MAR
Âmago frio, medo fronteira.
Rebanho de barcos,
palco do grito infinito,
trégua entre águas e corpo,
tempo e limite.
Estalo estalactites
sangram a bola de fogo de Vênus,
remoinhos calmos
estorvam o pâncreas do tempo
feito labirinto
onde incrivelmente venço,
oniricamente vejo
místicas vísceras
se prolongando
no baço dos séculos.
Invoco
a força da música das eras.
Em verdes pirâmides,
o mar não joga xadrez
com seus símbolos.
Há jogos
de estanho e vinho
farejando ecos
de fragmentos.
Marinheiros se mesclam
à noite paisagem clavícula,
meteoritos tateiam máculas,
convergências tardam
no grande oceano dos medos.
Cartilagens tênues da memória
se acumulam no zero-espaço
das vozes anis de titânio.
A mitologia aglutina vértebras
de Netuno magnésio grito.
André Setti
Aos que sabem o meu e-mail: comentem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário