27.9.05

Jägermeister

É um licor herbal, tônica dos últimos dias quando olho para a garrafa vazia sob a mesa. Jogue fora todas as lembranças e acenda um cigarro aromático. São tempos de novidade, música eletrônica e gosto diferente na boca ao tomar a água de coco. Viajei 14 mil quilômetros a troco de tudo, de uma existência feliz. As imagens voltam em sonhos estranhos quando tomo a sesta tropical antes do almoço. Estive numa máquina de impressões sensoriais, havia poucas drogas, mas muita sede de viver.

Muitas horas em cadeiras minúsculas, com o barulho da turbina atormentando. Duas delas, do tamanho de uma van, impulsionando a nave e seus 300 passageiros pelo Atlântico. No Charles De Gaulle eu me perdi entre o Terminal 2E e o 2F. Um oficial negro, sério, olhou meu passaporte e o carimbou com tédio. Vi outros serem mandados de volta. Um grande transbordo de gente de todos os lugares do mundo, chegando e partindo nas vísceras deste terminal fantástico.

Em Berlim, a sensação de sangue e árvores no chão. Muitas avenidas planas, prédios baixos, o povo ariano rígido, mal humorado, correndo rápido entre estações de metrô u-Bahn e s-Bahn. Mas agora eu não consigo lembrar de mais nada. Só de Zoolosicher Garten.

al Nite Lang

Nenhum comentário: