28.1.05

Versos de Marcial (40-104)

A glória sempre chega tarde para as cinzas.



Bem fodida, cantava mal Neném.
Agora, sem beijo, canta bem.



Rebola tanto,
A sem vergonha,
Que leva à bronha
Até um santo




Não finge o pasmo, não se faz de chapado;
Quem pira além da piração não é pirado.


Transcrição: André







26.1.05

tirei o uniforme e vesti a camisa com o cheiro dela, fumaça cobrindo o cheiro

25.1.05

Corcovado



de Tom Jobim

Um cantinho e um violão
Este amor, uma canção
Pra fazer feliz a quem se ama

Muita calma pra pensar
E ter tempo pra sonhar
Da janela vê-se o Corcovado
O Redentor que lindo

Quero a vida sempre assim com você perto de mim
Até o apagar da velha chama

E eu que era triste
Descrente deste mundo
Ao encontrar você eu compreendi
O que é felicidade meu amor


24.1.05

Siribinha




Há um ano, eu chafurdei no nada. A vida era um limbo entre a grande herança e a morte tenebrosa. Se me entristecia pela perda, me alegrava pela segurança material. O resultado era um suflê estranho, de sabor amargo.

A 200km de Salvador há uma praia chamada Siribinha. As pessoas têm um aspecto lustroso, de peixe frito. As crianças brincam com cocos secos, as conchas são belas e renitentes. Milhas náuticas de praias salpicadas de azul e verde. Nos vemos novamente em meio a carangüejos.

Nada será como antes, meus caros. Em diferentes lugares do Brasil, estamos respirando ofegantes, após gozarmos felizes. É uma nova era, um ano redondo, o "ano do dinheiro" como gosta de gritar o Homem Gabiru quando o álcool substitui o sangue. Uma vida cheia de obviedades ou um texto terno, suave?

Do lado de fora há sol intenso, as baianas fritam os primeiros bolinhos de feijão fradinho, cheiro de sabonete e fumaça de óleo diesel no caminho do trabalho. Sou escravo, sim, mas amo, e tudo o mais vale a pena.

Al Nite Lang

21.1.05

hoje este blog completa 1 ano no ar. parabéns a todos os seus autores, exímios demencionistas.

14.1.05

O ÚLTIMO CEGO


A Herberto Helder


Dons ateiam-se,
Tateiam-se, afogados
Pelos crimes do medo,
Louvores se espalham
Na periferia das lareiras
Inventadas pelo sono.

Na gesto grave,
Os símbolos e os túneis
Que atravessamos feito lagos,
Sem remo, sem barco,
Apenas com os dons estrangulados
Do nosso engenho
Zunindo verde-tosco,
Eis o sonho em que me perco,
As vozes do silêncio
Zombam de mim, da paisagem,
Pirâmides, serafins
Bailam Vivaldi,
O juiz me pergunta das estrelas
E o último cego, comovido,
Lê as horas em meu corpo.

André Setti

12.1.05

Plágio

Sou um vira lata numa cidade arrogante, cheia de imigrantes tão confusos quanto eu. Estrangeiro em qualquer canto... luzes piscam em resposta.


Estas frases são plágios, mas todas as palavras são minhas.

Ass: ?

11.1.05

acreditem, é tudo verdade!

SACRIFÍCIOS

Do Totó por seu dono,
do dono de Totó por seu patrão,
do patrão pelo estado,
do estado por ninguém.


Toro, el mundo de mierda sabe que nadie és capaz de matarte!

Notícia de última hora: Tevez dispensado, MSI acerta com Beckenbauer até 2008. Nilton Santos será apresentado amanhã as 12:00 no parque São Jorge, junto com Ademir da Guia e Serginho Chulapa.
Maradona recusou proposta alvinegra. Ele afirmou esta tarde que se apresentará ao Santos o mais rápido possível, pois "não vê a hora de estrear nas fileiras brancas de vila belmiro". "Ainda tenho tenho uma carreira brilhante pela frente", ele diz. (desculpa o plágio, brock).
Infamou: Teatro das Horas, hoje ninguém.

5.1.05

240'

Uma sala ampla e clara.
Esquisito ocupar minha mente procurando algo pra fazer. E tudo dura 4 horas ininterruptas. Diariamente.
Muitas mesas, numa disposição q não compreendi ainda. Menos cadeiras que mesas, e alguns poucos computadores.
Eu fico observando. Silêncio entrecortado pelo sussurro dos q estão ao telefone. A maioria permanece sentada, olhos fixos em seus monitores. Não me decido: é tudo um grande teatro ou eles realmente se interessam pelo q acontece por aqui?
Pela janela, ruído de carros e gritos de mendigos bêbados me alcançam. Sinto raiva dessa horda barulhenta e muito suja. Às 17:00 horas, como sempre, ficarei longos minutos observando a alcatéia enquanto espero o coletivo q me levará daqui. Antes sentia pena dos mais novos, aprendendo a andar entre barracos na amaral gurgel. Mas o cotidiano do espetáculo produziu este outro sentimento, uma espécie de ódio sem compromisso.
Mas isso só ocorre às 17:00 horas. São 13:48 no momento, eu estou digitando números numa planilha e observando diálogos alheios.
E os minutos passam assim.
Tela de computador, pausa para um cafezinho, troca de emails tolos e a procura por algo pra fazer. Pra combater o tédio e a solidão, como há pouco me escreveu um colega, funcionário de outra repartição.

4.1.05

Segue o tiroteio,

enquanto adentramos a fase ponto-com-ponto-br, o poeta André Fernandes presta consultoria de guerrilha, Estevão compacto quase esgotado Azevedo emite sons estrondosos, o lagarto-planta Wladimir Cazé se arrasta no cascalho pós-industrial, Delfin aciona o acelerador de partículas e Patrick Al Nite Lang Brock e André compacto quase esgotado Setti continuam de sentinela, aqui mesmo, no sempre seu Palavras Cruzadas. Breve, novos disparos.