5.1.05

240'

Uma sala ampla e clara.
Esquisito ocupar minha mente procurando algo pra fazer. E tudo dura 4 horas ininterruptas. Diariamente.
Muitas mesas, numa disposição q não compreendi ainda. Menos cadeiras que mesas, e alguns poucos computadores.
Eu fico observando. Silêncio entrecortado pelo sussurro dos q estão ao telefone. A maioria permanece sentada, olhos fixos em seus monitores. Não me decido: é tudo um grande teatro ou eles realmente se interessam pelo q acontece por aqui?
Pela janela, ruído de carros e gritos de mendigos bêbados me alcançam. Sinto raiva dessa horda barulhenta e muito suja. Às 17:00 horas, como sempre, ficarei longos minutos observando a alcatéia enquanto espero o coletivo q me levará daqui. Antes sentia pena dos mais novos, aprendendo a andar entre barracos na amaral gurgel. Mas o cotidiano do espetáculo produziu este outro sentimento, uma espécie de ódio sem compromisso.
Mas isso só ocorre às 17:00 horas. São 13:48 no momento, eu estou digitando números numa planilha e observando diálogos alheios.
E os minutos passam assim.
Tela de computador, pausa para um cafezinho, troca de emails tolos e a procura por algo pra fazer. Pra combater o tédio e a solidão, como há pouco me escreveu um colega, funcionário de outra repartição.

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