15.1.09

pesadelo do sistema

O cidadão Pedro Rodrigues Filho é muito considerado em sua comunidade. Na Penitenciária do Estado, em São Paulo, é uma espécie de ídolo. Num ambiente em que 16% dos moradores já mataram alguém e as pessoas têm apelidos como Fumacê, Leprinha e Nego Baitola, é a ele que chamam, com reverência, de Pedrinho Matador. Maior homicida da história do sistema prisional, ele se orgulha de ter assassinado mais de 100 pessoas, inclusive o próprio pai. E, para que ninguém tenha dúvidas, tatuou no braço esquerdo: 'Mato por prazer'.

ÉPOCA- É verdade que você espancou Hosmany Ramos (cirurgião plástico que se tornou assaltante de banco e assassino)?
Pedrinho - Tive uma guerra com ele. Bagulho particular. Ele me mandou um bolo envenenado pela teresa (corda que liga uma cela a outra pela janela). Comi e comecei a sangrar pela boca. Só não morri porque tinha um monte de leite em pó que eu comi rapidinho para desintoxicar.

ÉPOCA - Aí você o espancou?
Pedrinho - Não. O Hosmany fez isso porque eu tinha uma treta com ele antes. Tinha um rapaz que tentou uma fuga e o Hosmany delatou. Fui falar e ele me deu um soco na boca. Pra que soco na boca? Já era! Eu já ia matando ele, mas o pessoal separou.

ÉPOCA - Em Taubaté você prometeu matar o Maníaco do Parque.
Pedrinho - Isso. O que ele fez estraga a gente que está preso. Ele fez uma barbaridade. Matou um bocado de menininha indefesa. Eu tenho ódio.

ÉPOCA - Tem algum arrependimento?
Pedrinho - Não tem nada. Só matei quem não presta.


(texto de RICARDO MENDONÇA, com fotos de OTÁVIO DIAS DE OLIVEIRA)

Nenhum comentário: