26.3.10

Masters of War



Masters Of War
Come you masters of war
You that build all the guns
You that build the death planes
You that build the big bombs
You that hide behind walls
You that hide behind desks
I just want you to know
I can see through your masks
You that never done nothin’
But build to destroy
You play with my world
Like it’s your little toy
You put a gun in my hand
And you hide from my eyes
And you turn and run farther
When the fast bullets fly
Like Judas of old
You lie and deceive
A world war can be won
You want me to believe
But I see through your eyes
And I see through your brain
Like I see through the water
That runs down my drain
You fasten the triggers
For the others to fire
Then you set back and watch
When the death count gets higher
You hide in your mansion
As young people’s blood
Flows out of their bodies
And is buried in the mud
You’ve thrown the worst fear
That can ever be hurled
Fear to bring children
Into the world
For threatening my baby
Unborn and unnamed
You ain’t worth the blood
That runs in your veins
How much do I know
To talk out of turn
You might say that I’m young
You might say I’m unlearned
But there’s one thing I know
Though I’m younger than you
Even Jesus would never
Forgive what you do
Let me ask you one question
Is your money that good
Will it buy you forgiveness
Do you think that it could
I think you will find
When your death takes its toll
All the money you made
Will never buy back your soul
And I hope that you die
And your death’ll come soon
I will follow your casket
In the pale afternoon
And I’ll watch while you’re lowered
Down to your deathbed
And I’ll stand o’er your grave
’Til I’m sure that you’re dead

9.3.10

Caipirinha azeda



Escrevi um ano atrás que os EUA e o Brasil estavam em lua-de-mel, mas sem álcool. Agora parece que as núpcias enverederam para o divórcio. Lula serviu uma caipirinha azeda para os EUA: a posição brasileira sobre as sanções contra o Irã e as tarifas de importação impostas em retaliação a subsídios americanos ao algodão se juntam à lista de pequenos incêndios do governo de Barack Obama. E a própria Hillary é um deles. Seu desempenho como secretária de Estado, o cargo mais importante da política exterior de seu país, tem sido pífio. Fica no jogo de cena, emitindo declarações de “decepção” que já não carregam o mesmo peso atualmente.

Lula ignorar Hillary e abraçar Ahmadinejad talvez seja a maior prova de que o Brasil optou por seguir uma política exterior independente, ligeiramente alinhada aos desígnios do eixo de Hugo Chávez – embora venda caças com tecnologia americana para a Colômbia matar esquerdistas da Farc no Equador. E Lula, que foi preso pela ditadura brasileira, abraça um Ahmadinejad que preside um regime homicida e torturador que passou de teocracia islâmica para ditadura militar. São paradoxos demais.

O presidente Lula, sempre cândido, deu duas declarações importantes na terça-feira. Chamou a imprensa de subserviente por perguntar se iria tratar de determinados assuntos com Hillary. Da matéria do Estadão: “Vou recebê-la numa deferência ao Celso Amorim, que me pediu para recebê-la. A conversa é de ministro a ministro. Quando for o Obama eu converso com ele.' Deixa bem claro que o tempo fechou com os americanos, que não cedem na principal questão comercial entre os dois países: o subsídio americano ao álcool de milho e as tarifas de importação do álcool brasileiro. Só o milho já é subsidiado pelo governo americano, como é possível ver no documentário recente “Food, Inc.”.

Na mesma entrevista, durante a terceira visita ao canteiro de obras do caro complexo petroquímico que a Petrobras quer construir para produzir plásticos com o petróleo Marlim, Lula revela também que o interesse do seu projeto político é investir cada vez mais em rodovias. "Aqueles que acham que o pobre vai deixar de usar carro são os que usam carro", disse Lula para os aplausos da plateia. E tome ponte para Itaparica, ponte sobre o Parque de Pituaçu e mais carros, engarrafamentos e poluição. Enquanto isso a China interliga o país com trens de alta velocidade e até nos EUA renasce o interesse no transporte ferroviário. Impossível ignorar que a cadeia de produção dos automóveis gera milhares de empregos. Mas carro é um negócio que soa meio atrasado diante dos desafios futuros da escassez de recursos naturais e do aquecimento global. Sempre astuto, talvez Lula esteja mesmo de olho é na energia do átomo, como seu colega iraniano. Só que a Constituição do Brasil proíbe seu uso para fins bélicos. Será que Lula acredita mesmo que Ahmadinejad não quer a bomba? Essa é uma pergunta que os moradores de Caetité saberão muito bem responder.