha uma padaria, era rica. Eu já tinha passado dos trinta e cinco. Estava no mesmo cargo há cinco anos. Olhava o escritório e sabia que não ia pra lugar nenhum: eu não era genial, não ia ficar rico. Ia trabalhar até os sessenta anos de idade e me aposentar, viver mais uns vinte, no máximo, morrer, ser esquecido.
A Dulce ia me sustentar. Fomos morar juntos, uma cobertura. Ela me deu um carro importado. Minha filha, a Marina, já estava crescida. Era uma coisa linda, parecia minha esposa quando a conheci. Ela levava a garota pra passar um fim de semana comigo, todo o mês. Ela era ótima, inteligente. Aí, um dia, a Dulce tinha saído, a menina apareceu de calcinha, sem camisa. Perguntou se eu podia ensaboar as costas dela. Fomos pro banheiro, ela tirou a calcinha. Cabelos castanhos clarinhos, bundinha firme, seios apontando. Uma penugem na buceta. Passei o sabonete nas costas dela, esfreguei, mas foi uma coisa paternal, mesmo. Fiquei excitado, um pouco, mas porra, ela era minha filha, e eu era humano. Uma coisa descontava a outra. Acabou o banho, ela foi pra casa. A Dulce chegou. Transamos gostoso, depois eu preparei um jantar pra ela, tinha aprendido a cozinhar na época que fiquei solteiro. Dormimos abraçados, felizes. No outro dia, a polícia veio me buscar. Minha ex-esposa estava com eles. Ela gritava "você abusou dela, você abusou dela". Fui preso. Como tinha diploma universitário, fiquei em cela especial. Dulce não veio me visitar, só os seus advogados caros. Ela estava me processando por danos morais. Olhei para o anel de um deles. Devia custar uns cinco mil doláres.
Fui condenado a sete anos. Na carceragem, quem prepara as refeições é uma equipe do presídio feminino, várias mulheres se revezam. A comida é horrível. Outro dia achei um pentelho. Pentelho mesmo, não aqueles cabelos do braço. Continuei comendo e fiquei pensando se a minha ex-esposa tinha mandado Marina agir daquele jeito. Espero que no julgamento da Dulce seja um juiz. Até por que eu não tenho dinheiro pra pagar um advogado, minha chefe me demitiu. A defensoria pública mandou uma estagiária. Olhos azuis, sétimo semestre de direito, uma idealista, quer direito criminal. Sou seu primeiro caso. Fudemos nos cantos escuros da prisão e vejo minha condenação sucumbir ao poder da buceta.
Patrick Brock, 00:05 19/09/01
As mulheres da minha vida sempre me fuderam. A começar pela babá, que era sádica e enfiava um consolo de plástico no meu cu, quando eu tinha um ano. Depois, a primeira namorada. Gostava de fuder. Me dominou e me largou. Fiquei igual a uma besta, correndo atrás dela. Ela se divertia com meu sofrimento, tentava botar ciúme em mim. Passei o resto da adolescência sozinho, sofrendo. Aos vinte, a primeira namorada séria. Ia pra casa dela, a gente ficava conversando, dando beijo na boca, pegava no peitinho dela. Um dia ela me deixou pegar na buceta. Era uma buceta linda, de pelos claros, rosada.
Casamos. Eu me formara em engenharia e tinha um bom emprego, obras públicas. Tivemos um filho, Róbson. Um ano depois, uma filha, Marina. O casamento virou um inferno. Minha esposa engordou, ficou com a auto estima baixa. Dizia que eu não comia ela. Ela é que não sentia tesão. Arranjou um amante. Quando completamos cinco anos de casados, ela fodia todo dia com os amantes. Deixava as crianças sozinhas. Eu trabalhava. Até que um dia, cheguei em casa e encontrei o Róbson morto. Marina chorando, estavam brincando de empurrar um ao outro, ele caiu com a cabeça na quina da mesa. Meu filho, primogênito, lá, encravado na mesa de vidro que minha esposa tinha comprado numa loja de decoração caríssima. Não tinha mais clima pra continuar, nos separamos.
Fiquei solteiro sete anos. Fodia algumas empregadinhas do prédio, colegas de escritório, mas não me ligava a ninguém. Até que apareceu a Dulce. Ela tinha uma padaria, era rica. Eu já tinha passado dos trinta e cinco. Estava no mesmo cargo há cinco anos. Olhava o escritório e sabia que não ia pra lugar nenhum: eu não era genial, não ia ficar rico. Ia trabalhar até os sessenta anos de idade e me aposentar, viver mais uns vinte, no máximo, morrer, ser esquecido.
A Dulce ia me sustentar. Fomos morar juntos, uma cobertura. Ela me deu um carro importado. Minha filha, a Marina, já estava crescida. Era uma coisa linda, parecia minha esposa quando a conheci. Ela levava a garota pra passar um fim de semana comigo, todo o mês. Ela era ótima, inteligente. Aí, um dia, a Dulce tinha saído, a menina apareceu de calcinha, sem camisa. Perguntou se eu podia ensaboar as costas dela. Fomos pro banheiro, ela tirou a calcinha. Cabelos castanhos clarinhos, bundinha firme, seios apontando. Uma penugem na buceta. Passei o sabonete nas costas dela, esfreguei, mas foi uma coisa paternal, mesmo. Fiquei excitado, um pouco, mas porra, ela era minha filha, e eu era humano. Uma coisa descontava a outra. Acabou o banho, ela foi pra casa. A Dulce chegou. Transamos gostoso, depois eu preparei um jantar pra ela, tinha aprendido a cozinhar na época que fiquei solteiro. Dormimos abraçados, felizes. No outro dia, a polícia veio me buscar. Minha ex-esposa estava com eles. Ela gritava "você abusou dela, você abusou dela". Fui preso. Como tinha diploma universitário, fiquei em cela especial. Dulce não veio me visitar, só os seus advogados caros. Ela estava me processando por danos morais. Olhei para o anel de um deles. Devia custar uns cinco mil doláres.
Fui condenado a sete anos. Na carceragem, quem prepara as refeições é uma equipe do presídio feminino, várias mulheres se revezam. A comida é horrível. Outro dia achei um pentelho. Pentelho mesmo, não aqueles cabelos do braço. Continuei comendo e fiquei pensando se a minha ex-esposa tinha mandado Marina agir daquele jeito. Espero que no julgamento da Dulce seja um juiz. Até por que eu não tenho dinheiro pra pagar um advogado, minha chefe me demitiu. A defensoria pública mandou uma estagiária. Olhos azuis, sétimo semestre de direito, uma idealista, quer direito criminal. Sou seu primeiro caso. Fudemos nos cantos escuros da prisão e vejo minha condenação sucumbir ao poder da buceta.
Patrick Brock, 00:05 19/09/01