arranhão pouco acima da sobrancelha esquerda; o dedo médio da luva preta em riste contra o vento; as colunas da construção interrompida do metrô de salvador e os palácios de bagdá bombardeados se mesclam na nuvem de fumaça cinza de um incêndio na marginal pinheiros, uma ambulância passa piscando, três helicópteros, o melhor pôr-do-sol da cidade, o desespero longe, soando como rinchar de pneus; o motor do despertador e os pêlos do rosto recordando o retorno ao pátio de manobras; a perseguição ao círculo na quadratura, na série "antes de tudo havia o princípio" (andré de faria, fotografia, infogravura, 2002, 60 x 60cm), da qual fui buscar uma peça no paço das artes, usp, até onde está, encostada a jornais velhos.
wladimir cazé
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