27.5.04


19

consegui um jardim há muito pouco tempo. menos de um mês.
e todos sabem o quanto procurei um lugar assim. roseiras e uma azaléia, entre outros verdes e matos. tudo num círculo com menos de 3 metros de diâmetro.
o suficiente.
hoje, o susto. e logo na primeira xícara de café.

em menos de um mês cria-se um hábito. eu criei o de acordar sob o sol frio em frente a meu novo jardim.
mas, antes de mim, chegaram as visitas. tão inesperadas quanto nojentas. Eram 19.
19 largatas verdes, gordas, peludas, com patas laranjas e antenas azuis. ridículas e odiáveis. todas dormindo.
fazendo a sesta.

devoraram. acabou.

e as 19 largatas dormindo de barriga cheia.
imóveis, 19 bichos peludos pendurados em galhos nus.
e eu é que não vou esperar a metamorfose.

matei, uma a uma, as 19 criaturas gosmentas.
suculentas, morrem sem nenhum barulho. o único sinal que emitem para avisar que já morreram é um líquido verde limão. ficou a mancha no chão. uma mancha verde, horrível.
o resto de 19 seres repugnantes, que não deveriam ter aparecido ali.

borboletas. 19 delas.
eu não quis esperar. de todo modo, não pousariam no meu jardim. já não há.
não existe mais.

>>b

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